Luanda - A notícia do envolvimento de figuras do MPLA nos investimentos privados realizados com "avultados fundos públicos", na ordem dos 4,7 mil milhões, "não vai criar uma crise interna no seio do partido", diz Paulo Pombolo, secretário para a informação dos "camaradas".


Fonte: Novo Jornal

O dirigente, que convocou uma conferência de imprensa para garantir que o MPLA está solidário com o relatório da Comissão Multisectorial criada pelo Presidente da República, em Dezembro de 2018, que denuncia que o Estado foi lesado em mais de 4,7 mil milhões de dólares com investimentos privados feitos com fundos públicos, disse haver "um alinhamento permanente entre a direcção do MPLA e o Presidente da República" também no que respeita à luta contra a corrupção.


"A corrupção era um mal que estava a afectar o País. É grave que avultados montantes financeiros do Estado beneficiem ilegalmente um grupo de pessoas", lamentou Pombolo, que não identificou as pessoas implicadas neste processo.


O Presidente João Lourenço considerou quinta-feira, "no mínimo, chocante e repugnante" o relatório sobre os investimentos privados realizados com recurso a "avultados fundos públicos", que dá conta da perda de 4.7 milhões de dólares .


O Chefe de Estado, que discursava no Lobito, província de Benguela, no acto de abertura do ano judicial de 2019, referiu que, após os seis meses de graça que a lei conferiu aos visados, até 26 de Dezembro de 2018, no quadro do Repatriamento Coercivo de Capitais, o Estado "está no direito de utilizar todos os meios ao seu alcance para reaver ao que ao povo angolano pertence".


Paulo Pombolo diz que não será isso que afectará o MPLA, que "está sempre forte".


"Cabe à justiça fazer o seu trabalho. Aliás, como se sabe, alguns dirigentes do MPLA estão a ser notificados Pela Procuradoria-Geral da República", referiu.


Paulo Pombolo aproveitou ainda a conferência de imprensa para negar as acusações segundo as quais o seu partido está por detrás do conflito que a Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral CASA-CE enfrenta e que culminou com a destituição do seu presidente, Abel Chivukuvuku.


"A CASA-CE lutou para derrubar o MPLA do poder, mas esqueceu-se de que a mesma casa estava a ser construída com adobes e não com blocos", disse Pombolo.


"Ninguém pode apontar o dedo ao MPLA sobre a situação interna que a CASA-CE enfrenta. Nós temos problemas por resolver e não interferirmos nos assuntos alheios", acrescentou.