Lisboa  -  É tido como um dos mais categorizados jovens da chamada terceira geração da UNITA a quem  Isaías Samakuva (ao lado de Liberty Chiaka e Massanga Savimbi)  prepara para,  no futuro,  proteger o legado de Jonas Savimbi.  Fez carreira nos Serviços de  Inteligência Militar das extintas FALA e é hoje, na UNITA, o Secretário Nacional da Segurança Pública, Prevenção e Combate à Criminalidade.

 Fonte: Club-k.net

O jovem de confiança de Samakuva

Adriano Abel Sapiñala “Didi”,   nasceu  em 1977, no Kuito- Bié. É  filho do histórico,  José Samuel Chiwale (co-fundador da UNITA) e de  Helena Bonguela Abel, deputada e Vice-presidente da LIMA, a organização feminina do partido. 

 

Na década de 80, a sua mãe discordando da poligamia, do seu pai, separou-se deste e casou-se com um  enfermeiro pessoal  de Jonas Savimbi, já falecido, chamado Uliengue.  Por outro lado quando o seu pai, Samuel Chiwale caiu em desgraça política na UNITA,  (acusado de fazer parte de um complot contra o presidente do partido),  o então  líder do movimento,  Jonas Savimbi chamou a si, a tutela de Adriano Sapiñala e de  sua irmã pondo-os num internato  da base de Kwame Kruma, ao lado dos seus próprios  filhos.

 

No  período da sua infância, entre 1987 a 1991, Sapiñala TCC por  “Didi Chiwale”  pertenceu a Alvorada (organização dos pioneiros da UNITA)  integrando um grupo coral afecto ao “Bate-Mocho”, a guarda Presidencial de Jonas Savimbi.  Porém, na fase adulta tornou-se durante seis anos,  membro do União Revolucionária dos Estudantes de Angola Livre – UREAL.  

 

Paralelamente quando atingiu  aos 15 anos de idade, ingressou na JURA, para quatro anos depois terminar o ensino médio no Bailundo. No ano a seguir, seria selecionado pelo então SG do partido, Lukamba Paulo “Gato”, para frequentar  um Curso Político na Escola Nacional de Quadros (Kanjapão).

 

Terminada a formação política, Adriano Abel Sapiñala seria  despachado para a região militar  norte do país (com sede no Negage, Uige)  onde passou a exercer  o cargo de Secretário Regional Adjunto para Organização da JURA. Dois meses depois, ele seria transferido para a província do Bengo, para responder pela mobilização da JURA, naquela localidade durante dois anos até regressar ao Andulo.

Carreira militar

Dois meses antes de completar 22 anos de idade, Adriano Sapiñala entrou para a tropa e recebeu, durante três meses,  treinos militares num campo da então Brigada "Ben Ben", na montanha do Município do Chinguar, Província do Bié.  Logo a seguir  fez o curso de Inter-Armas e o curso de Comandante Militar.   Destacou-se como um dos melhores alunos e no final dos treinos foi destacado como  Comandante de uma Companhia de Infantaria Motorizada da Brigada "Ben Ben".

 

Foi feito capitão, passando a ter sob seu comando um grupo de 150 guerrilheiros da Unidade de Infantaria “Ben Ben” que o tinha como comandante. Respondia  directamente ao Chefe de Estado Maior das extintas FALA, general  Abreu Muengo “Kamorteiro”.

 

Com a retomada por parte do exercito governamental dos então bastiões da UNITA,  em 1999, o capitão Adriano Sapiñala  “Didi Chiwale”, teve de deixar  área do Bailundo e do Andulo rumando para a base do Chanji, Moxico, onde se encontrava o líder do partido, Jonas Savimbi. A caminhada levou quase um mês.

 

Já no inicio de 2000, quando Jonas Savimbi decide restruturar o Estado Maior General das FALA, Adriano Sapinãla foi transferido junto dos Serviços de Inteligência Militar sob o Comando do Brigadeiro Machado.  A sua missão como quadro de inteligência era fiscalizar/controlar a Região Militar Centro e os seus respectivos actores militares.  Foi também o oficial de ligação entre as brigadas militares com o Alto Estado Maior General das FALA.

 

Quando Jonas Savimbi, morreu no Lukusse, Moxico Adriano Sapinãla estava integrado nos chamados comandos Recks de Inteligência Militar naquela mesma província porém, numa zona com acesso a alimentação, razão pela qual veio das matas “bem nutrido” e com os cabelos ao estilo de um rastaman.  Desmobilizou como capitão encerrando assim a carreira militar dando lugar a política.

Carreira política

Ao chegar a Luanda, em 2002, Sapinãla esteve a disposição da extinta comissão de gestão fazendo parte do Secretariado da UNITA para os  assuntos políticos. No ano a seguir transferiu-se como assistente do Secretariado Nacional da Mobilização de onde viria sair em 2007, para se tornar Secretário Nacional adjunto da organização e Recursos humanos da JURA.

Em 2010, apresentou-se como candidato a liderança da JURA  disputando com Osvaldo Júlio, Helga Santos Matos e Mfuka Muzemba, o vencedor.  Gozava de forte apoio e tinha a vantagem de ter sido um quadro que dirigia os serviços de apoio a Presidência da UNITA.

 

No XI Congresso da UNITA, realizado em 2011, Adriano apoiou Isaías Samakuva tornando-se no  mandatário da sua candidatura ao conclave. Desde então nunca mais saiu de perto do líder do partido  que faria dele Ministro de Combate à Pobreza do Governo Sombra da UNITA.

 

É  desde  2013 o responsável pela pasta da  Segurança Pública, Prevenção e Combate à Criminalidade, e ao mesmo tempo membro do Secretariado Executivo do Comitê Permanente da Comissão Política da UNITA.

Regresso aos estudos e traços particulares  

Com a instalação da UNITA nas cidades ele passou a frequentar o curso de recursos Naturais na Universidade Independente de Angola ao qual interrompeu no terceiro ano para  estudar direito na Universidade Óscar Ribas.

 

De acordo com observações, o  facebook parece mesmo ter sido feito  para ele. Diariamente ele distribui comunicados, fotos ou outra propaganda da UNITA assim como participando em acalorados debates, usualmente animados por assumidos inimigos de Samakuva. Nisto tudo, vai navegando com uma calma quase sacerdotal. Adriano não hesita em ostentar, através das fotos, a sua vida tão comportável -- que inclui uma paixão pelo o futebol e a sua  esposa, Adosinda Sapiñala.

 

Ultimamente tem participado em debates políticos televisivos e em rádios  em Angola. Observadores independentes  veem-no como um orador nato que se move com facilidade nas cidades, o que faz com que seja visto como alguém que poderia se tornar no homem forte da UNITA para o Município de Luanda, ou como futuro responsável pela imagem do partido.