CARTA ABERTA A SUA EXCELENCIA O SR. GOVERNADOR DO BANCO NACIONAL DE ANGOLA RELATIVAMENTE Á GUERRA DE KWATA-KWATA CONTRA OS INOCENTES KÍNGUILAS

Huambo - Faço esta carta ao Governador do BNA na pura ingenuidade, porque eu não sei, para quê serve um Banco Nacional e qual deve ser o perfil de seus funcionários. Esta cartinha tê-la-ia apresentado pessoalmente à S. Excelência, porque o conheço em pessoa. Mas Camponês, Zungueiro e KÍNGUILA que sou, não me atreveria a chegar perto de Sua Excelência, Sr. Governador do BNA, com medo da polícia, vossos guarda-costas, como bem sabem fazer, poderiam surrar-me, vergastar-me, torturar-me com barras de ferro, fazer-me morder por cães raivosos e no fim me dar um tiro na cabeça ou no coração e meus restos serem jogados no rio para ser devorados pelos anfíbios, como tem sido para todos os que se aproximam dos Chefes a implorar água para beber e ar para respirar.

Fonte: Club-k.net

Assim, faço carta aberta por meio de internet para garantir a segurança pessoal embora temporária…

A sua nomeação para este cargo é igual a milhares de nomeações e sucessões típicas no nosso País. Por isso, posso dizer que foi uma nomeação comum e quase vulgar ou mesmo insólita…mas economizei o meu desdém até que no dia 25 de Março de 2016, surpreendentemente, li o portal www.ANGONONOTÍCIAS.com que dizia: “Autor da obra “O Banco Nacional de Angola e a Crise Financeira”, Walter Filipe Duarte da Silva chega ao Banco Central com a lição bem estudada…. “Trata-se de um estudo jurídico-financeiro, prático, sobre a supervisão bancária (prudencial) e a crise financeira de 2007 – 2009”, lê-se na apresentação do livro...

Volvidos os primeiros meses à frente da Instituição que se desejaria alavanca do dinheiro e riqueza dos angolanos, o Excelentíssimo Sr. Governador do BNA, parece que a “suposta lição bem estudada” começa a trazer para o País mais tristeza, incertezas e retira mais uma vez a paz económica das famílias pobres. Falo a propósito da Guerra contra os KINGUILAS que vossa Excelência instaurou como o primeiro acto mais “nobre” de um BNA em tempo de crise económico-financeiro provocada pela mal e má governação económica.

Preocupou-me bastante quando S. Excelência Sr. Governador do BNA, por intermédio do Comité de Política Monetária do BNA, anunciou que os KÍNGUILAS seriam os visados da estratégia de combate a inflação e crise económica. Este Comité do BNA convidou a polícia Nacional a iniciar a guerra de KWATA-KWATA contra os desempregados, degredados, desgovernados, empobrecidos, explorados, roubados, excluídos, vituperados, desinstruídos nas escolas de Economia e do Direito, e que para não sucumbirem à fome e à miséria consenquente da desigual estrutura do poder económico angolano, enveredaram pelo comércio informal que exceptos os governantes os KINGUILAS à semelhanças de ZUNGUEIRAS, são os vencidos da livre concorrência dos CHEFES e é o sector informal que Governa os angolanos. Estou a dizer que os KINGUILAS à semelhança de todo o povo, são os BODES EXPIATÓRIOS do Governo consumista e patrimonialista.

Para o benefício dos principiantes na História:

Conta a História Bíblica que “Dois bodes eram levados, juntamente com um touro, ao lugar de sacrifício, como parte dos Korbanot do Templo de Jerusalém. No templo os sacerdotes sorteavam um dos bodes. Um era queimado em holocausto no altar de sacrifício com o touro. O segundo tornava-se o bode expiatório, pois o sacerdote punha suas mãos sobre a cabeça do animal e confessava os pecados do povo de Israel. Posteriormente, o bode era deixado ao relento na natureza selvagem, levando consigo os pecados de toda a gente, para ser reclamado pelo anjo caído Azazel…”

“No sentido figurado que mais nos interessa: BODE EXPIATÓRIO é alguém que é escolhido arbitrariamente para levar (sozinho) a culpa de uma calamidade, crime ou qualquer evento negativo (embora não o tenha cometido). A busca do bode expiatório é um acto irracional de determinar que uma pessoa ou um grupo de pessoas, ou até mesmo algo, seja responsável de um ou mais problemas sem a constatação real dos fatos. A busca do bode expiatório é um importante instrumento de propaganda dos incompetentes e inaptos em lidar com problemas que eles mesmo criaram o que lhes tornam irresponsáveis.

