Luanda - O Ministério da Saúde (MINSA) esclareceu, em comunicado, que nenhuma pessoa testada com o reagente Aria, em Dezembro de 2018, saiu com o resultado falso positivo dos seus serviços, e tranquilizou os cidadãos em relação à segurança dos testes de VIH.

Fonte: Angop

Segundo aquele departamento ministerial, esse reagente de testagem de VIH deu falsos resultados positivos ou duvidosos apenas em dois potenciais doadores de sangue, na província do Cunene, na respectiva data (2018).

 

A reacção do MINSA surge na sequência da entrevista da directora do Instituto Nacional de Luta Contra a Sida, Maria Furtado, que afirmou ao "Jornal de Angola" tratar-se de um reagente com resultados deficientes, sem avançar, na altura, o número de pessoas testadas.

 

A propósito, o MINSA explica que a anomalia foi detectada em tempo útil e imediatamente seguiu-se o protocolo, tendo os referidos potenciais doadores sido re-testados com outro reagente aprovado pelo Estado, com resultados negativos.

 

Para contornar o problema, refere o Ministério, foram reunidos especialistas da área e tomou-se a decisão de suspender o uso do teste suspeito em todo o território nacional, através de uma Circular da Inspecção Geral da Saúde.

 

Adianta que os testes rápidos para o diagnóstico de VIH da marca Aria foram adquiridos através de um contrato entre uma empresa executora de uma linha de financiamento estrangeira (não especificada) e o Executivo, em Junho de 2017.

 

Os mesmos "foram entregues para utilização exclusiva na avaliação de sangue doado, e não eram destinados ao diagnóstico de doentes, nem para mulheres grávidas, ou aconselhamento".

 

"Os referidos testes, importados por esta empresa, não faziam e nem fazem parte do protocolo nacional de testagem do VIH, aprovado pelo Ministério da Saúde", precisa a nota.

 

Sublinha que, em função das irregularidades detectadas, o Ministério interrompeu o fornecimento de medicamentos e material gastável por esta empresa e remeteu o dossier aos Serviços de Investigação Criminal para o competente tratamento.

 

No seu comunicado, o MINSA explica, por outro lado, que o diagnóstico das pessoas nos serviços públicos de saúde são realizados somente com os testes adquiridos pelo Instituto Nacional de Luta contra a Sida, nomeadamente “Determine” e “Unigold”, padronizados pela OMS e utilizados para este fim no mundo inteiro.

 

Os testes rápidos para o programa do VIH são adquiridos através do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, o que, entre outros factores, assegura a qualidade dos mesmos.

 

O protocolo nacional de testagem do VIH aprovado pelo Ministério da Saúde determina que sempre que um primeiro teste tenha resultado positivo, obrigatoriamente deve-se confirmar o diagnóstico com um segundo teste, de marca diferente, tendo sido o que aconteceu imediatamente após a detecção dos testes falsos positivos.

 

Na última terça-feira, o Procurador-Geral da República (PGR), Hélder Pitta Gróz, anunciou que o Ministério Público vai instaurar um inquérito sobre uso deste reagente para testes HIV/SIDA, pelo Ministério da Saúde, que davam falsos resultados positivos.