Luanda - Um ano depois das legislativas angolanas, em que o MPLA obteve 81,6%, o partido no poder fala de "nova imagem" de Angola no mundo e a oposição sublinha a "degradação" das condições de vida do povo.

Fonte: Lusa

 

ImageO deputado e director do Departamento de Informação e Propaganda do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), Rui Falcão Pinto de Andrade, sublinha que Angola está a criar "uma nova e positiva imagem" no mundo.


 
"A par disso, as eleições legislativas permitiram fazer todo um trabalho em prol do desenvolvimento das infra-estruturas e Angola é hoje um país onde a democracia está em fase de consolidação", salienta Rui Pinto de Andrade.


 
"São ganhos que o país inteiro não pode deixar passar despercebido e que a Nação deve saber explorar, como uma referência estratégica para África e o Mundo", frisa.


 
Já o porta-voz da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Alcides Sakala, considera que o balanço é "negativo" por se verificar "uma degradação profunda" da segurança nacional.


 
"Fazemos um balanço negativo, na medida em que notamos que há uma degradação profunda da segurança nacional, onde se verificam incidentes envolvendo armas de fogo, especialmente nas províncias de Benguela, Bié, Huambo e Lunda-Norte", afirmou Alcides Sakala.


 
O porta-voz da UNITA aponta ainda que "há uma violação gritante dos direitos humanos. A intolerância política continua a ser um problema dominante. Em causa ainda está o processo de normalização das instituições democráticas em Angola, onde há uma certa tendência de se voltar ao monopartidarismo".


 
Angola realizou eleições legislativas a 5 de Setembro de 2008, 16 anos depois daquela que foi a mais longa legislatura do continente africano, iniciada em 1992 com as falhadas eleições gerais.


 
A segunda volta das presidenciais não chegou a ter lugar, depois do presidente do MPLA, José Eduardo dos Santos, ter obtido mais votos, mas não o suficiente para evitar uma segunda volta com Jonas Savimbi, devido ao recomeço da guerra, que só viria a terminar em 2002 com a morte do líder da UNITA.


 
Nas eleições de há um ano, o MPLA foi o grande vencedor, conquistando 191 dos 220 lugares no Parlamento, tendo a UNITA, maior partido da oposição, ficado apenas com 16% dos votos e 16 deputados.


 
Por seu lado, o líder parlamentar da Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), Ngola Kabangu, disse à Lusa que esperava ver um país a rumar "calmamente" para a consolidação das bases de um Estado democrático e de direito, tendo em vista desafios futuros.


 
Contra as suas expectativas, Kabango referiu que, "agora surgem novos dados em torno das eleições presidenciais", ainda sem data marcada, que o deixam "estupefacto".


 
"Para nós o Presidente da República deve ser eleito por sufrágio universal em voto directo e secreto e não deve ser ao mesmo tempo Chefe do Governo", defendeu.


 
Neste momento, quando a comissão constitucional do Parlamento elabora o texto final para aprovação, o MPLA mantém como objectivo a eleição do Presidente por voto directo, enquanto o Chefe de Estado e presidente do partido, José Eduardo dos Santos, tem repetido a possibilidade de uma eleição "atípica" onde o Presidente poderá ser eleito pela via parlamentar.