Luanda - Caros dirigentes, militantes e simpatizantes do MPLA, é com muita satisfação que vos endereço esta carta. Espero que a façam chegar também ao Presidente João Lourenço, pois, como militante n° 1, o PR deu sinais suficientes de que a moralização da sociedade começa de cima. O cancelamento do concurso da 4 operadora é um caso paradigmático do que estou a falar. Moralizar a sociedade não é mais nada se não combater o absurdo e a TELSTAR como 4 operadora nacional, de certeza que seria um absurdo.

Fonte: Club-k.net

No seguimento, o SBP do MPLA lançou este sábado a campanha pública de moralização da sociedade. Foi uma cerimônia digna dos tempos novos que estamos a viver. Uma actividade partidária sem os habituais adereços do Partido, nem bajuladores a dizerem que a cor vermelha é o sangue de Cristo. Uma actividade em que qualquer cidadão independentemente das suas convicções políticas, se reviu nela. Orgulho mesmo, foi ver Dino Matrosse e Marcolino Moco sentados lado a lado, mais velhos como Pitra Petrof e Roberto de Almeida levantarem-se para saudar Luisa Damião, jovem, sem sobrenome de nenhum herói nacional, que chega a liderança do Partido por mérito e é respeitada por todos os militantes, sem distinção de idade, estatuto político ou militar.

 

Ao discursar, a Vice Presidente do MPLA agarrou-se a sua experiência de jornalista e fez bonito. Mostrou que apostar na juventude é o caminho certo para o Progresso desejado. Aliás, na actual direcção do MPLA, quase todos vêm dando sinais de que com vontade, é possível superar-se. O actual porta-voz é o mais notável exemplo de superação. Ninguém acreditava que o antigo líder da JMPLA, um exímio mobilizador das massas fosse se dar tão bem enquanto Secretario para informação e porta-voz do MPLA. Hoje ninguém tem dúvidas da qualidade do seu trabalho.

 

É a marcha da renovação no seio do MPLA a andar a todo o vapor. João Lourenço, lançou o repto e está a dar o exemplo. Agora é hora dos militantes nas províncias, municípios, comunas, bairros e aldeias fazerem a sua parte. Não se combate a corrupção, a bajulação, o nepotismo e a impunidade com bons discursos ou boas actividades. É preciso que o militantes seja o vigilante do outro militante, principalmente dos dirigentes do partido que usam os cargos públicos para vilipendiar o cidadão comum.

 

É preciso denunciar todo o tipo de ilicitudes, levar os casos provados a PGR. Os tribunais estão aí para julgar e condenar os prevaricadores.

 

É por essa razão que vos endereço está carta. Há angolanos como eu que ainda têm esperança e confiam que apesar dos erros do passado é possível mudar o curso do País. Já não tenho esperança de um futuro risonho para mim, mas acredito que se continuarem com este espírito, vai ser possível darmos um futuro melhor aos nossos filhos e netos. Mãos a obra.

Elias Cinco Reis
21.04.2019