Lisboa - José Eduardo dos Santos é dado como estando a preparar a saída prematura de Julião Paulo “Dino Matross”, do cargo de secretário-geral do MPLA, fora de um congresso ordinário.
Fonte: Club-k.net
Em circunstâncias normais, o SG do partido cessaria as funções, a margem de um congresso ordinário que se deveria realizar este ano (mas que ficou para 2017), ou por demissão ou outras incompatibilidades mas correspondendo a vontade do próprio.
O congresso a ser realizado, este ano, deverá ser extraordinário sem que haja alteração nos órgãos de direcção do partido, segundo anuncio do líder José Eduardo dos Santos.
O plano de JES para afastar Dino Matross das funções de SG do MPLA, é acompanhado da pretensa intenção de nomea-lo governador de uma província na qual subsaisse, a província de Luanda.
Com a referida nomeação, Dino Matross deixaria o cargo partidário por excesso de carga laboral, mas, por outro lado, viria as suas competências governamentais a serem expostas para de seguida serem também aproveitadas para a sua queda final.
Em meados do ano passado, Dino Matross foi alvo de uma cabala partidária em jornais privados que o expuseram como tendo no passado recebido suborno para projeção de quadros nas conferências, ou congressos, anteriores do MPLA. A cabala foi conotada como sendo do interesse de Manuel Vicente por ter sido estampada numa publicação que se associa ao antigo patrão da Sonangol.
Dino Matross é tido como o dirigente de alto escalão do MPLA que não estaria a comprometer-se com as vontades do líder do partido quanto ao tema “sucessão presidencial”. Identificam-lhe mais como torcedor da projeção de Fernando Dias dos Santos “Nandó” como herdeiro presidencial do que a de Manuel Vicente. No último congresso, de 2012, atribuíram-lhe culpas por pouco fazer para entrada de José Filomeno dos Santos “Zenu” para o Comité Central do partido.
A figura na qual JES se inclina para futuro SG do MPLA é António Paulo Kassoma.
Afastamentos de quadros da linha dura
A saída de Dino Matross é vista como uma estratégia do presidente em afastar-se da chamada "velha guarda" do partido, mas também de vozes que se revelaram duvidosas quanto as suas vontades. Muitos deles estão a ser acomodados como governadores provinciais.
A saber:
- Norberto dos Santos "Kwata Kanawa", o então Secretário para informação do BP que teria se oposto a constituição atípica foi apeado do cargo e nomeado ministro dos Assuntos Parlamentares e agora como governador provincial de Malange.
- Rui Falcão, o quadro do Bureau Político que mais critica as praticas de corrupção no regime, foi afastado do cargo partidário e nomeado governador provincial no Namibe
- Kundy Paihama, que apresenta uma lealdade dúbia (em pública diz-se cumpridor das ordens de JES) foi nomeado governador provincial do Huambo.
JES, por outro lado, reconciliou-se com João Lourenço na qual nomeou Ministro da Defesa, a terceira figura da hierarquia do executivo. Colocou como porta-voz do MPLA, Mário António que é um quadro próximo a João Lourenço.
De acordo com conhecimento, JES tenciona apresentar no futuro, o ex- patrão da Sonangol, Manuel Vicente como candidato presidencial (o que corresponde a sua escolha pessoal) e João Lourenço como vice-Presidente da República, para corresponder a escolha do partido.