Ainda na mesma ordem de histórias falaríamos da INFLAÇÃO. 1 Dólar nas Ruas está a custar quase 700 kwanzas a sua compra contra 166 kwanzas no BNA. Justamente esta INFLAÇÃO é galopante. O poder de compra dos cidadãos baixou assim como as empresas estão a fechar por incapacidade financeira de importar os inputs necessários ao seu funcionamento. Os economistas nos ensinam que se trará de Inflação de Custos (processo inflacionário gerado pelo aumento dos custos de produção. Por causa de uma redução na oferta de factores de produção, o seu preço aumenta. Com o custo dos factores de produção mais altos, a produção se reduz e ocorre uma redução na oferta dos bens de consumo aumentando seu preço).

Mas a inflação remonta aos tempos Bíblicos de Roma Antiga: Um exemplo clássico de inflação foi o aumento de preços no Império Romano, causado pela desvalorização dos DENÁRIOS que, antes confeccionados em ouro puro, passaram a ser fabricados com todo tipo de impurezas. O imperador DIOCLECIANO, em vez de perceber essa causa, já que a ciência económica ainda não existia, culpou a avareza dos mercadores pela alta dos preços, promulgando em 301 o Édito Máximo, que punia com a morte qualquer um que praticasse preços acima dos fixados como Sua Excelência Sr. Governador do BNA está a fazer hoje com os KÍNGUILAS.

Os KÍNGUILAS são Bodes Expiatórios para justificar ou ocultar o verdadeiro rosto da crise económica angolana que, na minha opinião, é a corrupção, o roubo, a irresponsabilidade dos dirigentes económicos e políticos do País que assaltaram a Nação e para justificar sua existência vilmente mercantilista buscam na maldade e irresponsabilidade crassa, os BODES EXPIATÓRIOS como na Roma Antiga, bem o faziam.

Os rudimentos mínimos de economia nos ensinam que a riqueza de um País depende de “ vender mais e comprar menos”. Ora, Angola faz o contrário: COMPRA TUDO E VENDE NADA! A moeda americana ou seja o Dólar sempre em Angola fora mais altissonante do que a própria soberania.

1-Quando se lançou em 2012 as moedas de maior valor facial, o Governador do BNA de então, Doutor Abraão Gurgel, dizia que o objectivo seria “desdolarizar” a economia angolana. Ironia do destino porque Angola não sobreviveria a “desdolarização” o “hoje” está a mostrar isto!

2-O Governo angolano em 2012 sonhara criar reservas monetárias do Estado em Euros no lugar de Dólares não sei como é que isto ficou!

3-O Departamento de Tesouro dos Estados Unidos da América havia orientado ao Banco do Reino Unido, congelar mais de 50 milhões de Dólares Americanos pertencentes ao ex-Governador do BNA, Doutor Aguinaldo Jaime e que esse dinheiro suspeita teria como destinatário um cidadão da Africa Ocidental. E na altura lia-se o seguinte: “Um relatório da subcomissão permanente de investigações do Senado dos Estados Unidos publicado em Fevereiro, informa que, em 2002, o então governador do banco central de Angola, Aguinaldo Jaime, tentou transferir 50 milhões de dólares de fundos públicos para uma conta privada nos EUA e que o HSBC facilitou… as suspeitas transacções. O relatório de 325 páginas, disse que Aguinaldo Jaime, primeiro tentou transferir o dinheiro de outros bancos, antes de se dirigir à unidade da Citigroup chamada Citibank e eventualmente, ao HSBC. A subcomissão do Senado Americano disse que, PREOCUPAÇÕES SOBRE ESSA TENTATIVA DE TRANSFERÊNCIA LEVOU O CITIBANK A TERMINAR AS SUAS RELAÇÕES COM O GOVERNO ANGOLANO”. Esse caso é mais da polícia nacional do que os KÍNGUILAS.

