Lisboa - António José Maria, ex-Serviço de Inteligência e Segurança Militar (SISM), esteve perto de ser detido no quadro das investigações levantadas contra si, e levadas a cabo pela inspeção geral do ministério da Defesa Nacional, conforme atesta a edição 1193, do Africa Monitor (AM).

Fonte: Club-k.net/AM

A detenção, segundo fontes consultadas pelo AM, chegou a ser planeada, mas foi travada por ordem Presidencial. Zé Maria era acusado de crimes contra a segurança do Estado, por, na saída, do SISM, ter levado consigo documentos, na altura justificados de que não entregaria para salvaguardar segredos do antigo Presidente José Eduardo dos Santos, de quem é fiel.

 

Depois de denunciado o facto, o general terá depositado o terá depositado os documentos da Fundação Eduardo dos Santos (FESA, onde exerce actualmente funções) que mais tarde os restituiu aos inspetores.

 

Ainda segundo o AM, o caso foi considerado de particular gravidade por ter sido possível que, até a sua restituição, tenham sido feitas copias dos referidos documentos classificados. Apesar de travada a detenção, são conhecidas a José Maria intenções de sair do país, com maior probabilidade para Portugal.

 

O general Antônio José Maria foi, durante a vigência da era Eduardista, num dos principais focos de divisões e tensões internas que proliferam no regime do MPLA. Porem, o ex-Presidente JES perdoava-lhe, sistematicamente, aos erros em que incorria devido a convincentes manifestações de lealdade de José Maria, com o qual partilha alguma afinidade.


Desde que Angola iniciou o processo de transição de liderança, o general José Maria foi, de acordo com pesquisas do Club-K, o único membro do antigo governo que manifestou oposição pela saída de José Eduardo dos Santos do poder. Mesmo depois de exonerado, chegou a realizar um encontro com os seus antigos subordinados para anunciar que JES cometeu “um grave erro”, ao anunciar a sua retirada da vida política em 2018.