Luanda - A Procuradoria-Geral da República de Angola disse hoje, 20 de Março, não ser verdade que o Estado angolano tenha retirado todas as queixas contra o empresário angolano Jean-Claude Bastos de Morais, cuja empresa, Quantum Global, administrava os investimentos do Fundo Soberano de Angola.

Fonte: VOA

Bastos de Morais foi preso há vários meses em Luanda depois da sua companhia ter sido afastada da administração desses fundos.

 

A declaração de que o estado angolano tinha abandonado todas essas acusações foi feita em tribunal das Maurícias onde as contas da Quantum Global tinham sido congeladas a pedido das autoridades angolanas e as actividades de companhias ligadas à Quantum Global também suspensas.

 

O director executivo da Quantum Global Tobias Alexander Klein, entregou ao tribunal mauriciano na semana passada uma declaração juramentada em que afirmou que "os diferendos" entre a Quantum Global e Angola foram resolvidos.

 

As duas partes "concordaram em retirar todas as queixas em tribunais e nenhuma outra queixa será apresentada", diz a declaração de Klein.

 

"A Procuradoria-Geral de Angola decidiu abandonar os procedimentos em curso contra ele em instituições penais", acrescenta a declaração.

 

Um porta voz da Procuradoria-Geral da República de Angola, sem gravar entrevista, negou esta declaração.

 

“A única coisa que lhe posso dizer é que nós não confirmamos esta informação”, disse à Voz da América o porta-voz sem adiantar mais pormenores.

 

A salientar que a Unidade de Inteligência Financeira (FIU) das Maurícias que tinha originalmente pedido o congelamento das contas a pedido das autoridades angolanas disse em tribunal das Maurícias não se opor agora à libertação dos fundos.

 

O representante da Quantum Global, Tobias Klein, disse na mesma ocasião que “pelos relatos na imprensa a FIU baseou-se em queixas do governo angolanos contra Jean-Claude Bastos de Morais e por receios de dissipação de fundos”.

 

“O Estado angolano aceitou retirar todas as queixas contra Jean Claude Bastos de Morais”, disse Klein que acrescentou que nenhuma outra acusação existe contra o empresário.

 

Em resposta a representante da FIU, Verna Nirsimllo disse em tribunal não ter “qualquer objecção a que as ordens de congelamento sejam anuladas desde que os queixosos se comprometam a não fazer qualquer reclamação contra a FIU respeitante às ordens de congelamento”.

 

O tribunal mauriciano descongelou todas as contas da Quantum Global com um total de cerca de 490 milhões de dólares.

 

O tribunal autorizou também cinco companhias ligadas à Quantum Global a reiniciarem as suas operações.