Lisboa - A Procuradora-Geral da República de Portugal questionou esta sexta-feira as autoridades de Luanda se podiam extraditar o vice-presidente de Angola, Manuel Domingos Vicente suspeito de ter corrompido um antigo procurador em Portugal. Num documento a que a SIC teve acesso, o Procurador-Geral angolano, general João Maria de Sousa rejeitou a possibilidade de entregar Manuel Vicente, mas admitiu pensar na hipótese de continuar o processo em Angola. 

Fonte: SIC

João Maria de Sousa em defesa do vice-presidente 


A Operação Fizz colocou o antigo procurador  Orlando Figueira na mira das autoridades, por suspeitas de ter recebido dinheiro para arquivar processos.


Do português Orlando Figueira, as suspeitas chegaram até Angola, mais concretamente ao vice-presidente Manuel Vicente, num caso que mereceu críticas, nomeadamente via Jornal de Angola, à justiça portuguesa.


A SIC revela esta sexta-feira que teve acesso à missiva que a Procuradoria-Geral da República enviou para Angola e a resposta a cada alínea por parte de João Maria de Sousa, homólogo angolano da procuradora Joana Marques Vidal.


Os investigadores portugueses optaram por acionar os mecanismos de cooperação jurídica que permitiriam a constituição de arguido de Manuel Vicente e subsequente interrogatório. Angola respondeu negativamente ao pedido de extradição para interrogatório de Manuel Vicente.


João Maria de Sousa defendeu que as suspeitas de corrupção não diziam respeito a o exercício de funções Manuel Vicente enquanto ‘vice’ angolano e que, tendo em conta o cargo que tem, Manuel Vicente não poderia ser extradito, o facto de viver e exercer funções em Angola.


O procurador angolano rejeitou assim entregar Manuel Vicente às autoridades portuguesas mas admitiu ponderar a possibilidade de o processo judicial continuar, mas em Angola.