Lubango - Os directores de escolas devem trabalhar na consciencialização dos professores para evitar a transição de alunos sem saber escrever e ler, defendeu hoje, sábado, no Lubango, o secretário de Estado para o ensino pré-escolar e geral, Pacheco Francisco.

Fonte: Angop

A postura foi advogada durante um encontro com os directores de escola a nível do município do Lubango, em função de um estudo de campo realizado no 2º trimestre de 2017 por dois supervisores da direcção provincial da Educação, sublinhou que se estes não assumirem a responsabilidade de instruir bem as crianças, o futuro será comprometedor.

 

“O director, conhecendo os seus colaboradores, está em melhores condições para colocar cada pedra no seu devido lugar e não deve ter receio de trocar um professor de uma disciplina para outra que tenha mais domínio, pois a mudança deve começar na sala de aulas”, defendeu.

 

Segundo Pacheco Francisco, a reforma educativa foi mal interpretada, razão pela qual existe a necessidade de se ser mais rigoroso e evitar que o aluno que não saiba ler, nem escrever aprove, mesmo que esteja nas classes de transição.

 

O responsável referiu que se os gestores não desempenharem o seu papel como deve ser, o ensino, a esse nível, vai continuar com problemas, devendo-se, no entanto, de forma periódica, se proceder a realização de diagnósticos mensais, trimestrais ou semestrais sobre o nível do aproveitamento dos alunos nas diferentes classes e o desempenho dos professores, para garantir que os alunos tenham um perfil de saída aceitável.

 

Relativamente ao estudo, disse que os resultantes surgem em função da falta de acompanhamento dos directores de escola às actividades exercidas pelo seus colaboradores nas salas de aula e nas Zonas de Influencia Pedagógica (ZIP),visto que muitos docentes, por não terem uma supervisão, não concluem os planos curriculares e muito menos prestam a devida atenção aos alunos, terminando neste “desastre”.

 

O referido estudo foi levado a cabo por Helena Cassamba e João Yambi e teve como objectivo identificar o nível de leitura e da escrita de alunos da 4ª classe. Entre 5.183 alunos da 4ª classe do ensino primário e tomadas como amostra 22 escolas desta circunscrição, revela que 45,64 por cento dos inquiridos não sabe ler.

 

Na ocasião o secretário de estado alertou que caso os gestores não sigam o novo paradigma, doravante começam a ser responsabilizados.

 

No presente ano lectivo foram matriculados em toda província, 777 mil e 873 alunos da iniciação ao II ciclo, ensinados por nove mil e 410 professores com agregação pedagógica e sete mil e 375 sem agregação.