Luanda - Dizia o Dr. Savimbi e cito: "O povo que não conhece a sua história é obrigado a repeti-la!"

Fonte: Club-k.net

A 15 de Janeiro de 1975, foram a FNLA, o MPLA e UNITA assinaram com o governo português os Acordos de Alvor que deram origem à independência de Angola.


A negação da FNLA e da UNITA pelo MPLA criou uma crise que rapidamente se extrmou e deu lugar à uma sangrenta guerra civil, cujas consequências nefastas e rasto de destruição perduram até aos nossos dias.


Tenho acompanhado algumas reações negativas à uma afirmação que o Presidente da UNITA fez, na recente entrevista que concedeu à LAC, sobre o Presidente José Eduardo dos Santos.
Depois de ouvir a referida entrevista, francamente fiquei assaz preocupado pela imaturidade política que abunda em muitas mentes que levantam a onda de críticas à Isaias Samacuva.


Sim! José Eduardo dos Santos é um nacionalista e patrióta, independentemente dos crassos erros por si cometidos durante o seu longevo consulado. Não há nenhuma invenção nem exagero nisso!


O país só se constrói com maturidade política, elevação e grandeza moral elementos que Samkuva demonstrou e várias vezes aludiu, aos quais os seus críticos fazem tábua rasa!
Contrariamente ao que se inventa por aí, em 1993, o Dr. Savimbi em nome da UNITA reconhecera em viva voz os resultados eleitorais de Setembro de 1992. Felê-lo também por escrito através de uma carta endereçada à ONU. A partir daí, várias foram as vezes em público, tratou JES de meu presidente.


JES cometeu muitos erros e isso é um facto indefensável como também é indesmentível que não os cometeu sozinho.

Há gestos que pela sua expressividade calam fundo.


A presença de JES no funeral do nacionalista, filósofo e proeminente político da UNITA, o saudoso Dr Almerindo Jaka Jamba, para mim foi uma espécie de mea culpa, porque enquanto foi Presidente da República podia ter feito mais, contudo foi uma mensagem, uma lição dirigida à sociedade e, sobretudo para os actores políticos, sobre a necessidade do convívio e do respeito pela diferença.


Quando os feitos de Álvaro Holden Roberto e Jonas Malheiro Savimbi forem em fim reconhecidos espero que não se venham escandalizar, muito menos venham pôr em causa esse reconhecimento mais que merecido do genuíno amor deste ilustres filhos de Angola pela sua pátria.


Já agora, também expresso a minha preocupação sobre o modo como o presidente João Lourenço tem levado a cabo a sua "cruzada contra a corrupção" que mais parece uma autêntica "caça às bruxas" ao estilo da " vingança do chinês".


É recorrente ouvir pessoas próximas de JES a queixarem-se do sentimento de estarem a ser perseguidos por JLo.


O desfecho do caso Fundo Soberano em Londres, em que foram evidentes laivos de má fé por ocultação de elementos importantes do processo com o único fito de prejudicar a contraparte, dá vazão a esse sentimento.


O arrolamento do General de Exército Sachipengo Nunda e outros oficiais generais e superiores das Forcas Armadas Angolanas, parece enquadra- se também na mesma estratégia.
Sejamos sérios! Se for só mesmo para combater a corrupção e a impunidade então JLo deve tornar pública a declaração dos seus bens para vermos se não seria ele mesmo uma vítima do tal propalado combate.


Não se faz um país com base na vingança ou para satisfazer caprichos pessoais.
Essa acicata os ressentimentos, acirra antagonismos e só cria mais instabilidade e mais "mbuanja".


Ademais, seria pura ingratidão e, até mesmo muito arriscado da parte de JLo procurar perseguir familiares e colaboradores próximos de JES, simplesmente humilhar ou se vingar do seu antecessor, se razoes para tal tiver.


Todo o mundo dabe que quem reabilitou JLo da sua "longa travessia do deserto" e o guindou para os vários cargos que exerceu, tanto na Assembleia Nacional, no Executivo e no próprio MPLA foi JES.


Escusado seria dizer que foi JES que por meios fraudulentos e não conformes à Constituição da República de Angola, tornou JLo Presidente da República de Angola.


Os 43 anos de independência somados a nossa dolorosa experiência nos devem servir para de uma vez por todas aprendermos a nos respeitar na base da igualdade, enquanto filhos da mesma pátria, celebrar a nossa unidade na nossa rica diversidade política, racial cultural, etnico-tribal, linguística...


Para terminar deixo algumas sugestões ao Presidente João Lourenço:


1- Seja, de facto, um Deng Xiaoping começando por congregar. Vá para fora do país ao encontro dos seus homólogos, mas converse mais com os seus compatriotas.


2- Não alimente a ideia de ser vingativo.


Isso não quer dizer que simplesmente não combata a corrupção. Faça-o sem perder o foco nas promessas eleitorais do seu partido. Quantos vai exonerar ou vai mandar para a cadeia para os angolanos isso é secundário.


O que os angolanos esperam de si é que lhes proporcione o acesso à água potável, à energia elétrica, à saúde e educação de qualidade, o acesso à habitação, ao emprego bem remunerado, enfim ao bem-estar.


3- Tenha a coragem política de, no dia 11 de Novembro de 2018, socorrendo-me das palavras do saudoso Dr. Agostinho Neto, "proclamar, solenemente, perante a África e o mundo Álvaro Holden Roberto e Jonas Malheiro Savimbi Heróis Nacionais e a tríplice, juntamente com o Dr. Agostinho os Pais da Independência de Angola.


4- Por razões humanitárias indulte José Julino Kalupeteka, o Profeta da seita religiosa a luz do Mundo.

A pátria faz-se com abnegação e coragem.

Bem hajam as mulheres e os homens de boa vontade em Angola e no mundo.

Ngasakidila kiavulu!
Nda pandula!
Matondo mingi!