Luanda - O presente texto, da autoria do jornalista português,   Artur Queiroz é uma resposta ao “Semanário Angolense”. Deveria ter saído na edição do Jornal de Angola de 30 de Abril, porem foi censurado pela direção do único  diário estatal que teve de imprimir um outro jornal sem o texto de Queiroz. Porém em solidariedade, a censura que este  jornalista foi vitima,   o Club-K, reproduz democraticamente na sua integra, para que os leitores possam ler a sua resposta. 

Fonte: Artur Queiroz

Resposta à letra aos mandantes 

O “Semanário Angolense” publicou um texto gravemente ofensivo da minha honra e dignidade. Respondi de imediato com carta que se segue “Senhor director: na edição de sábado, 18 de Abril do “Semanário Angolense” é publicado um texto, ilustrado com a minha foto, no qual sou gravemente ofendido.

 

Também são feitos afirmações caluniosas. Por fim, são me imputadas factos absolutamente falsos. Como texto não é assinado, a responsabilidade (e autoria) é sua. Por isso, exijo que publique, na próxima edição , este desmentido.

 

Primeiro falsamente. O Senhor director afirma que sou pago a peso de ouro: mentia. Estou entre os mais mal pagos trabalhadores da empresa Edições Novembro. Diria que sou pago a peso de latão.

 

Segunda falsidade: diz o senhor que sou pago pelos contribuintes angolanos. Mentira: sou pago com o suor do meu trabalho e pelas horas que dedico a empresa que me contratou.

 

Vou deixar passar em branco a xenofobia e racismo que demonstra no seu texto ao chamar-me de “Jornalista luso-angolano”. Sou simplesmente jornalista. E para ser com honra e dignidade, da-me imenso trabalho.

 

Terceira falsidade e muito grave. Diz o senhor director que é permitido ofender imponentemente “os profissionais angolanos do ramo da comunicação social”.

 

É enumeras ofensas: “bêbados da valeta, mentirosos compulsivos e leprosos morais”, ou estou perante um analfabeto, ou o senhor director manipulou absolutamente o que escrevi. Não considerei bêbados da valeta e leprosos morais “os profissionais angolanos do ramo da comunicação social”. Mas sim aqueles bandidos que no Club-K, no Semanário Angolense e no Folha8 e nos produtos da Media Nova trucidaram a minha honra e bom nome. Apenas estes.

 

E nenhum deles, eu considero profissional da comunicação social. Quem se serve da imprensa para caluniar, desonrar e ofender é apenas um bandido. Quanto a si responsável por esta manipulação grosseira e abusiva, dou-lhe, para já, o beneficio da duvida.

 

Quarta falsidade. Ainda mais grave. Diz que tenho protecionismo “lá de cima” e que já estive “do outro lado” a achincalhar forte e feio alguns dos seus actuais padrinhos.

 

Aqui excedeu-se no insulto e na calunia, eu sei quem sempre andou a comer na mão dos donos, rastejou aos seus pés e quando recebe ordens para morder não consegue ir além dos calcanhares das vitimas, pensa que todos são assim. Olhe para si, cuspa na sua cara mas não me confunda consigo, nem por um segundo. Eu tenho uma carteira de 50 anos e desde o primeiro dia de hoje, nunca fui protegido por ninguém.

 

Nem de lá de cima nem de lá de baixo isso é conseguido e com os da sua laia. Devo dizer lhe que sei quem lhe paga as ofensas quem me fez.

 

Nunca tive padrinhos nem afilhados. Ando no jornalismo por mim, sem a bengala de ninguém. Sou livre “do outro lado”. Estive sempre do lado do jornalismo. E já mais tive donos. Por fim, refiro a ofensa digna de um leproso moral de uma besta insanável. O senhor director, cobardemente, como é próprio dos canalhas, insinua que sou mercenários. O Graça Campos era inimputável.

 

Você pelos vistos é igual. Mas os seus donos não são. Exijo-lhes um pedido publico de desculpas no próximo numero, sem eufemismo nem subterfúgios.

 

Se não o fizer, vou ter de responder aos seus donos. Ai você vai perceber o que é um jornalista digno de honrado.

 

Caso não publique esta resposta no próximo numero vou publica-la noutro órgão de comunicação social que ainda o sentido do decoro e da dignidade.

 

É isso que estou agora a fazer mas antes dizer ao senhor brigadeiro Lungo o seguinte: Com tropas destas que só sabem atacar e fogem ao primeiro confronto, não ganha a guerra nem sequer a batalha naval, em papel quadriculado. O jornalismo é uma actividade seria e tem uma marca distintiva: o rigor.

 

Os aprendizes de feiticeiro tem quase sempre como recompensa da sua arrogância, o feitiço voltar-se contra eles próprios. E os pavões, por muito que se armem, mostram sempre a sua parte mais feia e repugnante.

 

Quando os donos e mandantes da canalha quiserem, tenho o gosto em explicar-lhes todo o gosto em explicar-lhe, usando o método do Bé-A-Bé, que nunca fui mercenário e só trabalho livre e honrado. Fico a espera que marquem o encontro quando e onde quiserem.