4-Em Julho de 2013 milhões de Euros foram apreendidas nas mãos de intermediários e operativos do General Bento Kangamba, na França por suspeita de lavagem de dinheiro e na altura lia-se: “A polícia francesa apreendeu perto de 3 milhões de euros (cerca de US $4 milhões) e deteve cinco indivíduos, num caso que tudo indica envolve o general Bento dos Santos “Kangamba”, dirigente do MPLA e figura próxima do presidente José Eduardo dos Santos. A informação foi divulgada pelo jornal francês La Provence.” Este caso o BNA angolano e sua Polícia fizeram “vistas grossas” e não se investigou coisa nenhuma em Angola; salvo melhor juízo, Bento Kangamba não é KÍNGUILA.

5- Em 2010, os Bancos americanos haviam encerrado as contas da embaixada angolana e dos consulados em Washington (EUA); nesta altura dizia-se que os dirigentes consulares e diplomáticos angolanos faziam transacções avultadas em Dólares cujas origens são nebulosas, agravadas com o facto de que esses mesmos dirigentes angolanos não valorizam a moldura legal do sistema bancário americano e não conseguem orientar-se na base de probidade pública e transparência internacional. Ainda lia-se oficialmente: “O Bank of América fechou todas as cinco contas da Embaixada de Angola em Washington. Um funcionário do Departamento de Estado norte-americano, citado pela revista "Foreign Police", diz que vários bancos, incluindo o Bank of América, consideram que as contas bancárias têm sido usadas para lavagem de dinheiro.” Que o BNA me faça lembrar se este caso envolveu os KINGUILAS.

6- Dia 15 de Julho de 2014 e 13 de Agosto do mesmo ano os portais de notícias online: http://club-k.net/index.php?option=com_content&view=article&id=18520:vice-do-mpla-recusa-se-a-devolver-emprestimo-do-besa&catid=8:bastidores&Itemid=125&lang=pt e http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2014/08/vice-presidente-do-mpla-recusa-se-a-devolver-empr%C3%A9stimo-do-besa.html  noticiaram que: “O Vice-Presidente do MPLA, Roberto de Almeida que terá recebido o crédito de  10 milhões de dólares que aplicou na construção de uma das suas várias casas ao lado da sua sumptuosa residência habitual, na Rua Rei  Katiavala, em Luanda não quer devolver o dinheiro recebido ao Banco passando por desentendido  do contrato creditício ALEGANDO QUE JULGOU QUE O DINHEIRO TERIA SIDO UMA OFERTA.

Ao todo, o  BESA emprestou 5,7 mil milhões de dólares a conhecidas figuras do regime angolano, incluindo vários membros do Bureau Político do MPLA  que alega  ter perdido rastos.

Em meios informais,  insinua-se que uma “Joint” ligada a empresaria Marta dos Santos, irmã do Presidente José Eduardo dos Santos,  em parceria com um construtor  português José Guilherme, terão recebido cerca de 800 milhões de dólares de crédito  que aplicaram  na construção  de edifícios no Talatona, em Luanda.  

No sentido de salvar o BESA, do referido buraco financeiro, o Estado angolano emitiu uma garantia soberana  de 5 mil milhões violando a Constituição Angolana - cujos termos exactos não são conhecidos. O BESA faliu depois de se injectar nele, 5 bilhões, pessoalmente pelo Presidente José Eduardo dos Santos a revelia da Lei angolana. Os edifícios do BESA estão actualmente ocupados por outro Banco chamado BANCO ECONOMICO DE ANGOLA. Ao mesmo tempo as autoridades aplicam-se no sentido de ocultar nomes dos devedores a fim de e proteger criminosos económicos e perseguir os camponeses e KÍNGUILAS”. Meu Ilustríssimo Governador do BNA estas práticas é que geraram a crise de divisas no País. Nenhum KINGUILA beneficiou dos créditos do BESA e nenhum KINGUILA se escondeu atrás do Bureau Político do MPLA para não devolver os dinheiros tirados do Banco. Este caso portanto é mais da Polícia do que os KINGUILAS.

