Luanda - Análise: Nos últimos dias, tem sido notória a revitalização do sector social no que se refere ao activismo político em Angola com particular destaque para a capital do país, Luanda.

Fonte: Club-k.net

ImageDas constatações feitas do sector social do país, registava-se uma certa estagnação na actividade das figuras que mais mobilizavam as populações para actos de massas de cariz político, religioso ou social.

 

Para alguns sectores, tratou-se apenas de um esmorecer temporário, aliado ao facto do país ter realizado uma campanha eleitoral há precisamente um ano. Para outros, tratou-se de uma estagnação ligada a crise financeira que graça pelo país.

 

Facto é que com os desenvolvimentos registrados nos últimos dias com o deserolar da Operação Resgate, os ativistas sociais voltaram a ganhar protagonismo na sociedade.

 

Na recente reunião do Comité Central do MPLA, o empresário e também General na reserva Bento dos Santos  Kangamba abordou a questão de alguns excessos cometidos por alguns agentes da autoridade contra as vendedoras de rua vulgo zungueiras, solicitando na ocasião maior respeito pela dignidade humana. Aliás, nas últimas semanas, o interventivo militante do MPLA foi visto a retomar o seu trabalho de sensibilização periférica com aparições muito apreciadas pela população nos municípios de Cacuaco, Sekele e Kilamba Kiaxi, redinamizando as estruturas de base do partido no poder em Angola que encontravam-se bastante debilitadas e a perder espaços para outras forças políticas.

 

Como resultado das opiniões e sugestões avançadas por este membro do Comité Central do MPLA, são apontadas considerações feitas pelas autoridades angolanas que terão aplicado critérios mais rigorosos na avaliação do trabalho dos agentes da ordem envolvidos na operação Resgate. Como prova deste facto, a Comissão Administrativa de Luanda anunciou a suspensão do Comandante da brigada responsável pela última operação policial na praça do São Paulo em Luanda onde as vendedoras queixaram-se de extrema violência e do desaparecimento das suas mercadorias.

 

Na mesma senda, o Presidente da Associação de Utilidade Pública AMANGOLA Job Capapinha, tem desenvolvido trabalhos junto dos seus associados com objetivos de promover um maior respeito pelas autoridades e de promover o partido no poder. Esta associação desenvolveu durante o período eleitoral a campanha "Vota no Candidato Certo" destinada a promover o Candidato do MPLA as eleições gerais de 2017.

 

No encontro mantido entre o Presidente da República e a sociedade civil do qual também fez parte, Job Capapinha em declarações a imprensa revelou que solicitou ao Chefe de Estado angolano a utilização das associações como parceiras do Estado na sensibilização da população para deixarem de vender nas ruas. Em vários círculos e nos debates nas várias plataformas das redes sociais, este está a ser apontado como tendo secundado uma opinião dada por Bento Kangamba na última reunião do Comité Central do MPLA.

 

A semana fica de facto marcada pela iniciativa inédita do Presidente da República em reunir-se com a sociedade civil, registando-se os imbróglios envolvendo Rafael Marques que apenas foi recebido no dia seguinte por uma falha durante o processo de acesso ao palácio presidencial e de Luaty Beirão que contra todas as normas protocolares entrou na audiência com o Chefe de Estado com uma camisa com os botões abertos usando calças jeans rasgadas nas ente as pernas numa prática contrária a que teve no Parlamento europeu e na Assembleia Nacional de Portugal merecendo a condenação generalizada da população nos debates e análises nos medida sociais.