Houston - Angola, esta jovem nação, possui enormes reservas de petróleo e diamantes, além de investidores internacionais - dos Estados Unidos, França, China, Rússia, Brasil - alinhados para conseguir uma parte destas reservas. Sua capital, Luanda, que quase nunca vê turistas, tem a estranha distinção de ser a cidade mais cara do mundo, mais cara que Nova Yorque, Paris, Londres, Tóquio e Singapura. Em Luanda, uma refeição de restaurante convencional custará US $ 50 por pessoa. Uma Coca-Cola gelada pode custar US $ 5. Seus centros comerciais, como o Kandandu e Belas Shopping, ambos de luxo, vêm com etiquetas de preço que sufocam até mesmo estrangeiros endinheirados.

Fonte: Club-k.net

Embora as disparidades econômicas sejam comuns em muitos países em rápido desenvolvimento como este, a diferença entre ricos e pobres em Angola é mais gigantesca. Do lado de fora das janelas reluzentes dos quartos de hotéis de US $ 500 por noite, as favelas se estendem como tapetes esfarrapados, abraçando planícies densas de humanidade, desnudas de vegetação, sem saneamento básico, energia e agua.


No entanto, os principais cidadãos que compõem a elite dessa mesma nação lucram imensamente com a venda de petróleo. Eles são famosos por suas casas nos condomínios como Real Paradise e o Atlântico Sul, para mencionar alguns. Suas festas e festas, são muitas vezes marcadas para Dubai, Cape Town, Porto ou Rio de Janeiro. Se os incomoda que seu país tenha uma das maiores taxas de mortalidade infantil do mundo, eles não demonstram isso.


Surpreendentemente, o Presidente João Lourenço considerou a semana passada que o desvio do dinheiro do erário público de cerca de USD 5 mil milhões, era "chocante e repugnante" .


Esta nação africana, enquanto poucos americanos e europeus, podem nomeá-la, muito menos localizá-lo em um mapa - está na costa atlântica do sul da África, entre Congo e Namíbia, duas dicas que provavelmente não ajudem em nada - mas esta beldade de 43 anos de idade, é um país com uma população de 28 milhões é uma potência mundial crescente, um motor econômico e agitador no continente e na aldeia global.


Graças ao seu status recém-adquirido como o segundo maior produtor de petróleo da África subsariana, ele está intrinsecamente ligado a Houston, Londres e Paris. Você provavelmente nunca notou, mas a petrolífera nacional de Angola, a Sonangol, também abriga sua sede para as Américas em um belo complexo no Corredor de Energia de Houston e outra em Londres. Dois dos parceiros mais importantes da Sonangol são a Chevron e a ExxonMobil, que mantêm escritórios corporativos em Houston.

 

Muitas outras empresas com bases locais, como Baker Hughes, Halliburton, Technip e VAALCO, também têm presença significativa em Angola, para não falar dos gigantes europeus como a TOTAL, BP, etc.


Os laços são tão numerosos que um serviço de fretamento de luxo transportava ate 2018, executivos e trabalhadores do setor petrolífero direto de Houston a Luanda, capital de Angola e uma das cidades irmãs de Houston, três vezes por semana em 747s especialmente equipados, cujas refeições elegantes e poltronas reclináveis ​​eram elogiadas online. Estudantes brilhantes angolanos, muitos deles filhos e filhas dos ministros e elite, estudam com bolsas de estudo na indústria petrolífera na Universidade de Houston e outros estados americanos.


Você nunca ouvirá uma palavra dessas empresas sobre seu lucrativo trabalho em Angola. Solicitada por entrevistas da Houston Press, Chevron, a ExxonMobil, Sonangol USA, Houston Express, Câmara de Comércio EUA-Angola e o escritório Houston do American Petroleum Institute, o poderoso grupo de lobby da indústria do petróleo, todos sempre recusaram falar. Eles temem porque sabem como tratam os angolanos e os conteúdos lacais em Angola.


Quem não sabe deve saber, que o que aconteceu no Golfe do México com BP América, tivesse acontecido em Angola, nunca a BP gastaria mais de 20 bilhões em indeminizações. Existem hoje em angola trabalhadores das petrolíferas americanas e europeias que a mais de 10 anos foram despedidos sem indeminizações. Os tribunais angolanos durante governo de Eduardo do Santos tinham medo de pronunciarem sentenças contras as petrolíferas, mas hoje, dois anos depois do Executivo de JLO, parece que nada mudou. Há casos que ate estão no Tribunal Supremo contra a Total, BP, Chevron a anos e as pessoas ligadas aos tribunais por nós consultadas, dizem que as petrolíferas vão ganhar todos os casos destes angolanos ingratos.


