Cunene - Consta da historia da província do Kunene que os povos Nhaneca-Humbe1 (Muhumbis) que representa 13,0% dados do Censo 2014 do qual é originário o actual governador daquela província General Kundi Paihama como faz questão de ser tratado quando pretendem intimidar este e aquele e do Kuando Kubango Pedro Mutindi procurou sempre ter supremacia dos povos ovakwanhamas, que representa 47,9% da população total do Kunene dados do Censo 2014 do qual era originário o malogrado governador Professor Dr. António Didalelwa.

Fonte: Club-k.net

Sob o comando do General Kundi Paihama

Há quase um sentimento generalizado nos corações do povo do Kunene que recordam amargamente o período de 1976-1979 altura em que o General Kundi Paihama liderou a província do Kunene na época como Comissario Provincial em que ostracizou, humilhou e fez das tripas o coração a todo o povo Ovakwanhama e é parte do seu legado naquele que se constituiu o seu primeiro mandato a frente do povo ovakwanhamas ser o mandate de transformar a Igreja da Omupanda em quartel das FAPLAS2, braço armado do partido MPLA. Esta apetência de supremacia a um povo não terminou em 1979 com o fim do seu mandato como Comissário provincial do Kunene, pelo contrario foi aperfeiçoado e reforçado com a Pedro Mutindi, hoje no comando dos Nganguelas, Kuando Kubango que fez e desfez a sua maneira ao povo ovakwanhama no período compreendido de 1983 a 2008.

 

Tanto é, que havia intensões no passado de se dividir a província do Cunene em duas províncias (Alto Cunene e Baixo Cunene) devido esta perseguição dos muhumbis aos povos ovakwanhama. Tal perseguição ganhou um abrandamento com a nomeação do malogrado governador Professor Dr. António Didalelwa que procurou amenizar os ânimos e congregar todos os povos como filhos de uma única pátria, primando sempre pelo respeito a vida, dignidade humana e paz entre os povos, atributo que muitos acreditam ser pelo facto de ser um verdadeiro discípulo de Cristo e não como muitos fazem questão de publicitarem-se em actos políticos e outros meios quando o entendem, comentou um cidadão ovakwanhama. Este disse ainda, coisa boa não dura muito, e nos povo do Kunene entre membros do governo, simpatizantes do MPLA e cidadão comum lamentamos e lamentaremos a morte daquele que para eles foi o unificador entre os povos, pautando sempre pela coesão, reconciliação e pacificação dos espíritos, chegando ao ponto de atribuir a sua morte como não natural.

40 anos depois General Kundi Paihama volta mas destemido de tudo e de todos, determinado em maltratar o povo ovakwanhama, conforme os relatos e factos que mas abaixo procurarei aprofundar.

 

Faço aqui um parenteses para recordar sobre o caso Sumy, no Km 25 na Comuna da Catata, município da Caála, província do Huambo em 2015 que também sobre o seu comando, aniquilou e liderou o fracassado extermínio dos umbundus seguidores de José Julino Kalupeteka. Hoje olhando para as evidencias e os relatos do acontecido, esta claro que não houve crime nenhum que justificasse o aniquilamento dos crentes da Igreja Adventista Luz do Mundo e a condenação do seu líder a 28 anos de prisão efectiva. Reflectindo aos vários episódios passados como a sexta feira sangrenta, a perseguição aos povos Bakongos, Ibindas, umbundus (que deliberadamente o arquitecto da ZAP ordenou o seu aniquilamento a quando da perseguição do então malogrado e fundador presidente da UNITA), parece me ser uma pratica aceitável no partido estado MPLA sob o olhar impávido do então “Arquitecto da ZAP”. Mas este é um outro tema que pretendo trazer para em conjunto reflectimos.

 

Voltando aos Kunene que é o foco da minha abordagem, dizia acima que alguns factos falaram por si. Vamos a eles então Comenta-se no seio dos ovakwanhamas que, a quando da sua chegada ao Kunene como governador da província, 40 anos depois no aeroporto para a sua recepção havia dois grupos com indumentarias diferentes para o recebe-lo com dança como é costume local quando se recebe alguém na comunidade. De acordo a cultura local, a indumentaria para os eventos de género é feita com o tecido “Delela”. Neste dia, havia duas indumentarias, uma que representa a cultura local trajava “Delela” que a sua chegada este grupo foi preterido pelo então governador a um outro grupo que trajava a “Samacaca” o que representou um insulto a cultural local e sinal de que tudo voltaria como antes em que comandou o General e Pedro Mutindi comandaram a província.


