Namibe - O Secretário-Geral da UNITA Victorino Nhany, trabalhou no passado Sábado 30 de Novembro na província do Namibe, onde procedeu a apresentação do novo Secretário provincial do partido recém-eleito, Ricardo Ekupa de Noé “Tuyula”, que substituiu no cargo Victorino Ndunduma.

Fonte: UNITA
No seu discurso de empossamento do novo Secretário provincial, o Secretário-geral da UNITA Victorino Nhany, referiu que a pátria é exigente e que a sua deslocação a província do Namibe, enquadrava-se neste âmbito. Victorino Nhany, que se fez acompanhar do Secretário Nacional para Organização Franco Nhany e outros quadros da estrutura central do principal partido na oposição, definiu o conceito filosófico de pátria: “matematicamente falando, a pátria é um conjunto pare: isto é, constituído por dois elementos: o espaço físico representado por 1.246.700 km2 e a parte humana constituída por homens e mulher, que nasceram nesse espaço físico. Isso é que se chama pátria.

Mas, alguém poderá dizer: temos Chineses, temos portugueses, temos Senegaleses e outros. Esses, não estão na pátria, estão no país. No primeiro caso, quando falamos de pátria falamos do povo. No segundo caso, quando falamos de pátria falamos de populações.

Em termos de número de habitantes, o país tem um maior número de habitantes e a pátria tem um menor número de habitantes,” explicou.
Victorino Nhany, apelou a união entre os militantes do seu partido na província do Namibe, no sentido de materializar o programa da UNITA.

O Secretário-Geral, passou ainda em revista a vida e obra do novo secretário da província do Namibe, de quem disse ter qualidades diplomáticas, militares, políticas e outras, necessárias a condução do partido de dimensão da UNITA. Mostrou-se nesta vertente, confiante no bom trabalho da equipa partidária na província do Namibe.

Por outro lado, o político falou da manifestação convocada pela UNITA no passado dia 23 de Novembro, para expressar a sua indignação pelos supostos assassinatos de cidadãos Angolanos.

“O objectivo único pelo qual a manifestação foi convocada, era pura e simplesmente exprimirmos a nossa indignação pelos assassinatos, não só dos companheiros Isaías Cassule e Alves Kamulingue, que foram entregues aos Jacarés, como também os companheiros Kamuco, Tchakussanga, Sikaleta e tantos outros que foram assassinados depois da assinatura dos acordos de paz. Incluímos nessa lista dos nossos heróis, o mais velho MFulupinga Landu Victor.

Manifestamo-nos, porque assim consagra a Constituição, porque o artigo 59º da Constituição da República de Angola que aboliu a pena de morte foi violado. Também foi violado o artigo 39º da CRA, que consagra o direito ao ambiente. O ambiente foi violado na medida em que, os nossos companheiros foram entregues às bocas dos jacarés,” referiu.

O Secretário-geral da UNITA considerou ridículas as ameaças do bureau político do comité central do MPLA, em relação a manifestação que tinha sido convocada pelo partido do Galo Negro e avançou que o único titular do poder e que tem legitimidade de se opor a manifestação, é o povo Angolano.

Victorino Nhany, garantiu que o seu partido está determinado a favor da dignidade dos Angolanos, revelando tendo sido por isso, que mesmo diante de ameaças da Polícia Nacional, a UNITA não recuou da pretensão da manifestação, para exigir fim das mortes em tempo de paz.

O político avançou que o que aconteceu no passado dia 23 de Novembro, trouxe três conclusões:

“1ª o dia 14 de Abril, não é o dia da JMPLA. É o dia 23 de Novembro

2ª Afinal o MPLA não é um partido meramente político. É um partido político-militar.

E porque a UNITA tinha sido sancionada pelas Nações Unidas, por ter um exército, esperamos que não haja dois pesos e duas medidas. Num jogo democrático, não pode haver um partido militarizado.

3ª Afinal de contas, os desmaios que fomos assistindo nas escolas, têm um autor. O autor é o mandante da polícia que lançou bombas tóxicas aquando da manifestação”, considerou

O Secretário-geral da UNITA Victorino Nhany, disse que as bombas que foram lançadas ao Presidente da UNITA e outros dirigentes da oposição, não são lacrimogênios, mas tóxicas.

Para o político, a contradição principal no país, consiste no que chama crescimento da democracia e na inoculação da ditadura. Afirmou ainda, que a ditadura e democracia são dois fenómenos irreconciliáveis, tendo defendido respeito ao artigo 2º da Constituição da República de Angola, que consagra o país como democrático de direito.

Victorino Nhany, falou igualmente da figura do Presidente da República, que considerou como pedra no sapato dos Angolanos.

“O aspecto principal da contradição principal, chama-se José Eduardo dos Santos e ponto final.

O fenómeno está estudado, temos a contradição principal e temos o aspecto principal da contradição principal.

O que nós pretendemos, é que o povo vença, para que de facto a democracia seja realmente implementada no nosso país, porque a democracia é que é o regime de paz, o regime de desenvolvimento, o regime do progresso.

Porque nós pretendemos que a riqueza que sai do petróleo, a riqueza que sai dos diamantes, a riqueza que sai da terra, a riqueza que sai do mar, a riqueza que sai das várias receitas, essa riqueza se direccione pura e simplesmente ao Angolano, se direccione pura e simplesmente ao patriota, porque ele não tem uma outra pátria, se não Angola.

E daí, recordarmos os ensinamentos do nosso Presidente: primeiro o Angolano, segundo o Angolano, terceiro o Angolano e o Angolano sempre,” concluiu o Secretário-Geral da UNITA Victorino Nhany.