Luanda - A ministra do Turismo, Ângela Bragança, reconheceu, em Luanda, que Angola carece de infra-estruturas básicas para desenvolver um turismo sustentável, e sugeriu uma acção integrada, de vários sectores, para potenciar o sector.

Fonte: Angop


Segundo a governante, que falava ao programa Grande Entrevista da Televisão Pública de Angola, há défice de energia, água, saneamento básico e estradas, sobretudo em áreas com forte potencial turístico, como Cabo Ledo (Luanda) e Calandula (Malanje).

 

Avançou que o seu pelouro já fez um diagnóstico exaustivo sobre as necessidades do sector, adiantando que a acção integrada consta de um “MasterPlano”, já elaborado, que em breve será discutido com o Ministério do Ordenamento do Território.

 

De acordo com a ministra, apesar de o país ter publicitado a sua imagem, no recente Fórum Mundial do Turismo, deve continuar a desenvolver as suas infra-estruturas de apoio à actividade turística, para que o turista tenha espaços com condições aceitáveis.

 

Destacou o passo dado no domínio da concessão de vistos, e a atribuição do visto de fronteira, que disse estar a funcionar muito bem, com a aprovação e publicação do Decreto Presidencial que isenta visto para cidadão de determinados países.

 

Trata-se, pois, de uma iniciativa que poderá facilitar a entrada de mais turistas ao país.

 

Ângela Bragança afirmou, por outro lado, que o sector tem trabalhado para que os vários acordos assinados com parceiros internacionais, no âmbito da diplomacia económica, não se tornem “letra morta”.

 

Lembrou que, quando assumiu a pasta, em finais de 2017, o grande desafio foi o de desenvolver uma diplomacia económica activa, para que atrai-se investimentos ao sector do turismo e não só, intentos que têm sido alcançados com a realização de contactos que resultaram já na assinatura de vários acordos.

 

Destacou com resultado dessa diplomacia, o trabalho que está a ser desenvolvido com Espanha, França e Portugal, que culminou com a assinatura de acordos com esses país e tem estado a explorar outras praças-fortes no sentido de assegurar a especialização e parcerias.

 

Fruto da diplomacia económica, feita em grandes eventos internacionais, como Alemanha, Portugal e Espanha, lembrou, Angola realizou, em Maio último, o Fórum Mundial do Turismo (WTF) e conseguiu mobilizar líderes de cadeias hoteleiras internacionais, operadores turísticos mundiais e líderes de opinião, como o ex-presidente francês, François Hollande.

 

Com o Fórum Mundial do Turismo, disse, as autoridades angolanas estabeleceram um diálogo com líderes do sector turístico e hoteleiro mundial, que apontaram os caminhos para Angola desenvolver o sector do turismo.

 

Ângela Bragança referiu que Angola ganhou muito com o Fórum em termos de publicitação da sua imagem, porque a partir de agora as personalidades que estiveram cá serão os mensageiros da realidade e oportunidades de negócios existentes no País.

 

Na entrevista, a ministra realçou também a parceria com a Organização Mundial do Turismo (OMT), que se traduziu também na assinatura de um acordo de cooperação.

 

O acordo vai permitir que quadros da OMT vêem para Angola ministrar formação a técnicos do sector do Turismo em matéria ligada à produção de dados estatísticos ligados estritamente à actividade turística.

 

A ministra explicou que, com os dados estatísticos do movimento turístico, será possível preparar a conta satélite do turismo, indicador que permitirá apresentar o quadro real do sector e a sua contribuição efectiva na formação do PIB nacional, bem como fazer avaliação do consumo de um turista.