No seu primeiro pronunciamento ao povo do Kunene preferiu palavras que chamaram atenção e preocupou aqueles que sempre foram ostracizados, nos seguintes moldes “Não vim aqui para agradar os ovakwanhama, mas sim para trabalhar”. E a pergunta que não se cala diante destas demostrações de perseguição a um povo que apenas quer coabitar em harmonia e em paz com todos povos é: “Porque só agradar os ovakwanhama, se somos vários povos?” Porque indicar o general em idade de reforma quando se necessita sangue novo para alavancar o desenvolvimento da província? Esta ultima questão é sustentada a um outro facto, mas adiante.

 

Instaurou-se um sentimento generalizado de medo e perseguição junto do pelouro governativo e partidário do então malogrado professor Dr. António Didalelwa, que segundo fontes bem informadas no seio do MPLA e do Governo provincial do Kunene avizinha-se uma massiva caça as bruxas com a exoneração de todos aqueles que com o Ex-Governador procuraram alavancar o desenvolvimento da província e o crescimento do partido, prova disso é a recente entrevista que o General Kundi Paihama deu a TV Zimbo na qual minimizava os feitos do professor Dr. António Didalelwa, acusando o seu pelouro publicamente de desvios, porquanto diz-se tais desvios datam da época de Pedro Mutindi. Evidencias disso é a actual remodelação que o General efectuou nas direccões provinciais do Kunene.


As populações da Omupanda, local onde nos anos 1976 – 1979 o general Kundi Paihama ordenou a transformação da igreja católica em quartel das forças armadas, veem-se privadas da presença de brigadas de registo eleitoral e de campanhas de vacinação, vendo-se obrigados a percorrer longas distancias para aceder a estes serviços e muitas das vezes, com certo atraso, ficando mesmo a quem destes serviços como é o caso das campanhas de vacinação. Tudo porque o general Kundi Paihama e fanáticos do MPLA, apesar de o arquitecto da ZAP ter vindo constantemente a apelar a reconciliação e a unidade, é considerada zona da UNITA e por esta razão devem ficar a margem de qualquer serviço social.


Fontes próximas e conhecedoras da matéria junto ao governo e Comité Provincial do MPLA da província do Kunene, que pediram anonimato temendo retalhações, asseguraram que no dia dia 28 de Março de 2017 que por volta das 14H00 o Padre Severino Hisekwa, pároco da Se Catedral do Comuna de Ondjiva, município de Kwanhama, província do Kunene, foi convocado no comité provincial do partido do MPLA para se explicar o facto de que quando celebrava a homilia/ missa do passado domingo dia 26 de Março de 2017 ter comentado publicamente com os fiéis na igreja católica que os brigadistas (CNE/MAT) que efectuam o registo eleitoral na província preteriressem-se das responsabilidades as quais lhes são delegadas para concentram- se nos comités do partido MPLA e ao seu serviço dos mesmos efectuarem o registos e preencherem as fichas de militantes que ingressam no MPLA, sempre que se regista chuva. Neste encontro os padres (Severino Hisekwa, Gaudêncio Félix Yakuleingue, que segundo a fontes em solidariedade ao seu colega, acompanhou-o) lhes foi dito que existem informações segundo as quais um grupo de padres pretendem fundar um partido politico e por esta razão o General Kundi Paihama e o comité provincial do partido MPLA não vê de bom agrado as seguintes individualidades eclesiásticas Dom Fernando Guimarães Kevano, Dom Dionísio Hisipenapo, Padre Severino Hisekwa, Padre Gaudêncio Félix Yakuleinge e Padre Jacinto Pio Wacussanga, este ultimo da arquidiocese da Huila o qual a sua crispação com o então General Kundi Paihama datar de longa data devido a sua intervenção a favor dos mais desfavorecidos. Para tal há uma orientação do “Peixe Grande” como é carinhosamente tratado o general e governador Kundi Paihama, para as forças de segurança no sentido de monitorar os actos e passos destas individualidades eclesiásticas.


Fonte do Comité Provincial do MPLA no Kunene, dizem ter se instalado um desespero generalizado no seio do Secretario Provincial do MPLA e em particular o cabeça de lista para as eleições 2017 no sentido de se conseguir assinaturas com as devidas fotocopias (BI e Cartão de Eleitor) para formalização das candidaturas, ao ponto de se estar a coagir os professores a assinarem as respectivas fichas em detrimento de serem descontados dos seus míseros salários um valor correspondente a 5.000.00 Kz (Cinco Mil Kuanzas).


