Cidade da Praia – O dirigente da Coligação Ampla de Salvação de Angola-Coligação Eleitoral (CASA-CE), Miguel Francisco, deslocou-se na última segunda-feira, 02, a Cabo Verde para se inteirar da experiência autárquica do país.

Fonte: Lusa
Miguel Francisco explicou à agência cabo-verdiana de notícias Inforpress que a escolha do arquipélago se deveu ao fato de ele ser entre os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) o que está "muito mais avançado" na área da descentralização administrativa.

"Espero levar daqui uma experiência salutar e que sirva para construirmos o modelo que queremos implementar em Angola", afirmou.

Miguel Francisco, além de se inteirar do funcionamento da Câmara Municipal da Praia e de outros municípios de Santiago, vai deslocar-se também à ilha de São Vicente.

Na sexta-feira, depois de assistir a uma sessão da Assembleia Municipal da Praia, o governante angolano disse ter ficado "muito satisfeito" com o que viu. "Uma coisa é ver no papel o que se faz e outra coisa é assistir ao vivo o desenrolar dos acontecimentos", indicou.

Miguel Francisco acusou o actual poder em Angola, dirigido pelo MPLA, de "se escudar" no facto de a realidade no seu país ser "complexa", uma vez que viveu um "período longo de guerra", para "não implementar o processo" que leva à instalação de um poder autárquico eleito directamente pelo povo.

Na sua opinião, apesar de o país ter vivido um período de "guerra atroz", já é tempo de serem promovidas eleições no domínio do poder local. "Apesar de a primeira Constituição democrática do país prever, no seu artigo 145.º a institucionalização do poder local, nunca foram dados passos significativos em relação a isto", lamentou o dirigente da CASA-CE, reiterando que existe "falta de vontade política" da parte de quem está a governar atualmente Angola.
"Se a oposição não fizer o 'pressing', não teremos eleições autárquicas em Angola", considerou Miguel Francisco.