Lisboa – O general Geraldo Sachipango Nunda apresentou recentemente um pedido de demissão da Chefia do Estado Maior General das Forças Armadas Angolanas, em consequência do seu nome estar a ser mencionado num processo que envolve uma rede tailandesa que se propunha investir 50 bilhões de dólares em Angola. O Presidente João Manuel Gonçalves Lourenço recebeu o pedido mas declinou.

Fonte: Club-k.net

Segundo apurou o Club-K, o tema da demissão daquela alta patente, foi inicialmente ensaiado pelo ministro da Defesa Nacional, Salviano Sequeira "Kianda" que abordou o novo procurador-geral da República, Hélder Pitta Grós para que aconselhasse o CEMGFAA, Geraldo Nunda a colocar o seu lugar a disposição, para salvaguardar a imagem das forcas armadas.

 

Hélder Pitta Grós, por sua vez, falou pessoalmente com Geraldo Nunda que acolheu a sugestão do seu interlocutor convencido tratar-se de um “recado Presidencial”.

 

Sem se opor da decisão, o general preparou a carta e apresentou ao Presidente João Manuel Gonçalves Lourenço. Este por sua, vez, chamou-o informando que não dera nenhuma instrução neste sentido e negou o pedido de demissão de “Lin Biao”, alcunha que este oficial usava ao tempo da guerrilha da UNITA, em homenagem ao comandante chineses que dirigiu a luta contra os japoneses na Manchúria.

 

Como gesto de confiança, o Presidente alargou os poderes do Chefe do Estado-Maior General sobre matérias do Poder Executivo na formulação, execução e controlo das actividades no âmbito da actividade do Serviço de Inteligência e Segurança Militar Operativa dos Ramos, Regiões Militares, Aéreas, Navais e Grandes Unidades das Forças Armadas Angolanas.
 

No processo da rede Tailandesa, na qual o general Nunda é mencionado na qualidade de Presidente da Assembleia de Mesa de uma cooperativa habitacional dos ex-militares (“Ondjwo Yeto”), estão também outras altas patentes militares, embora já na reforma. São os generais José Manuel Arsénio, Presidente da cooperativa e antigo logístico das FAA, e Afonso Lopes Teixeira Garcia «Led», também ele dirigente da cooperativa e antigo Vice-chefe do Estado Maior General para a Logística e Infra-estruturas. Todos eles foram constituídos arguidos por decisão da PGR.

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