Um outro factor de crispação entre os ovakwanhamas e as estruturas local e central do governo e do MPLA pretende-se a grafia e fonia dos nomes de pessoas e localidades, que de acordo o povo do Kunene, o nome da província escrevesse com “K” e não com o “C”. Este é apenas um do exemplo mais evidenciado dos vários nomes que lhes são impostos a grafia e a fonia. Fontes contactada junto ao Ministério da Administração do Território, confirmou este desencontro do sentimento de pertença da cultura local, tendo se chegado ao ponto de o MAT exigir a direcção da Radio Ecclesia a coagir o seu correspondente (Radio Diocesana do Kunene) local a não enfatizar nas suas reportagens comos seguinte dizeres “do Kunene com K, Jornalista.......” Este elemento ficou bastante evidente quando o pároco local Gaudêncio Félix Yakuleinge, a quando da sua participação no programa da Voz da America “Angola Fala Só” repetidamente disse Kunene com K

Voltado ao facto N.o 2, a nomeação e o regresso do General Kundi Paihama, mesmo já na idade da reforma

e sem muita massa cinzenta para alavancar e dinamizar o desenvolvimento da provincia, para além de que do seu estado de saúde carece de cuidados, comenta-se no seio das populações que quando o General Kundi Paihama apareceu no Kunene em 1976, fazendo-se acompanhar de soldados cubanos foi recebido como um filho e irmão. O povo trabalhou e combateu com ele. O povo se entregou a luta de corpo e alma pela manutenção da independência nacional, apesar desta apetência de supremacia aos povos ovakwanhamas que carrega nas suas veias. Ainda assim, comenta a população que naquela altura, o senhor apregoava que se devia combater o neocolonialismo, a pequena burguesia e defender o povo, custe o que custasse. Infelizmente, 40 anos depois, Kundi Paihama regressa ao Kunene como um neocolonialista e burguês impiedoso. Os colonialistas portugueses que na década de 70 do século passado usurparam as terras do Curoca, hoje ao lado de Paihama seriam alunos não aplicados. É sabido por todos que o General Kundi Paihama possui terras por todo canto deste imenso país. Infelizmente, nunca se viu nenhuma produção das suas fazendas. Todos se perguntam o que faz Paihama com tantas terras que possui? Qual é o fruto que sai das fazendas de Kundi Paihama? Todos estão convencidos que ele é um individuo que ocupa terras só por ocupar, não produz e nunca produziu, absolutamente, nada.

 

No Kunene, o insaciável General se lhe conhece uma fazenda na comuna da Mupa, município do Cuvelai. No tempo em que foi Ministro dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria valeu-se dessa condição para enganar as pessoas. Naquela altura, assegurou a todos que tendo em conta o número elevado de antigos combatentes desempregados o Ministério dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria criaria uma fazenda para empregar os antigos combatentes daquela área e não só. Infelizmente, pouco tempo depois, a verdade veio de cima. A fazenda não tinha nada a ver com os antigos combatentes. É propriedade de Paihama.

 

De forma ardilosa usou o Ministério que dirigia para se apropriar das terras dos camponeses. Quilômetros e quilômetros das melhores terras de pacatos camponeses ovakwanhamas foram usurpados. Desde o surgimento dessa fazenda, ano após ano, está a morrer muito gado por falta de pastos. Hoje em dia, o povo não consegue pastar o seu gado porque a vedação de Paihama açambarcou pastos, água e obstruiu as passagens para se atingir outros lugares com água e bons pastos. Sem dó nem piedade a sua ambição desmedida agravou a pobreza de milhares de camponeses daquela área. O insaciável Paihama não ficou por ali. Agora se virou para área de Chitado e Kaluheke, municípios de Curoca e Ombadja, respectivamente. Depois de corromper algumas pessoas trouxe máquinas que estão a revolver tudo. Destruindo zonas de pasto, lavras, casas e tudo de valor para os povos Hereros e Nyanekas que habitam aquela área. Ocupou vasta área, que vai desde a comuna do Chitado no município do Curoca, passa pelo Naulila e Humbe, município de Ombadja. Todos os sinais apontam que o interesse do General não é só o ramo agropecuário, também lhe interessam os diversos minerais que aquela área possui. Todas tentativas de conversação fracassaram até ao momento porque o usurpador Paihama, verdadeiramente só quer impor a sua vontade. As autoridades governamentais estão, claramente ao lado dos invasores porque apesar de se enviar um emissário da Casa Civil da Presidência da Republica em 2016 com poderes delegados para negociar com as comunidades e tendo se constituído na altura uma comissão de negociação onde integra o vice-governador para a Esfera Técnica da Província do Kunene, Sr. Cristino Mario Ndeitunga, Director provincial da Agricultura, Administradores Municipais e Comunais das áreas afectadas e comunidades, mas a policia nacional com uma brutalidade inaudita está em frente armada até aos dentes e pronta para prender e matar, facto é este que foi instalada uma esquadra ao inicio das terras já trabalhadas pelos invasores. Depois da polícia seguem os tratores e buldozers arrasando tudo que encontram pelo caminho.

