Luanda - Na Justiça temos uma empresa Chinesa que se apresenta no seu contrato como uma entidade com vasta experiencia em projectos de Identificação. Foi apresentada em sede de proposta alguma dessas experiencias passadas ou serão as duas empresas Angolanas que possuem as experiencias? Seria vantajoso sabermos quais, onde, quais as mais valias desses projectos e importarmos essas boas experiencias para o nosso país.

Fonte: Club-k.net

Contrariadas as três empresas, viram-se obrigadas a contratar todos os empregados nacionais da empresa anterior, dizemos obrigadas, pois foi necessário o anterior Ministro assim o obrigar. Graças a Deus, senão hoje seria o caos na Identificação Civil de Angola.

 

Com uma total falta de respeito por o projecto existente na Justiça, as três empresas assumiram a operação da Identificação Civil, sem questionarem que normas, processos e métodos existiam. Reinou o caos na Identificação. Sorte às três empresas que contrataram todos os empregados existentes no anterior contrato e os mesmos, com todo o seu profissionalismo mantêm o projecto em pleno funcionamento até hoje.

 

Mas o que trazia de novo este novo projecto de Identificação? Foi contratado junto do Ministério e em algumas situações anunciado na comunicação social alguns dos seguintes pontos:

Bilhete de Identidade Integrado, onde iria possuir no seu CHIP o numero de Contribuinte, Segurado, Assento Nascimento e outros.

Nova plataforma integrada da Justiça

Centro de Dados Nacional

Centro de recuperação e continuidade de negocio

Formação técnica na China para funcionários da Justiça

Centros regionais de impressão e suporte

Plataformas de analítica, suporte e gestão

Operação do projecto a nível Nacional

Temos aqui o que parecia um bom negócio para o nosso país, um Bilhete de Identidade mais moderno, novas plataformas, novos e modernos Centros de Dados e uma operação a nível nacional. No entanto até ao momento o sonho mais parece um pesadelo, uma boa trapalhada Chinesa com o apoio das duas empresas Angolanas.

 

Pois bem, vamos por partes, ao abrigo do contrato são fornecidos ao Ministério enumeras viaturas de suporte à operação, mas quantas e onde estão? Foram entregues a uma empresa de nome SINOTRANS, que mantém a sua gestão. Empresa esta Chinesa. Quem assegura a boa gestão e operação destas viaturas? As duas empresas Chinesas, uma boa trapalhada sem qualquer controlo do Ministério.

 

No final do ano de 2017, são entregues os primeiros novos Bilhetes, bilhetes estes mais avançados, mais seguros e com o CHIP que iria receber determinadas informações, permitindo assim a integração. Diziam eles. Hoje estamos em Junho 2019, e o CHIP não dispõe de qualquer informação, mas temos milhões de novos Bilhetes impressos. Então temos um novo cartão com CHIP mas que não contem informação nenhuma? Então para que serve? Está o nosso país a pagar um cartão mais avançado, mais moderno, certamente mais dispendioso, mas que de nada serve? Aparentemente faz o mesmo que o bilhete antigo.

 

Tendo sido anunciada uma nova plataforma de Identificação, hoje, a plataforma em produção para a Identificação é a anterior. Então surge a questão, o que foi feito? Muito, imprimimos novos bilhetes. Então mas a plataforma é a antiga? Sim, mas imprimimos novos Bilhetes. Parece-nos um bom negócio para o nosso país, alguns Milhões de Dollars para novas impressoras e novos Bilhetes que não têm função aparente.

 

Então e a formação? Sim esta já existiu, algumas dezenas de funcionários da Justiça deslocaram-se o ano passado à China para realizar formação técnica. Então, mas se as novas plataformas não estão em funcionamento a meio de 2019, os funcionários deslocaram-se à China para terem formação do que? Das novas plataformas. Correcto, mas são as mesmas que estão a ser instaladas um ano depois? Não sabemos. Que trapalhada…

 

E os Centros de Dados? Estão em construção ainda, então, se as plataformas em funcionamento são as antigas e as novas estão a ser instaladas, onde? No antigo, mas actual centro de dados. Então, mas esse centro de dados não estava anunciado em meio de 2018? Estava, mas não deu. Então, mas o projecto acaba quando? São dois anos. Mas sim, acaba quando? São dois anos.

 

Será que já temos os Centros Regionais de impressão e suporte? Também não, mas certamente já iniciaram a sua construção. Onde? Não sabemos, ninguém os viu.

 

Mas ao que parece uma luz ao fim do túnel, eis que aparece uma nova plataforma de Registo Criminal, pronta para ser apresentada e entrar em funcionamento. Foi testada? Sim foi, muito. No entanto surge mais uma trapalhada, esta que coloca em causa o bom nome da Justiça, pois a empresa Chinesa, assessorada pelas duas Angolanas, coloca em funcionamento o Novo Registo Criminal, e não é que são entregues aos nossos cidadãos Registos Criminais inválidos? Será que não existe bom senso nas três empresas?

 

O que parecia um bom negócio para o nosso país esta a acabar por ser um desastre. Investidos milhões sem retorno. A falta de qualidade, experiencia e interesse colocam a Justiça em uma situação única.

 

Que trapalhada! Pedimos ajuda urgente na nossa Justiça!



Carlos Santos