Luanda - As exonerações prematuras de João Lourenço mostram quatro detalhes fundamentais: 1. Não fez/e não está a fazer bem o trabalho de casa; 2. É um presidente que está a gerir o país sem uma estratégia bem definida; 3. João Lourenço vai acabar por ter de contar com a sociedade civil e mesmo com membros de partidos na oposição no seu Executivo para levar a bom porto o que pretende, já que se vê poucos honestos no MPLA, contrariando o que disse na campanha eleitoral em que deixou claro que só contaria com militantes do MPLA para o seu Governo; 4. João Lourenço está a governar ignorando o programa do MPLA, que o elegeu presidente da República. Quanto mais João Lourenço fizer exonerações prematuras mais teremos a certeza de que o programa de quem "venceu" as eleições em Angola nunca será cumprido. E isto é mau. Assim estaremos sempre a experimentar de sermos país.


Fonte: Club-k.net

Se o eleitor consciente vota no programa do partido que se candidata e não na pessoa (cabeça-de-lista), já que não temos eleições presidenciais, é o programa do partido vencedor que devia ser cumprido na íntegra. Se o actual presidente da República achar que o programa que o pôs no poder não serve, deve, por honestidade intelectual, renunciar ao cargo e, se calhar, elaborar um programa diferente que deve ser aprovado pelos eleitores. Não podemos continuar a ter gestores (presidentes) dos nossos recursos que não demonstram o cumprimento de um plano-director, por mais errado que seja.


A fiscalização de quem governa deve estar no cumprimento do seu programa aprovado por quem acreditou nele (o povo). As exonerações prematuras de JLo, no meu entender, demonstram falta de responsabilidade de quem está a governar recursos que não são seus. João Lourenço continua a dar tiros no próprio pé.


O Titular do Poder Executivo precisa de dar outros sinais de estabilidade nas suas decisões para mostrar que tem a lição bem estudada, sob pena de termos cada vez mais certeza de que o MPLA não cumpre o que ele próprio promete, com ou sem José Eduardo dos Santos. Ou seja, continua a ser um partido incumpridor do que promete. E mais: que continuamos a brincar de país.

Carlos Alberto
11.02.2019