Luanda - O general na reforma e empresário Bento Kangamba disse não ter receio de estar incluído em possíveis investigações a actos de corrupção em Angola.

Fonte: VOA

“Eu tenho a certeza que não estou na lista dos marimbondos”, disse Kangamba em referência a uma declaração recente do Presidente João Lourenço sobre como o combate à corrupção está a irritar algumas personalidades.

 

“Também não sei bem o que é que o presidente quer dizer com isso de marimbondos”, disse o general que falava no programa “Angola Fala Só” marcado por perguntas de dezenas de ouvintes que atestaram assim a celebridade do seu nome em Angola por razões controversas.


O general falou sobre anteriores processos movidos contra si em Portugal e no Brasil afirmando que a justiça lhe deu razão nos dois países e que está agora envolvido em processos pedindo indemnizações a jornais portugueses e ao estado brasileiro por difamação.


“Houve contra mim um mandato de captura da Interpol que foi retirado”, recordou


“Eu não estou preocupado sobre isso”, acrescentou Kangamba que se descreveu a si mesmo “um dos angolanos que está mais livre”.

Kangamba foi também interrogado sobre um caso em França em que indivíduos a si associados foram detidos pela polícia com milhões de dólares em cash num carro que viajava para o Monaco.


O general disse que esse dinheiro se destinava à compra de uma casa e quando interrogado se é normal viajar-se com milhões de dólares em cash respondeu que “não sou belga sou bantu”.


“Sou quioco vendo a minha kamanga e quero ver o meu dinheiro”, afirmou.


“Quando vou dormir quero ver o dinheiro quando acordo quero ver o meu dinheiro”, acrescentou.


O general na reforma disse ainda que os casos de corrupção envolvendo diversas destacadas personalidades ligadas ao governo de Eduardo dos Santos não significa que se possa afirmar que a corrupção era generalizada.


“O que se passa não pode ser visto na generalidade”, afirmou exortando também a uma maior unidade entre os angolanos.


O general minimizou tambem as recentes notícias de uma cisão aberta entre José Eduardo dos Santos e João Lourenço depois do ex presidente se ter recusado a viajar para Barcelona na companhia aérea angolana ou em transporte presidencial apesar de um apelo pessoal do actual presidente.


Kangamba disse “falar com os dois” e que o problema era apenas uma de horários de ligação com Barcelona.

 

Eduardo dos Santos, disse, não é presidente e “tem a sua vida normal”.


“Se ele quiser ir na TAP ou noutro meio a decisão é sua como cidadão”, afirmou.


“João Lourenço é o presidente de todos os angolanos e estes não devem estar a preocupar-se com A, B ou C”, disse.


“Devemos apostar em nós próprios”, acrescentou Kangamba para quem os angolanos não se devem preocupar “com os partidos” mas sim procurar “ o diálogo entre nós para encontrarmos o nosso sentido de estar”.

 

O general recusou-se a dar pormenores sobre os seus negócios como pedido por um ouvinte.

 

“Não tenho que estar na rádio a prestar contas a ninguém”, disse.