Lisboa – Está avolumar-se em meios que acompanham a política angolana receios de que a dedicação que às autoridades passaram a prestar ao ex- banqueiro Álvaro de Oliveira Madaleno Sobrinho possa criar embaraços na autenticidade do discurso de combate a corrupção assumido pelo Presidente João Manuel Gonçalves Lourenço.
Fonte: Club-k.net
Depois de Vicente, segue-se o resgate a Álvaro Sobrinho
Álvaro Sobrinho teve relações de proximidade a João Lourenço ao tempo em que este obteve um empréstimo do extinto Banco BESA para o projecto da sua fazenda, em Angola. A posterior, Sobrinho rumou para Portugal, depois de a sua gestão ter deixado um buraco de cerca de cinco bilhões de dólares no Banco BESA, levando com que o BNA, sobre a gestão de José de Lima Massano lhe retirasse idoneidade como bancário. Desde então a sua vida tem sido marcada com idas a tribunais para esclarecimento de casos de suspeitas de corrupção.
Porém, é ao passar a ser considerado pelo executivo de João Lourenço que está a gerar “medo” de que a sua reputação "beliscada" afecte a imagem do futuro líder do MPLA.
Sinais de reaproximação ao executivo de JL
Com a saída do Presidente Eduardo dos Santos no poder, Álvaro Sobrinho foi convidado para a tomada de posse de João Lourenço sinalizando assim a sua reaproximação a as autoridades.
No dia 24 de Agosto, o executivo de Lourenço, através de um despacho do ministério das finanças aprovou a transferência da Unidade de Produção Kunene (UPK), a favor da empresa “Transdis, Limitada” ligada aos interesses empresariais de Álvaro Sobrinho.
Num acto inédito, os órgãos de comunicação do governo prestaram-lhe atenção esta semana dando lhe manchete como “vitima de perseguição do ocidente” e figura que agora quer investir em Angola.
A edição desta terça-feira do Jornal de Angola trás lhe como figura de capa com o titulo “empresário angolano denuncia perseguição”. A Agencia ANGOP, trás lhe também com o titulo “Empresário Álvaro Sobrinho promete investir mais em Angola”.
No noticiário de segunda-feira (3), da TPA, que deu sequencia as manchetes da Angop e Jornal de Angola, a TPA, foi-lhe dedicado 5 minutos de atenção levando com que o analista Mariano de Almeida, olhasse a esta dedicação com certa desconfiança.
“Não tenho nada a favor nem contra o empresário Álvaro Sobrinho(AS),muito menos nada contra a TPA a quem eu servi durante anos sem remuneração. Mas o que é que os angolanos contribuintes têm haver com as makas do AS em Portugal ou nas Ilhas Maurícias para lhe ser oferecido mais de 5 luxuosos minutos de audiência na nossa TV publica!!?? Só hoje é que AS se deu conta que Angola é um bom mercado para investir em troca das Maurícias!!!??? Ou o Álvaro Sobrinho mudou de camisola ou angola vai nua.”, descreveu Mariano de Almeida, na sua pagina do facebook.
De lembrar que no inicio do ano, o actual executivo esteve envolvido num semelhante episódio de contradição quando por um lado, o Presidente João Lourenço prometia combater a corrupção e por outro lado ameaçava Portugal que estava a julgar o ex-PCA da Sonangol, Manuel Domingos Vicente por praticas de corrupção em território português.