7-Em 2008 começou-se a pensar na criação do Fundo Soberano para gerir os dinheiros do Estado provenientes das receitas do Petróleo. Nesse ano, José Eduardo dos Santos, Presidente do MPLA e por extensão também de Angola anunciou a intenção de desenvolver uma instituição deste tipo, que gere dinheiro do Estado a pensar no longo prazo. 21 de Junho de 2013, o José Filomeno dos Santos, filho de José Eduardo dos Santos, foi nomeado pelo pai dele, a ser presidente do conselho de administração do Fundo Soberano de Angola (FSDEA).O mesmo que gere cinco mil milhões de dólares (cerca de 3,8 mil milhões de euros) provenientes das receitas petrolíferas. Entre várias promessas, o filho do Presidente a quem se deu os 5 bilhões de dólares do petróleo dizia que iria investir em comodities como agricultura, minérios sobretudo o ouro, infra-estruturas, imobiliárias, criaria uma carteira de projectos hoteleiros para toda africa subsaariana hotéis de 3 a 5 estrelas. Hoje olhamos atrás, não conseguimos identificar nitidamente onde estão os investimentos dos 5 bilhões do petróleo dos angolanos e o Filho Querido do Presidente foi reconduzido ao cargo resumido em esbanjar o dinheiro dos angolanos provenientes das receitas do petróleo. O BNA, a Polícia, o Ministério das Finanças e o Parlamento não têm coragem de interpelar o Filho do Presidente, para mostrar nos 164 municípios e 557 comunas angolanos onde afinal investiu os 5 Bilhões de Petróleo?! Dessa forma desaparecem as divisas nos Bancos. E este fundo soberano não emprestou DOLARES AOS KINGUILAS e nenhum KINGUILA invadiu o cofre seguro do FUNDO SOBERANO para serem perseguidos pela Polícia Nacional.

8- Em 2014 os professores universitários e jornalistas, de nacionalidade portuguesa, nomeadamente: Jorge Costa, João Teixeira Lopes e Francisco Lousã, lançaram o livro (diferente do do Governador do BNA de Angola) intitulado: “OS DONOS ANGOLANOS DE PORTUGAL” este livro relata a forma como o dinheiro de Angola drena para Portugal por intermédio dos generais ligados a Presidência de Angola e da segunda filha mais velha do Presidente, a Russa-Angolana (de dupla nacionalidade) e casada com o Zairense, coleccionador de peças de arte, o milionário Sindika Dokolo. Em nenhuma página deste livro fala dos KINGUILAS como causadores do desvio das divisas angolanas para Europa e sim os membros seniores do Governo e seus familiares. Ao Ilustríssimo Governador do BNA recomendo a leitura deste maravilhoso livro com certeza melhor do aquele seu que o catapultou para o BNA em relação as causas de crise financeira angolana.

9- Caso BNA. Antes de 2009 o BNA perdeu mais de 150 milhões de dólares roubados pelos funcionários seniores do referido BNA. Alguns oficiais da Polícia nacional com destaque para o QUIM RIBEIRO estão aparentemente presos e condenados como outros BODES EPIATÓRIOS. Porque uma organização criminosa efectuava transferências ilícitas para o exterior do país. Eram realizadas através da falsificação de documentos introduzidos irregularmente no gabinete do governador do Banco Nacional de Angola. Esse Dinheiro não voltou para o BNA embora os governantes mintam à Nação de que já se recuperou o dinheiro! Aí não entraram nenhum KINGUILA a roubar os dólares no BNA apenas os funcionários orientados pelo senhor “ORDM SUPERIOR”.

10- Depois de 2008, houve uma fraude monumental que envolveu altas patentes da polícia e os empresários de faiadas da Espanha na compra a Espanha de equipamentos para a Polícia Nacional. 206 milhões de dólares! Acordo assinado em 2008 e previa a entrega ao país de veículos, uniformes, equipamento de comunicações e outro material não especificado. 47 milhões foram entregues às empresas, os restantes 159 milhões foram desviados a favor de familiares de funcionários angolanos do mais alto escalão. Segundo o auto do juiz Pablo Ruz, que lidera o processo judicial, o compromisso estabelecido era “altamente desfavorável” para Angola, que comprava material com margens de lucro entre os 200 e os 300 por cento. Apesar das condições vantajosas, os negociantes espanhóis pagaram apenas USD 46,7 milhões aos fornecedores do material, acabando por desviar todo o resto. A partir daqui o dinheiro fez parte de um complexo esquema de branqueamento de capitais, que envolvia a sua transferência, sobretudo a partir do Luxemburgo, para várias contas espalhadas por paraísos fiscais.

