Luanda - A Primeira-Dama, Ana Dias Lourenço, homenageou, na noite de sábado, as heroínas angolanas, com a sua presença no auditório Manuel Rui, da Casa das Artes, no município de Talatona, em Luanda, onde se estreou a peça “Esquadrão Kamy”, cujas receitas revertem para a campanha “Nascer livre para brilhar”, que pretende eliminar a transmissão do VIH/Sida de mãe para filho.

Fonte: JA

A peça, assistida também pelo Presidente João Lourenço, retrata a participação das heroínas Deolinda Rodrigues de Almeida, Irene Cohen, Lucrécia Paim, Engrácia dos Santos e Teresa Afonso, na luta de libertação nacional, para que possa servir de inspiração às gerações vindouras e mobilizar a sociedade para a valorização da cultura, especialmente das artes cénicas.

 

“Esquadrão Kamy” será novamente exibida nos dias 8 e 9 deste mês e pretende alertar a juventude angolana, principalmente as raparigas, para compreenderem e preservarem o legado destas destemidas mulheres angolanas, que apesar da pouca idade, deixaram as respectivas famílias em nome de um ideal, a liberdade do povo.

 

 “Esquadrão Kamy” foi uma coluna guerrilheira em que as cinco heroínas foram incorporadas em 1966, como combatentes, treinadas por internacionalistas cubanos, cuja missão era levar reforços desde a fronteira do Congo até a Primeira Região Político-Militar, no interior de Angola.

 


Numa penosa marcha em zona de terra queimada, o “Esquadrão Kamy” perdeu-se e a fome dizimou grande parte dos combatentes. Mas Deolinda Rodrigues e as suas quatro companheiras sobreviveram à inclemência das condições climatéricas e de terrenos inóspitos.


No regresso, via Zaire (hoje República Democrática do Congo), foram presas nos arredores da vila de Kamuna pela FNLA e posteriormente assassinadas, em Março de 1966.