Luanda – Quase duas dezenas de crianças de uma creche localizada no distrito do Zango, município de Viana, em Luanda, passaram mal depois de consumirem o sumo «Lulu» durante o período de lanche, soube o Club K junto de uma fonte ligada a instituição. De acordo com a nossa fonte, logo após o sucedido, as petizes foram socorridas pelos técnicos de saúde de uma clínica localizada nas imediações.

Fonte: Club-k.net
O facto – de intoxicação alimentar – originou um alvoroço no seio das educadoras de infâncias e a direcção que abriu um inquérito para se apurar as responsabilidades, uma vez que a culpa não pode morrer solteira.

 

Segundo fontes próximas dessa instituição (cujo nome omitimos propositadamente), as crianças sentiram-se indispostas com vómitos e diarreias, logo após consumirem os sumos “Lulu” no momento em que lanchavam, por voltas das 15h45. A fonte recusa acreditar que o mau-estar fosse originado por outro produto alimentar.

 

«Isso aconteceu no período do lanche. Normalmente nós na creche utilizamos o sumo de marca Compal, mas acontece que houve uma pequena descoordenação com o pessoal que faz as compras e acidentalmente comprou sem orientação este sumo Lulu. Como já era tarde não havia como trocar, decidimos experimentar dar este sumo às crianças e aconteceu o que aconteceu», explicou.

 

O Club K procurou obter a reacção da direcção da Associação Angolana dos Direitos do Consumidor (AADIC), mas manifestaram-se indisponível de momento, alegando que tão logo pronunciariam-se sobre o facto. “Mas a ser verdade estamos diante de uma insegurança alimentar que põe em risco de vida as crianças utentes desta instituição, estando assim este fornecedor a incorrer num crime previsto e punível no Código Penal”, disse a fonte oficial.

 

De recordar que as autoridades angolanas terão ignorado o relatório de um laboratório de análises alemão “Dohler”, datado de 29 de Abril de 2018, em que alerta o consumo de marca de sumos “Lulu” que de acordo com as suas amostras podem representar ameaça à saúde pública. Os referidos produtos foram colocados no mercado angolano por parte da ERIANGO COMÉRCIO GERAL LDA, detida pelo empresário eritreu Daniel Berhe Weldeselassie.

 

As análises, por cromatografia gasosa - espectrometria de massa, efectuadas pelo laboratório alemão, indicam que os sumos “Lulu”, nos sabores “Manga”, “12 frutos” e “Tutti Fruti”, nos formatos de 1 litro, apresentam características as quais são ilegais à luz da legislação actual de Angola e da Comunidade Europeia.

 

Nas fórmulas dos sumos “Lulu”, segundo documento em posse do Club-K, foram identificados, compostos que são conhecidos como conservantes alimentares que por sua vez não podem fazer parte da composição de um produto néctar, de acordo com os Decreto-lei 145 - 2013 em Portugal e “Codex Fruit Juices and Nectars 247-2005”.

 

Os referidos néctares “Lulu”, para além de incluirem ilegalmente tais conservantes artificiais, não mencionam os mesmos na respectiva lista de ingredientes, razão pela qual, os seus responsáveis, neste caso os gestores da ERIANGO COMÉRCIO GERAL LDA, são acusados de falsear a verdade ao afirmar que é “sem conservantes”, conforme consta na sua embalagem.


Foi também notado que a marca “Lulu” tem igualmente na sua composição uma grande quantidade de vários compostos aromáticos que não derivam da fruta mencionada no rótulo e que não são encontrados na natureza. Esta situação é, tida como igualmente ilegal na justa medida em que não podem ser adicionados aromas a um néctar que não sejam especificamente provenientes da mesma fruta.

 

De igual forma, a embalagem deste produto encobre essa informação ao afirmar o oposto “sem corantes nem sabores artificiais” (ver pormenor da sua embalagem).


De acordo com uma investigação, vários clientes que terão visitado as instalações industriais onde esta marca é produzida, alegam haver sérios indícios de que a água utilizada na produção não é devidamente tratada e higienizada de acordo com os mais básicos princípios da indústria alimentar.