11- No dia 07 de Julho de 2014 o portal www.CLUB-K.net noticiou que o empresário Santos Bikuku fora detido nos EUA, com mais de 6 milhões de dólares. O dinheiro era transportado num avião privado de fabrico russo e estava ao serviço de um gestor bancário nacional em Angola. As autoridades locais são descritas como estando a gerir o assunto no maior dos sigilos visto que o empresário é próximo ao regime, sobretudo a administração do Banco de Poupança e Crédito (BPC) e ao Governo Provincial da Lunda-Sul.  Nas movimentações que as autoridades angolanas estariam a proceder para a sua soltura, há considerações no sentido de justificar a polícia americana que Bikuku transportava a referida quantia a fim de efectuar pagamentos para prestação de serviço da sua aeronave, que se encontra em solo americano. Essas somas avultadas que circulam pelos países estrangeiros, Excelência Sr. Governador do BNA isto provoca crise de divisas no País e não os KINGUILAS.

12-Ilustríssimo, Sereníssimo Senhor Governador do BNA, a venda de dólares nas ruas não é a causa da crise e sim a consequência. Mas Excelentíssimo Senhor Governador do BNA sabe e eu também sei e sabemo-lo ambos, que nas ruas angolanas não se vende de forma ilícita apenas os dólares: vende-se de forma ilícita os bens alimentares desde pipocas até as grandes refeições. Vende-se de forma ilícita viaturas de todas as marcas e suas peças sobressalentes; nas ruas de Angola, vende-se de forma ilícitas patentes militares, fardamentos, armamentos de fogo e toda a logística militar e policial estes são casos da polícia e não os KÍNGUILAS que não assaltaram nenhum BNA quando eu e vossa Excelência sabemos que os que açambarcaram todos os dólares do BNA estão a solto e mandar prender os inocentes KÍNGUILAS.

Nas ruas angolanas vende-se de forma ilícita bilhetes de identidade, cartas de condução, passaportes incluindo vistos vitalícios aos estrangeiros. Oferecesse nacionalidade angolana aos estrangeiros até criminosos internacionais com mandatos de capturas. Estes são casos da polícia e não os KINGUILAS.

13-Excelência Senhor Governador do BNA, os dólares são moedas americanas e não angolanas. A única coisa que a economia nos ensina é que para Angola ter dólares em seus bancos não precisa matar os KINGUILAS mas sim, vender os produtos que América precisa. Mas Angola não produz nada a não ser petróleo e diamantes mas concentrados nas mãos dos CHEFES NOMEADOS E NASCIDOS e o Estado Angolano é pobre mas governado pelos milionários que não são KINGUILAS.

14-A América para enviar dólares à Angola, esta precisa produzir novos softwares, novos motores de Lexus, Angola precisa produzir melhores aviões e barcos para os americanos virem comprar deixando dólares em Angola. Mas o nosso BNA desde 1975 só financiou a fábrica da CUCA, NOCAL, EKA e talvez também gelado de Múkua. Embora sejam bons produtos para os Angolanos, eles não são suficientemente qualitativos para os Americanos em massa virem a Angola comprar com seus dólares enchendo nossos bolsos com divisas. Assim, temos que descobrir mais produtos que o mundo precisa. Mas tal é impossível porque os dirigentes do País roubaram todo o dinheiro na era da abundância e guardaram no exterior do País e não pensam em “mandar de volta” o dinheiro de Angola para Angola. Este dossier não envolve os KÍNGUILAS, Sr. Governador do BNA.

15-Excelentíssimo Sr. Governador do BNA, eu sugiro que diagnostique quanto dinheiro angolano está escondido na América, na Europa, na Asia e em alguns países da Africa pelos generais, ministros, governadores, os filhotes dos CHEFÕES e diagnostique honestamente quantos KINGUILAS têm dinheiro guardado nos Paraísos Fiscais?

16- Não seria sensato começarmos seriamente a negociar com os generais, os ministros, os governadores, os governantes de Bancos que guardaram dinheiro angolano na Suíça e noutros países, convence-los positiva e patrioticamente a repatriar o dinheiro angolano para Angola ao invés de o BNA e a Polícia construírem sinergia em investir na GUERRA DE KWATA-KWATA vitimizando os pobres que já são vítimas de malévola e péssima governação?

17-A guerra contra os KINGUILAS é uma guerra injusta, inútil, absurda, maquiavélica, falsa, politicamente nula, juridicamente criminosa porque esta GUERRA que o BNA de S. Excelência declarou contra aqueles inocentes que nunca beneficiaram dos vossos gordos créditos bancários sem retorno ao remetente, que levou o BESA à bancarrota, é uma guerra pecaminosa.

