Lisboa – O Conselho de Administração da TV ZIMBO «proibiu» terminantemente a Direcção de Informação daquela televisão de voltar a noticiar o tema da tentativa de «tráfico de influência» que envolve o nome do presidente do Tribunal Supremo, Rui Ferreira, na alegada tentativa de solicitar ao PR João Lourenço, a soltura de José Filomeno dos Santos “Zenú”.

Fonte: Club-k.net

Grupo de JES  solidário com Presidente do Tribunal Supremo 

A proibição segundo constatação é associado a alegadas “ordens superiores” baixadas pelos acionistas, do Grupo Media Nova que detém a TV Zimbo. Os acionistas são conhecidos como sendo figuras ligadas ao circulo de confiança do antigo Presidente José Eduardo dos Santos: Manuel Hélder Vieira Dias, Manuel Domingos Vicente e Leopoldino Fragoso do Nascimento.

 

Este assunto (proibição a temas sobre Rui Ferreira) é visto agora por alguns jornalistas em Luanda como sendo uma espécie de «Lei da Rolha» por parte de uma estação que serve de alternativa à TPA em termos de contraditório em relação à estação pública.


Porém, em meios políticos, próximos ao Bloco Democrático, a interpretação é de que este tipo de censura “deve-se à fragilidade política do então todo-poderoso Tenente-General Leopoldino Fragoso do Nascimento associada a receios de vir a ser intimado a qualquer momento pelas autoridades para responder a alguns processos que tem na Justiça.”

CA proíbe entrevistas a Carlos Rosado

Para além do caso “Rui Ferreira”, o Club-K sabe que foram também baixadas ordens para que a TV Zimbo não desse mais voz ao jornalista e economista e director do semanário Expansão, Carlos Rosado de Carvalho. A orientação partiu de um administrador de origem brasileira, William Correia.

 

O facto de a orientação ter partido de William Correia, esta a gerar suspeitas de que seja uma ordem não distanciada das vontades do general Leopoldino Fragoso do Nascimento, por ambos serem muito ligados. A nível do Conselho de Administração é através de William Correia que este acionista da empresa faz passar as suas orientações.

 

De acordo com antecedentes, o veto aplicado agora a Carlos Rosado, é associado a reservas que o general “Dino” denota ter pela sua frontalidade na abordagem de vários temas.

 

Há cera de dois anos, por exemplo, a equipa de Rosado do semanário Expansão enviou ao General Dino um e-mail a solicitar uma entrevista, na sua qualidade de empresário e Presidente do Grupo Cochan. Ainda se estava no inicio do ano e a resposta de “Dino”, transmitida pela secretaria foi a de que o general mandava informar que para aquele ano "já tinha esgotado todas as entrevistas que tinha que dar”.