Luanda - A agência de notação financeira Moody's desceu hoje o 'rating' do Banco Angolano de Investimentos (BAI) de B1 para B2, uma decisão que decorre da descida da República de Angola, na sexta-feira à noite.

Fonte: Lusa

"A ação de 'rating' de hoje é motivada principalmente pela descida do 'rating' de Angola de B1 para B2, e reflete a visão da agência segundo a qual a enfraquecida solidez de crédito do Governo traduz-se numa redução da capacidade para apoiar os bancos angolanos, incluindo o BAI, em tempos de stress", lê-se no comunicado que acompanha a decisão da Moody's.

 

A Moody's afirma também em b3 a avaliação base do crédito desta instituição financeira, uma vez que espera que "o perfil de crédito autónomo do BAI se mantenha resiliente, no atual nível de 'rating', apesar das desafiantes condições de operação, dado que tem o capital e as almofadas de liquidez adequadas".

 

Na sexta-feira à noite, a Moody's anunciou que desceu o 'rating' da dívida pública de Angola de B1 para B2, mantendo-a num nível de classificação especulativo, ou seja, 'lixo' ou 'junk', como é normalmente conhecido.


A descida no 'rating' da dívida soberana de Angola, acrescida de uma Perspetiva de Evolução que passa de Negativa para Estável, é acompanhada de uma previsão de elevada inflação, cortes no investimento público e um sistema bancário "fraco".

 

"Angola ainda enfrenta o difícil desafio da diversificação", escreve a agência de notação, ao justificar a descida de mais um nível no 'rating' da dívida soberana.

 

O endividamento público do país quase duplicou nos últimos quatro anos - para fazer face à quebra nas receitas com a exportação de petróleo -, persistindo as "pressões externas", na forma de reduzida liquidez em divisas.

 

A isto acresce o declínio das reservas internacionais líquidas do país, acrescentam os analistas da Moody's.

 

A decisão da Moody's surge pouco mais de um mês depois de a Fitch ter decido manter o 'rating' de Angola em B (também abaixo do nível de recomendação de investimento) mas com uma Perspetiva de Evolução Negativa, o que sugere que se não houver uma alteração significativa, a avaliação da qualidade do crédito soberano angolano será também revisto em baixa no próximo ano e meio.