Lisboa – Ao total, a proteção do VII Congresso Extraordinário do MPLA, foi confiada  a quatro forças de segurança existentes no país tais como: Unidade de Segurança Presidencial (USP) que fica (trajada a civil) no primeiro cordão de segurança do Chefe de Estado, a Unidade da Guarda Presidencial (UGP) que fica na rua cobrindo o segundo cordão de segurança, a Polícia Nacional para manutenção da ordem pública, e por fim as FAA, que teve a missão de “intensificar os patrulhamentos auto e apeado nos centros urbanos e suburbanos com vista a recolha do pessoal e viaturas militares que transgridam às normas a disposição” contidas numa ordem do CEMGFAA, general António Egídio de Sousa Santos "Disciplina".

Fonte: Club-k.net

Modelo inspirado  em países  como Venezuela, Rússia, e Cuba

Para além destes dispositivos que saíram a rua, no fim de semana passada, o Chefe de Estado angolano dispõem ainda de uma força de elite de nome “Chacal”, treinada por Israelitas. O Chacal é uma Unidade de operações especiais que apenas sai a rua em situações de emergência. Os seus elementos possuem treinamento criterioso para combater guerrilha urbana. Até poucos meses, o seu coordenador era o tenente general Francisco Lomba Dias dos Santos "Lindo", que agora passou a desempenhar o cargo de secretário para os Assuntos de Interior e Polícia Nacional da Casa de Segurança.

 

No sul do país, concretamente na província do Kuando Kubango, há também um outro contingente militar (cerca de 2500 homens) formalmente definido por “Forças Especiais de Apoio ao Comandante-em-Chefe (FEACC)”, cuja missão é intervir, em eventuais casos de “Golpe de Estado” contra o poder do Presidente, em Luanda. Os FEACC, constituídos por 200 mil homens estacionados na zona acima em direcção a nascente do rio Kuebe, há uns 5 km do centro da cidade do Menongue; dispõem de condições para que em caso de “golpe de Estado”, cheguem a Luanda, num espaço de 2h horas para neutralizar insurgentes.

 

Todas estas forças (USP, UGP, Chacal, FEACC) foram criada ainda ao tempo do Presidente José Eduardo dos Santos e a tradição mantem-se. Ao tempo do Presidente Agostinho Neto havia apenas um regimento presidencial que tinha a época, o general António França “Ndalu” como comandante e Pedro Sebastião como comissário político.

 

O primeiro anel de segurança era controlado por uma força especial constituída por elementos da Policia Nacional que depois passou atender pelo nome de Direção de Segurança Presidencial (DSP). Estes usavam também a mesma farda da Policia. No seguimento de desinteligências entre o então comandante da DSP e o ex- comandante geral da Polícia Nacional, Fernando da Piedade Dias dos Santos “Nandó”, está força passou a integrar-se no exercito deixando de usar farda policial. A sua designação passou para Unidade de Segurança Presidencial (USP).

 

Por regra quando o Presidente sai a rua para uma missão de trabalho ou partidária, a UGP, como responsável da integridade do Chefe de Estado, é a força que tem a encargo de receber as armas dos agentes da polícia e agentes de proteção física que forem a encontrar no local onde passam.

 

Segundo apurou o Club-K, a recente decisão do general António Egídio de Sousa Santos "Disciplina" em colocar a tropa da região militar de Luanda, em prontidão combativa para proteger o congresso do MPLA, é, internamente justificada como uma pratica herdada desde o tempo do Presidente José Eduardo dos Santos, inspirada em países de matriz comunista como Venezuela, Rússia, e Cuba.

 

Apesar de se considerar que os níveis de “ameaças presidências” em Angola são baixos comparados ao período do conflito armado, o actual Presidente João Lourenço ainda não deu sinais de pretensão de fazer correções a este quadro, em que a tropa tem de ficar em prontidão quando há eventos do MPLA.

 

Internamente, alega-se, que tal procedimento só irá terminar quando, Angola optar por um modelo de governação em que o Presidente da República, deixara de ser líder de um partido, como acontece em Portugal, França e etc. Na África do Sul, o Presidente da República e o líder do partido no poder é a mesma pessoa, porém, quando há eventos partidários, o mesmo é apenas protegido pela sua escolta presidencial, sem envolver exercito.