 

Se esse povo do Cunene sempre lutou e defendeu o MPLA, por que este MPLA deu as costas ao povo fiel do Kunene? Será que o MPLA perdeu a sua essência de defensor intransigente dos interesses do povo? Será que o MPLA, definitivamente, foi assaltado por ladrões, usurpadores e corruptos? Será que no MPLA já não existem dirigentes honrados? Será que as ambições dos poderosos são mais importantes que o povo?

 

Esta apetência insaciável de perseguição do general Kundi Paihama ao padre Jacinto Pio Wacussanga que apesar de residir na Huila é também associado a lista negra de sacerdotes da província do Kunene está associado a este assalto das terras comunitárias a localidade do Curoca. A Voz da América noticiou que a ameaça que terá sido feita na sexta-feira, dia 4 de Novembro de 2016, durante uma reunião com representantes de todos Uma coisa é certa, Senhor Kundi Paihama, poderá ocupar as terras, usar toda força a sua disposição, prender e matar, mas saiba que só vais ganhar algumas batalhas, nunca a guerra. O povo do Cunene é aguerrido. A bravura corre-lhe nas veias. Nunca descansará na luta pela sua terra. São herdeiros das tradições de luta e de combatividade de
Mandume.


Nunca incontornáveis da Nunca se renderá nem venderá diante de neocolonialistas. As gerações presentes e futuras lutarão, incansavelmente até que se faça justiça. Desabafou um Ovahimbas ao referir que este é um problema dos homens e não das mulheres, para justificar a confrontação com os invasores e derramamento de sangue.


os partidos políticos com assento no parlamento para se discutir a harmonia entre eles. Padre Jacinto Pio Wakussunga e Organizações Não-Governamentais (ONGs) têm estado envolvidos na defesa de pessoas que perderam as suas terras a favor de projectos agrícolas de General Kundi Paihama no Curoca.

Contextualização dos dois povos

O grosso da população do Kunene faz parte de diferentes grupos do povo Ovambo, entre os quais os okwanyama (Kuanhama) se destacam pelo seu peso demográfico. Pequenas minorias da população pertencem a diferentes outras etnias. Os Hinga são considerados como inserindo-se na categoria Nyaneka-Nkhumbi e têm um modo de vida semelhante ao dos Ovambo.

 

Os Kwanyama tiveram, porém, no século XVIII uma "massa crítica" suficiente para constituir uma unidade política (um "reino" na terminologia colonial) com bastante estabilidade. Os habitantes da província envolveram-se relativamente pouco na luta pela independência de Angola, mas os Kwanyama conseguiram na fase final da ocupação colonial um empenho algo maior de Portugal no desenvolvimento da sua área, p.ex. pela criação de mais escolas.

 

Para os Ovambo existe desde os anos 1960 um contencioso primeiro com o Estado colonial, depois com o Estado angolano independente, pelo facto de ambos terem permitido a apropriação de extensos terrenos, primeiro por colonos brancos, a seguir por parte de políticos ou militares de alta patente - dado que estes estabelecem cercas de arame em volta das suas possessões, impossibilitando deste modo a transumância, vital para povos agro- pastores. Os greves problemas sociais, económicos e ecológicos daí resultantes são em princípio conhecidos mas até hoje pouco tidos em consideração pelas autoridades políticas.

 

O termo Nhaneca-Humbe é utilizado para designar um conjunto de etnias agro-pastoris do sudoeste de Angola. Localizadas na sua maior parte na Província da Huíla, estas etnias combinam a criação de gado bovino com uma agricultura geralmente destinada mais à auto- subsistência do que à comercialização[1]. Cada etnia (muíla, handa, etc.) tem a sua identidade social e suas características culturais e linguísticas próprias, e elas não se consideram como fazendo parte de um conjunto abrangente.[2] A maior parte dos nhanecas e humbes aderiu ao cristianismo, predominantemente à Igreja Católica, no decorrer do período colonial. A escolarização fez progressos lentos e continua a baixo da média nacional. Uma parte significativa passou a viver nas vilas e cidades, abandonando, completamente ou em parte, o seu modo de vida tradicional.

Mbanje Liso Liove