Em 2016 com a tomada de posse de JLO, Angola se anunciava como a vanguarda da “ascensão da África”, a ideia de que o continente havia deixado sua imagem de má qualidade e finalmente assumiu seu lugar no cenário mundial. Angola, com o seu recorde de paz e estabilidade desde o fim da guerra civil em 2002, o seu crescimento económico explosivo e o ritmo frenético de novas construções em Luanda, pareceu o exemplo desta bem-vinda narrativa.


Então porque é que Angola se tornou tão radioativa mesmo com o novo Executivo?


 Primeiro porque os preços do petróleo caíram, juntamente com a economia de Angola. Assim nos disse o antigo Executivo de JES que não soube poupar quando o barril do crude estava na casa dos USD 100.


 Também porque em 2014 a petrolífera Cobalt International Energy, do Ex boss da BP Angola, tornou-se objeto de reportagens investigativas internacionais, uma ação coletiva e uma investigação federal que abriu uma janela feia para as práticas empresariais da Sonangol e do Executivo anterior em angolano.


 E porque o mundo está finalmente a ouvir o que um punhado de corajosos ativistas e jornalistas angolanos têm dito desde sempre, que a história do seu país é uma fraude, baseada na corrupção massiva liderada pelo governo e numa desdenhosa desconsideração pelos milhões de angolanos de pobres.


A verdade inegável é que os Estados Unidos são um dos principais facilitadores de da corrupção em Angola, olhando para o outro lado enquanto lucram com a riqueza mineral prodigiosa da nação. Foi assim durante a guerra civil/guerra fria, dum lado os petrodólares pagavam a compram de equipamento bélico Russo pagar pela presença Cubana e do outro lado ajuda financeira a UNITA. Que o enviado de Donald Trump que esta em Angola esta semana, tenha isso em conta.


Empresas como a ExxonMobil , a Chevron, Total, BP e camarilhas, apontam para suas iniciativas de saúde comunitária em Angola, e seus esforços para contratar e treinar angolanos para suas próprias operações, como prova de sua boa vontade em relação ao povo angolano. Grande mentira. No final a Sonagol paga tudo e eles depois despedem esses angolanos que formam na expatriçao com o dinheiro da Sonangol. Eles deviam receber as faturas destes gastos com a formação dos angolanos que depois chagam ao pais e são despedidos porque sabem o mesmo como os expatriados. Hoje a BP lidera os casos de despedimento e casos nos tribunais. Algo não vai bem nesta empresa sanguinária.


Sem dúvida, a maioria das empresas petrolíferas em Angola, fazem o possível para operar com franqueza no que Christopher McMullen, um ex-embaixador dos EUA em Angola, chamou de um dos ambientes de negócios mais difíceis e complexos do mundo. Mas os ativistas angolanos não se impressionam. Eles veem as empresas petrolíferas estrangeiras como conhecedoras de um sistema maligno e aplicam a letra em Angola, ate chamam os angolanos que com eles trabalham de incompetentes e ate mesmo de macacos.


Na verdade, mesmo estando em 2019, tudo está acontecendo como de costume, a não ser por uma esperança que repousa no sub-setor de gás no Soyo. Por um lado, a indústria de petróleo angolana, não é tão lucrativa quanto muitos pensavam. Certamente, nem de longe tão rentável a ponto de poder pagar os gostos que hoje os expatriados custam a Sonangol, e a forma como aqueles que administram essa indústria se atribuem salários 3 vezes mais que os nacionais e subsídios malucos, viagens ao exterior, médicos de cinco estrelas na SOS e tudo mais.


Angola, portanto, tem construído muitos castelos no ar, pensando que tem uma indústria lucrativa e robusta, sobre a qual poderíamos construir magníficos castelos e estabelecer a grandeza. Mas se o Executivo fosse sábio, ( principalmente Manuel Júnior líder da Equipa Económica de JLO) reduziríamos nossos gastos e expectativas imediatamente.


