Luanda - O cabeça-de-lista do Partido de Renovação Social (PRS) às eleições gerais de 23 de agosto, Benedito Daniel, prometeu hoje "recuperar a esperança e devolver a dignidade" às populações da província da Lunda Norte, dizendo que vivem em "condições degradantes".

Fonte: Lusa

"O povo está totalmente desesperado e ainda pergunta se de facto estão independentes ou não. E o que nós queremos é apenas recuperar a esperança deles e devolvê-los à dignidade que eles merecem", disse à Lusa o líder e candidato do PRS, à margem da atividade política na província.

 

Benedito Daniel trabalha desde quarta-feira na província da Lunda Norte, leste de Angola, zona do país onde o PRS, terceira força política da oposição, tem uma base forte de apoio.

Numa zona considerada pela forte produção diamantífera, o candidato à eleição, indireta, para Presidente da República afirmou que a condição social do "povo Lunda" continua a "degradar-se dia após dia", devido ausência de "condições básicas de vida".


"Com falta de escolas, hospitais, de meios de comunicação, estradas aqui não existem, as telecomunicações são muito difíceis", apontou.

Depois de levar a sua mensagem política às localidades do Cuango e Cafunfo, a delegação do PRS vai trabalhar no sábado no Dundo e Lucapa, prevendo vários atos de massas, em campanha eleitoral, que decorre até 21 de agosto.

Benedito Daniel aproveitou a oportunidade para denunciar constantes violações dos direitos humanos naquela província: "A Justiça quase que não existe, a impunidade é vigente. Quer dizer que até o próprio discurso torna-se um pouco difícil nesta área e é mesmo mudança que eles precisam", observou.

Para o político, a "institucionalização urgente do federalismo" vai pôr fim as reivindicações sociais que ainda se registam "nas Lundas", recordando que existe um movimento do protetorado que reivindica socialmente "aquilo que eles interpretam como independência".

De acordo com Benedito Daniel, essa pretensão não é nada mais do que uma reivindicação do bem social por melhores condições normais de vida, "que o atual Governo não consegue materializar".

"Condições que possam devolver a dignidade ao angolano residente na Lunda para que ele tenha um sentimento de pertença do país que lhe viu nascer", rematou.

As eleições gerais em Angola estão marcadas para 23 de agosto e concorrem seis forças políticas, além do PRS também o MPLA, UNITA, CASA-CE, FNLA e APN.

Será eleito um novo parlamento, Presidente e vice-Presidente da República.