Namibe – Em pleno século XXI vemos países africanos a serem afectados por tempestades violentas, temperaturas altas, inundações, precipitações atmosféricas e de cristais de gelo (chuva e neve) muito fortes que só se verificam em países Europeus, Asiáticos e Americanos. E de acordo com (Paula & Silva, 2009: 42) as controvérsias sobre as possíveis causas e efeitos do aquecimento global ainda são pouco divulgadas, mas não podem ser ignoradas.

Fonte: Club-k.net


Um dos termos mais pesquisados em sites de busca e enciclopédias electrónicas como Google, Alta Vista, Wikipédia e institutos de protecção ambiental como a Agência Norte- Americana de Protecção Ambiental (EPA), é o aquecimento global (Hitwise, 2007) em (Paula & Silva, 2009: 43).


O aquecimento global que é um fenómeno climático de larga extensão, ou seja, um aumento da temperatura média superficial global, provocado por factores internos e/ou externos. Factores internos são complexos e estão associados a sistemas climáticos caóticos não lineares, isto é, inconstantes, devido a variáveis como a actividade solar, a composição físico- química atmosférica, o tectonismo e o vulcanismo. Factores externos são antropogénicos e relacionados a emissões de gases-estufa por queima de combustíveis fósseis, principalmente carvão e derivados de petróleo, indústrias, refinarias, motores, queimadas etc (ibid., p. 43).


Os gases responsáveis pelo efeito estufa, como vapor de água, clorofluorcarbono (CFC), ozónio (O3), metano (CH4), óxido nitroso (N2O) e o dióxido de carbono (CO2), absorvem uma parte da radiação infravermelha emitida pela superfície da Terra e irradiam, por sua vez, uma parte da energia de volta para a superfície. Como resultado, a superfície recebe quase o dobro de energia da atmosfera em comparação com a energia recebida do Sol, resultando em um aquecimento da superfície terrestre em torno de 30°C. Sem esse aquecimento, a vida, como a conhecemos, não poderia existir. O principal gás responsável pela geração do efeito estufa é o vapor de água troposférico. Sua concentração atmosférica provém unicamente de fontes naturais, tais como evapotranspiração e actividade vulcânica (IPCC, 1990) em (Paula & Silva, 2009: 43-42).


De acordo com (Capistrano, n.d) O relatório de pesquisas do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), de Fevereiro de 2007, alerta uma grave situação para a vida no planeta. Se o ritmo acelerado de aquecimento global continuar, o IPCC prevê modificações climáticas como:


1. A temperatura média do planeta subirá de 1,8oc a 4oc até 2100 (3oc em média);


2. Tempestades, como furacões e ciclones, terão mais força e as áreas de seca devem se expandir;


3. Teremos ondas de calor mais intensas, bem como mais inundações;


4. Elevação do nível do mar que deve aumentar entre 20 e 60 centímetros até o fim do século, sem levar em conta os efeitos prováveis do gelo dos pólos, cujo gelo deverá desaparecer das calotas dentro de um século;


5. 18% a 35% de todas as espécies animais e vegetais estão sob risco de extinção no fim do século XXI, o que irá causar grande impacto na biodiversidade do planeta.


E hoje em dia o nosso continente está sendo afectado por estes desastres que na qual não tem uma participação directa. Mas as grandes potências mundiais têm sim uma participação directa, onde estão munidos com meios sofisticados para detectar qualquer catástrofe climática ou mudança de temperatura atempadamente e poder evacuar as suas populações para as áreas mais seguras.


É ai aonde vem a pergunta que não se quer calar; “Para quando um satélite meteorológico em Angola?” Acho que chegou o momento de Angola colocar um também em órbita, pelo simples facto do que tem acontecido em Angola concernente ao clima e o tempo, isto é em algumas províncias como Luanda, Cunene, Huila, Namibe onde por exemplo as cheias do Rio Bero são irregulares e fazem estragos na província, bem como as Lundas, Moxico e Kuando Kubango onde algumas pessoas que já lá viveram e foram passear, dizem que têm fusos horários diferente de outras províncias.