Um país onde, após os preços do petróleo bruto terem passado para US $ 20, a equipa económica não conseguiu sequer impor os termos de exigência dos PSAs que poderiam nos permitir negociar com as multinacionais para recuperar o que foi calculado em preço de referencia, a usd 80. Esse é o nível de ineficiência que tivemos no antigo executivo e que o actual também ostenta. Enquanto as reservas de certos produtores Árabes situam-se em US $ 1 trilhão, nós em Angola não ganhamos bastante e nunca conseguimos atingir nem USD 40 bilhões em Reservas Internacionais Líquidas, nem perto do que a maioria desses países ganhou. Conteste quem quiser, mas nós fizemos uma coisa: a elite sugou muito do nosso dinheiro; muita fraude; muitas diversões; muito do nosso dinheiro está em países onde nem conseguimos encontrá-lo e, mesmo quando o encontramos, eles nos dão as condições sob as quais eles devolverão esse dinheiro.


O general Joao Lourenço vendeu-nos 2016 um sonho durante a sua campanha eleitoral, quando prometeu construir mais refinarias e consertar a antiga refinaria de Luanda, se fosse eleito presidente da Angola nos próximos 5 anos. Dois anos passaram e ate aqui nada. Tudo que tem feito e com garra, e perseguir os supostos inimigos políticos imaginários e seletivos sem um processo real, enquanto seus membros favoritos do gabinete de cozinha, e outros como Manuel Vicente, acumularam bilhões de dólares roubados e desfrutam de plena liberdade.


O estilo de governação democrática do presidente Joao Lourenço, mostrou que um novo tipo de tirania militar que não requer força física ou presença real para garantir sua insuperável resistência, está florescendo em pleno mato por toda Angola.

 

É realmente degradante, que a Angola, não consiga colocar sua casa em ordem por meio de reformas internas e reconfigurações políticas que aceleram a justiça social, a paridade democrática e o empoderamento econômico de nosso povo.


JLO, também fez outra promessa para garantir que a indústria petrolífera se tornasse um dos líderes mundiais em tecnologia limpa de petróleo e gás, produzindo cientistas e tecnólogos líderes em petróleo e gás, e devendo mega instalações, perfuração, processamento e produção, instalações e engenheiros. Ele prometeu que essas instalações e cientistas receberão apoio dos melhores serviços e instalações de pesquisa.


JLO prometeu desenvolver plenamente a capacidade do setor de absorver mais dos recém-formados do país no mercado de trabalho. Ele nos disse que o setor seria financiado para produzir mais o produzido em casa, mas engenheiros de classe mundial, cientistas, tecnólogo, entre outros. Ele prometeu modernizar a Sonangol e transformá-lo no campeão nacional de energia.


JLO ainda prometeu dividi-la em unidades mais eficientes e impulsionadas comercialmente, além de despojar seus poderes de regulamentação, de modo a permitir que ela aproveitasse o mercado de capitais internacional.


O presidente JLO prometeu impor o plano diretor do governo para que as companhias de petrolíferas acabassem com a poluição que polui o ar e prejudique as comunidades e a saúde das pessoas e assegure que eles vendam pelo menos metade de seu gás produzido em Angola e ainda assegurou que os problemas de conteúdo local fossem totalmente abordados. Ele prometeu tornar Angola no maior exportador mundial de GNL através da criação de parcerias estratégicas.


Por fim, ele prometeu estabilizar o preço do petróleo. Assim sendo, convido os angolanos para julgar se o presidente JLO esta a cumprir suas promessas acima para o qual os angolanos o elegeram em sua capacidade de consertar a indústria petrolífera em dificuldades.


O que não mudou: O petróleo angolano continua, e é propriedade do Presidente JLO e propriedade da Sonangol. Enquanto isso persistir, os angolanos, não vão se beneficiando diretamente do negócio do petróleo. Os angolanos continuaram sempre a receber as migalhas. A maioria dos angolanos não tera acesso a essa riqueza, e é por isso que a pobreza é tão prevalente em nosso país, mais de 20 milhões de pobres.


O que as companhias petrolíferas estrangeiras produzem hoje, os lucros, são encaminhados diretamente aos cofres do governo e nunca para a sociedade no geral. O orçamento geral do Estado (OGE), apresenta-se ainda hoje como o canal dedicado para transferir recursos públicos. Isso acontece todos os anos e assim a corrupção ainda tem pernas para andar e o saque do erário público acontece ai. E se o Executivo de JLO não abrir o olho, Angola vai continuar a ser tão radioativa como foi nos passados 41 anos do governo anterior.