Luanda - A agência de notação financeira Moody`s antecipa que a economia de Angola tenha sofrido uma recessão de 0,7% no ano passado e prevê que o crescimento neste e no próximo ano fique nos 2%.


Fonte: Lusa

"A Moody`s antecipa uma perspetiva de crescimento económico mais baixa, cujo PIB deverá crescer, em média, 2% em 2017 e 2018, o que é muito mais fraco que a média de crescimento de 4,5% entre 2010 e 2015", escrevem os analistas da agência de `rating`.



Na explicação que acompanha a descida do `rating` do país, anunciada na sexta-feira à noite, a Moody`s escreve que "apesar de Angola ter saído da recessão de 2016, quando o PIB encolheu 0,7%, a economia do país continua a ser negativamente afetada por vários fatores, incluindo a falta de liquidez de moeda externa e a elevada inflação, que erode o poder de compra".

 

Na sexta-feira à noite, a Moody`s anunciou que desceu o `rating` da dívida pública de Angola de B1 para B2, mantendo-a num nível de classificação especulativo, ou seja, `lixo` ou `junk`, como é normalmente conhecido.

 

A descida no `rating` da dívida soberana de Angola, acrescida de uma Perspetiva de Evolução que passa de Negativa para Estável, é acompanhada de uma previsão de elevada inflação, cortes no investimento público e um sistema bancário "fraco".

 

"Angola ainda enfrenta o difícil desafio da diversificação", escreve a agência de notação, ao justificar a descida de mais um nível no `rating` da dívida soberana.

 

O endividamento público do país quase duplicou nos últimos quatro anos - para fazer face à quebra nas receitas com a exportação de petróleo -, persistindo as "pressões externas", na forma de reduzida liquidez em divisas.

 

A isto acresce o declínio das reservas internacionais líquidas do país, acrescentam os analistas da Moody`s.

 

A decisão da Moody`s surge pouco mais de um mês depois de a Fitch ter decido manter o `rating` de Angola em B (também abaixo do nível de recomendação de investimento) mas com uma Perspetiva de Evolução Negativa, o que sugere que se não houver uma alteração significativa, a avaliação da qualidade do crédito soberano angolano será também revisto em baixa no próximo ano e meio.

 

A Fitch também estima que Angola tenha estado em recessão de 1% no ano passado e prevê um crescimento económico de 1% este ano.

 

Na semana passada, o novo Presidente de Angola disse que o país tinha crescido 0,1% no ano passado, apesar de os números oficiais do Instituto Nacional de Estatística apontarem para uma recessão de 3,8% nos três primeiros trimestres do ano passado - que são os últimos números disponíveis.