Além disso, é sabido que um satélite meteorológico é um tipo de satélite artificial que é primariamente usado para monitorar o tempo e o clima do Planeta Terra, embora monitorem também efeitos da actividade humana, como luzes das cidade, queimadas, níveis de poluição, além de auroras polares, tempestades de raios e poeira, superfícies cobertas por neve e gelo, desmatamento e correntes oceânicas, entre outros. E os satélites meteorológicos podem ser (Satélites Geoestacionários e Meteorológico da Órbita Polar).


As imagens dos satélites meteorológicos ajudam no monitoramento das nuvens liberadas por vulcões. A fumaça da queimada de florestas também pode ser monitorada, bem como o buraco na camada de ozónio é mapeado por meio de dados de satélites meteorológicos.

Colectivamente, satélites meteorológicos dos Estados Unidos, Europa, Índia, China, Rússia e Japão permitem observações quase contínuas do tempo sobre todo o planeta.


Outros satélites ambientais podem detectar mudanças na vegetação da Terra, no estado do mar, na cor dos oceanos, e regiões geladas. Por exemplo, o grande vazamento de óleo que ocorreu em 2002 na costa oeste da Espanha foi acompanhado cuidadosamente pelo satélite europeu ENVISAT, o qual, apesar de não ser um satélite meteorológico, possui um instrumento (ASAR) capaz de detectar mudanças na superfície dos mares e oceanos (Wikipédia, 2018).


De acordo com as informações dadas pelo director-geral do Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica (INAMET), o Senhor Domingos do Nascimento, que falava sobre o Dia Mundial da Meteorologia celebrado no dia 23 de Março, noticia esta que o Portal Angola24horas teve acesso, diz que Angola tem actualmente apenas 42 estações meteorológicas estatais para uma necessidade de cerca de 500, para ter informações sobre o clima em tempo útil, o número de estações existentes “é insuficiente" para dar suporte ao volume de informações climatéricas necessárias para o país, dada a sua dimensão, com uma área de 1.247.000 quilómetros quadrados.


"O INAMET possui estações meteorológicas nas 18 províncias, mas ainda é insuficiente para a dimensão do nosso país. Precisaríamos de aproximadamente 500 estações meteorológicas no total", disse o senhor Domingos do Nascimento, citado pela agência noticiosa angolana, Angop.


Para o auxílio da actividade, o INAMET conta com a colaboração de parceiros privados nacionais, donos de cerca de 60 estações meteorológicas, perfazendo um total de pouco mais de 100 equipamentos em todo o país (...).


*Londaka Sangangula é licenciado em Linguistica Inglês, chefe escuteiro, escritor, investigador e autodidacta desde 2009.


REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS


Angola precisa de 450 estações meteorológicas, 2019. Radio. Angop Agencia, 22, March. 12:00hrs
IPCC. Intergovernmental Panel on Climate Change. eds. 1990. “Greenhouse gases and aerosols”, in climate change: The IPCC scientific assessment – report of IPCC working group. Cambridge: Cambridge Univ. Press. 364 p.
IPCC. Intergovernmental Panel on Climate Change. eds. 2007. Climate change 2007: The physical science basis. Contribution of working group I to the fourth assessment report of the Intergovernmental Panel on Climate Change. Cambridge: Cambridge Univ. Press. 996p.
Hitwise, 2007. Online Searches for “Global Warming” Heating Up In February. URL: http://www.hitwise.com/ press-center/hitwiseHS2004/globalwarming.php. Accessado on 09 Abril 2019.
Silva R. W. C.,& Paula B. L. 2009. Causa do aquecimento global: Antropogénica versus natural. Terra e Didáctica, 5 (1):42-49 [Documento Online] Disponível em http://www.ige.unicamp.br/terraedidáctica/v5/pdf-v5/TD_V-a4.pdf Accessado on 09 Abril 2019.
Wikipédia, 2018. Satélite meteorológico. Em: Wikipédia: a enciclopédia livre [Online]. Wikimedia: Foundation. Disponível em https://pt.wikipedia.org/wiki/Satélite_meteorológico Accessado on 09 Abril 2019.