Lisboa - A jornalista Mara Dalva Delgado Van-Dúnem foi afastada e proibida de apresentar os noticiários da Rádio Nacional de Angola. A decisão partiu da nova diretora geral desta emissora estatal, Paula Simons que terá invocado motivos de incompatibilidade por a jovem jornalista emprestar a sua voz a espaços publicitários e por estar prestes a estrear-se para um programa na TPA.

Fonte: Club-k.net

Mau estar na principal  Rádio Estatal 

ImageEmbora seja um quadro antigo da Rádio Luanda, Mara Dalva passou a fazer televisão depois de ter sido descoberta pela Semba Comunicação de Tchizé dos Santos, no inicio de 2009.

 

O seu afastamento dos noticiários da radio nacional tem dado azo a contestação pública da gestão de Paula Simons a quem os funcionários acusam-na de estar a “destruir a RNA”. Desde que assumiu a direção de informação da RNA, terá aplicado medidas que levaram a fuga de quadros como Jorge Eurico, Antônio de Sousa e outros de nome impreciso. Anteriormente teria também vetado a jornalista Círia de Castro de apresentar os noticiários por alegada razões de incompatibilidade.

 

A crise de liderança que se verifica na RNA, é também espelhada num texto que circulou recentemente nas redes sócias atribuído a um  Jornalista interno, descrevendo esta emissora como estando sem norte. “Há uma contestação silenciosa em relação a gestão de conteúdo por parte da Administradora Paula Simons que está a destruir a identidade da RNA”.

 

Segundo a fonte  “A RNA não tem carro para reportagem, às vezes não tem papel para imprimir as notícias, telefone sem saldo e cortes abusivos nos salários. Hoje na antena já não há outro género jornalístico que não seja a notícia. A Paula Simons acabou com as entrevistas e reportagens”. No seu ponto de vista “O ministro da Comunicação Social enganou o PR João Lourenço ao ter proposto o nome de Paula Simons para administradora de conteúdos da RNA.”

 

Os reparos atribuídos ao jornalista interno  não se distanciam  aos tecidos por um outro jornalista Carlos Alberto, que num texto difundido nas redes sociais, faz duras criticas a gestão de Paula Simons que é igualmente PCA da agencia de publicidade “ISENTA — Comunicação e Imagem, Limitada”.

 

“O problema é que a Paula Simons já não tem autoridade moral para falar de princípios jornalísticos. Aliás, nem devia ter aceitado o cargo na RNA. Ao fazê-lo, perdeu o respeito que alguns profissionais tinham por si. Estava bem na sua Isenta. Não basta ler livros. É preciso implementar o que os livros dizem. Todo o mundo hoje já sabe que não tem autoridade moral para falar de rigor na nossa profissão”, atirou Carlos Alberto.

 

O também membro da ERCA, entende que a diretora da RNA, viola o artigo 31.° da Lei de Imprensa, por isso considera que “Quem é dona de uma empresa de comunicação (Isenta), que faz marketing para vários clientes - incluindo departamentos ministeriais -, nunca seria administradora de conteúdos de nenhum órgão de comunicação social num país normal.”

 

No seu ponto de vista “Há claro conflito de interesse”, por esta razão sugere que “Se a Paula Simons quiser que a classe a respeite um pouco, tenho um conselho: peça demissão. Ainda sairá com alguma honra. Não chegue ao extremo de o Titular do Poder Executivo ter a necessidade de a exonerar para salvar o seu nome. É um conselho grátis.”