Luanda - Lossaya Alicerces Bartolomeu  “Aly Mango”, é dentre os candidatos as eleições ao congresso da JURA, o que mais se revela introvertido.  Mas é também,  é o que os “mais velhos”  da UNITA dizem ser de uma  inteligência que os faz lembrar o seu malogrado pai,  Adolosi Paulo Mango Alicerces , o antigo Secretario Geral da UNITA, que  foi  assassinado pelas autoridades angolanas,  nos confrontos de 1992, em Luanda.

Fonte: Club-k.net 

O seu falecido pai, general Adolisi Alicerces era de Benguela e foi pela sua vida de militar que o pequeno  “Aly” viria a nascer na província do Cuando Cubango, no ano de 1982,  fruto de uma relação com Helena Husso de Fátima Sapassa. Na altura a família estava  na Jamba, ocupada pela UNITA, onde o jovem  “Aly” Mango faria os seus estudos primários  e secundários.

Como aluno primário  pertenceu a Alvorada, que era uma organização de pioneiros da UNITA, a semelhança da OPA, do seu opositor, o MPLA.  Os seus dados biográficos oficiais apontam  que foi  através da Alvorada que começou a ter as primeiras lições de educação política para mais tarde encabeçar o grupo que se ocupava da comunicação deste quadrante infantil na então Rádio Vorgan.

Na fase adulta, que lhe apanhou  no Bailundo, antigo bastião da UNITA, onde fez estudou o curso medio (Escola Ekuike) o jovem “Aly” Mango ingressaria na JURA. Na altura,  o general Lukamba Paulo “Gato” que era o numero três da hierarquia do “Galo Negro”, monitorizou-lhes nos primeiros cursos políticos e administrativos na qual tiveram a oportunidade de cruzar-se com Jonas Malheiros Savimbi, no dia de encerramento do curso,  no Clube do Bailundo.

No ascender do conflito armado em Angola, “Aly” Mango que  se encontrava sob tutela da UNITA, após ao falecimento do pai, fez parte do grupo de jovens que em Setembro de 1997, seria despachado para Togo-Lóme, a fim de concluírem a formação académica. 

Neste país, começou por estudar num colégio católico, “Saint Joseph”, para depois concluir a formação superior em Comunicação Empresarial pelo Instituto Africano de Administração e Estudos Comerciais, e Gestão de Recursos Humanos na Escola Livre Africana de Tecnologias e de Ciências Aplicadas no Togo, tendo concluído o Mestrado.

A semelhança de outros jovens, “Aly”  Mango  teve uma vida estudantil paralela ao ativismo.  Foi na capital Lóme que  ele se juntou aos filhos de Jonas Savimbi e do falecido general António Dembo (Tão Savimbi, Araújo Savimbi e Sebastião Dembo), para fundarem  a Organização Revolucionaria dos Estudantes da UNITA no Togo (OREUT), na qual foi o seu coordenador num período de seis anos.  Ao mesmo tempo, se tornara no representante da JURA, no Togo.

Ao regressar a Angola manteve-se ligado a JURA tendo entretanto sido  eleito como membro do Comité Nacional saído do II Congresso Ordinário da JURA, 2010 em Luanda.  Quando, no ano passado,  começou-se a aventar a realização de um congresso em consequência da destituição do  Mfuka Muzemba, ao cargo de SG da JURA,  surgiram rumores de que  Aly “Mango” teria sido  instigado por uma corrente oposta a liderança de Muzemba para que se candidatasse ao cadeirão máximo da ala juvenil da UNITA. Na altura, o mesmo revelava-se indeciso de tais pretensões sob alegação de que precisaria firmar-se mais um pouco para dominar os meandros da feitura da política em Angola, visto que esteve muitos anos ausente do país.

O anuncio da candidatura e apoio da família Savimbi

Após o período de indefinição, “Aly” Mango foi anunciado como candidato as eleições da JURA.  A sua candidatura, diferente aos dos outros dois candidatos tidos como urbanos, é considerada como uma “candidatura tradicional” em função dos apoios que estria a ter. Goza do apoio dos filhos de Jonas Savimbi, e do General Dembo com quem o mesmo estudou no Togo.  Victoria Sakaita, uma filha do fundador da UNITA, com que o mesmo estudou ao tempo da Jamba, apareceu nas redes sociais declarando-lhe como “o nosso candidato”.

 Surgiram também rumores de que era também o candidato preferido de dirigentes do partido (como Chipindo Bonga, Lukamba Paulo “Gato”, e Emanuel Bianco). Em função deste  favoritismo a direção da JURA, na voz de Albertina Navita Ngola, apelou aos dirigentes do partido para não se intrometerem na realização do congresso da juventude.

Lossaya Alicerces Bartolomeu  “Aly” faz também parte dos quadros jovens da JURA que ocupam responsabilidades a nível do partido.  Há informação oficial de que trabalha no Secretariado Nacional para a Mobilização Urbana na qualidade de chefe do departamento dos Assuntos Culturais e Religiosos. Faz também parte do Gabinete do Secretário-Geral do Partido na qual  dirige o Jornal Mural Kwacha.

A nível profissional, é apresentado como   consultor de Comunicação e Marketing em várias empresas privadas existentes no mercado angolano.