18- Como sempre, o Governo através da Polícia convidada pelo BNA a surrar e prender inocentes, vem evidenciar a filosofia de “ ao invés de combater a pobreza, combate-se os pobres” significa que aos vossos olhos, Excelência Sr. Governador do BNA a única forma de combater a pobreza é matar o próprio pobre, para curar a doença é matar o doente. Assim, não acho ser a ordem natural das coisas. Poupem os angolanos que desgraçadamente nasceram aqui e onde devem viver porque não são milionários como vós, para migrar.

19-Excelência Sr. Governador do Banco Nacional de Angola, recém-nomeado ao cargo mas elevado na gestão de políticas monetárias do País e escrevo-lhe primeiramente porque fora nomeado para este cargo exactamente na era das “vacas magricelas” na era da penúria. É uma tarefa ingrata ser nomeado chefe de cozinha na altura em que o gás acabou, a lenha acabou, o sal acabou, a água acabou, fora sim nomeado para Governar o vento, assim para preencher a agenda de trabalho inexistentes, as tarefas foram identificadas: perseguir inocentes KINGUILAS para justificar gordos salários a custa do sofrimento do povo inocente que vegetam como árvores por lhes faltar um Governo!

20-Quando escrevia esta carta à S. Excelencia, Sr Governador do BNA, assaltou-me à vista uma notícia deveras lancinante: “A Polícia Nacional angolana anunciou hoje a detenção de quatro homens por venda ilícita de divisas nas ruas de Luanda, depois de o Banco Nacional de Angola (BNA) ter apelado à intervenção policial para travar esta prática. Segundo a polícia angolana, além da detenção dos quatro suspeitos, com idades entre os 34 e os 45 anos, a "operação KINGUILAS" levou à apreensão de várias quantias em dólares (divisas) e kwanzas, bem como recargas telefónicas e terminais de pagamento electrónico…Finalmente, a polícia para além de roubar os taxistas, roubar vendedeiras ambulantes, a polícia para além de roubar os presos e seus familiares nas unidades prisionais, agora a polícia fora autorizada pelo BNA a roubar os KINGUILAS e vendedores de recargas telefónicas e consolidar a carreira de perseguir inocentes e salvar os interesses dos nobres e seus familiares como faziam os velhos sipaios colonialistas ou seja: proteger os chefes e suas propriedades em detrimento do Povo inocente e vítima da situação.

 

21-Mas ainda como intelectual avisado, Sua Excelência Sr. Governador do BNA seria bom avisar aos perseguidores e opressores do povo que esta crise veio para ficar e só irá terminar quando um novo Governo entender que não se rouba o erário público. Avise-lhes também que a festa dos avultados dólares do petróleo parece que acabou mesmo. A crise não irá terminar a não ser que o Governo ajude a devolver todos os dólares roubados em Angola e escondidos nos Paraísos fiscais da Europa, América e Asia.

 

22- Excelências Sr. Governador do BNA os dólares jamais voltarão em abundância a não ser que o Governo produza coisas em quantidade, qualidade, originalidade e venda aos Países estrangeiros que deles precisam e têm os dólares e euros e que por esta via consiga aceder aos mercados monetários valiosos no momento actual.

 

23-Excelência Sr. Governador do BNA estou consciente do calvário a que está sujeito e não me colocaria jamais em seu lugar mas S. Excelência está a altura do desafio, por isso peço encarecidamente que transmita o meu recado para o Governo do MPLA: deve imediatamente cessar sua estratégia patrimonialista e enverede pelo controlo da riqueza do País na base da ética, da probidade pública, da transparência e senso de responsabilidade e responsabilização civil e criminal aos devedores dos bancos qua tale o BESA senão esta crise irá piorar e destruir o próprio Estado actual que está preso na sua negatividade.

Para terminar fecho com o ditado em Umbundu que diz: “ esanda walinga kepya, kimbo lyukulandula” tradução: a mentira que praticas nas lavras, segue-te em casa. O tempo em que os dirigentes andaram a brincar com o dinheiro do País seguiu-nos em casa e devemos assumir esta realidade e dela tirarmos lições e quiçá lubrificarmos as mentes para uma limpa criatividade e soluções felizes sem necessariamente MATARMOS OS INOCENTES KÍNGUILAS.

Muito obrigado pelo tempo que me legou a ler estas desalinhavadas palavras.

 

Por: Ângelo Kapwatcha