Lisboa - Estão a ser assinaladas démarches tendentes a “salvaguardar”, a imagem de José Filomeno dos Santos “Zenu” das suspeitas de envolvimento na transferência ilegal dos USD 500 milhões saídos do Banco Nacional de Angola (BNA).
Fonte: Club-k.net
Entregou o passaporte por vontade própria
Nesta segunda-feira, o subprocurador-geral da República de Angola, Luís Benza Zanga, anunciou em conferencia de imprensa, que o filho do ex-Presidente Eduardo dos Santos, e os outros arguidos, estão impedidos de sair de país. Porém, de todos os arguidos, Filomeno dos Santos é o único que não foi lhe retirado o passaporte. Em carta que o Club-K publica em anexo, Zenu confirma que não lhe foi aplicada nenhuma medida de coação e que foi o próprio que disponibilizou o seu passaporte as autoridades, depois das declarações do procurador Benza Zanga.
O subprocurador anunciou igualmente que Filomeno dos Santos e seus amigos do BNA estariam envolvido na prática suspeita de crimes de defraudação, peculato e associação criminosa, entre outros. Havendo peculato, ficam apenas neste crime, o ex- governador do BNA e seus colegas, uma vez que este pratica destina-se a funcionários públicos que se apoderam de fundos no exercício do seu mandato. José Filomeno fica de fora por que não é funcionário do Banco Central.
Num outro gesto interpretado como para salvaguardar a figura José Filomeno dos Santos, o subprocurador Luís Benza Zanga, ocultou em anunciar/mencionar que este filho de Eduardo dos Santos, está arrolado num outro processo (PGR 006/2017), por detetarem empresas suas - como a Intercontinental Service, Figures Trade, Inteliz, e etc, - que beneficiavam de transferências de valores para serviços (aos BNA) que não aconteceram.
Em meios que observam tais démarches, há a convicção generalizada que a conferencia de imprensa da PGR foi calculada para transmitir a sociedade o compromisso eleitoral do Presidente João Lourenço de combater a corrupção, mas que na verdade a “batata quente”, sobrara para o ex-governador do BNA, Walter da Silva Filipe e para o seu antigo consultor João Domingos dos Santos Hebo, tido como estando em parte incerta, no exterior do país.
João Domingos dos Santos Hebo, segundo apurou o Club-K, é o consultor do BNA que elaborou o relatório que convenceu o então Presidente José Eduardo dos Santos a autorizar a transferência dos 500 milhões de dólares que “caíram” na conta do consorcio na qual faz parte a empresa fantasma “Mais Financial Services”, detida por José Filomeno e seu "testa de ferro", Jorge Gaudens Pontes Sebastião.
Dentre os filhos de Eduardo dos Santos, José Filomeno é o que mais afinidades tem com o actual Presidente João Lourenço. Zenu esta ligado a um consorcio no ramo da exploração de ouro em cruzamento com a família Lourenço. A sua esposa Mayra Isungi Campos Costa dos Santos é filha de uma prima/irmã de João Lourenço. Uma irmã do PR, de nome Edith do Sacramento Gonçalves Lourenço e seu esposo Miguel Ventura Catraio foram os padrinhos de casamento de Mayra.
