Luanda - João de Almeida Azevedo Martins “Jú”, reiterou ao líder do MPLA, João Manuel Gonçalves Lourenço a manifestação, de sair do cargo de secretário para a Reforma do Estado, Administração Pública e Autarquias, invocado razões de saúde que o levam a deslocar-se com frequência a Portugal, para tratamento.

Fonte: Club-k.net

A manifestação de saída, segundo apurou o Club-K,  vem sendo assinalada desde 2014, mas na altura o então Presidente José Eduardo Santos  recusado o seu pedido de deixar o Secretariado do PB do partido. Antes do congresso de 2016, voltou a formular o mesmo pedido  e  fora novamente  persuadido a ficar, tanto pelo então líder do partido, José Eduardo dos Santos e por conseguinte o seu então “vice”, a pretexto de que deveria  acompanhar o processo de transição e por conseguinte as autarquias.



“Como estávamos em preparação do VI Congresso Ordinário do MPLA e como eu havia manifestado o interesse e sair dos cargos que ocupava, solicitei ao então Presidente do Partido uma audiência, no sentido de expor vis a vis, as minhas razões.”, explicou o dirigente por intermedio de um direito de resposta, ao portal Maka Angola.

 

Conforme explica “Concedida a audiência, em pleno Congresso, e tendo-me sido reiterada a confiança política, e orientado que me devia focar na concepção e implementação dos documentos estratégicos para assegurar a vitória no desafio eleitoral imediato, fi-lo com entrega e devoção.”

 

Contudo, seria na véspera do 7.º Congresso Extraordinário que o novo líder João Lourenço reconsideraria a sua vontade de se afastar do secretariado executivo do Bureau Político, ficando apenas como membro deste organismo mas sem funções executivas.

 

Desde 1985, a trabalhar na sede do MPLA, “Jú” Martins começou no então departamento dos órgãos estatais do partido, para seis anos depois se tornar assistente do departamento de analises e estudos políticos do partido. Sairia deste gabinete, para se tornar membro do então conselho nacional eleitoral, que preparou as primeiras eleições gerais em Angola.

 

Ao mesmo tempo é colocado como “numero dois” do então novel gabinete de estudos e pesquisas e analise do Presidente da República, que tinha como director, Manuel Vieira Dias “Kopelipa”. Martins regressaria ao partido em 1993, para se ocupar da direção de estudos e analises do comité central, até ser elevado a secretario para os assuntos políticos.

 

Apesar de nunca ter exercido funções a nível do aparelho governamental, foi por varias vezes visto como o ideólogo do MPLA, que operava como uma espécie de “Vice Presidente sombra”. Daí que o apelidam como o “pequeno Lúcio Lara”. Nas questões partidárias a sua visão era sempre levada em conta por JES, que não tomava decisão a nível do partido sem consulta-lo.