Luanda – Uma cidadã angolana identificada por Rosa Dedha Fengele vê-se impedida de regressar ao país, há mais de um ano, por perseguição e ameaças constante de morte pela família do ex-cônjuge conhecido por Edgar da Silva, antigo gerente do supermercado “Shoprite”, localizado no município de Viana, em Luanda, com quem conviveu quatro anos, e que mais tarde este viria a ser detido pelas autoridades angolanas, acusado de crimes de “burla, lavagem de dinheiro e desfalque” à própria loja em que desempenhava o cargo de gerente comercial.

                Rosa Fengele é ameaçada pela família de antigo gerente da Shoprite

Fonte: Club-k.net
Ade.jpg - 75,71 kBDe acordo com as denúncias ao Club-K Angola, a jovem de 29 anos, licenciada em "Relações Internacionais", julga-se inocente de todas supostas práticas ilícitas de que é acusado o ex-namorado, a partir do momento que recebera telefonemas da vizinhança e pessoas amigas ao casal, informando-lhe de que a sua residência, onde habitava com Edgar, tinha sido alvo de diligências e buscas policiais, quando ela se encontrava ausente do seu domicílio.

“Fiquei surpresa ao receber telefonema de um amigo nosso a dizer que Edgar tinha sido detido pela polícia, por burla e outros crimes. Horas mais tarde a minha vizinha ligou-me para confirmar que a polícia tinha ido à nossa casa fazer-me buscar por volta das 08 horas. Eu vivi com meu namorado quatro anos, enquanto ele gerente da Shoprite de Viana, nunca tive conhecimento destes actos de que é acusado”, disse.

Dias depois, segundo apurou o Club K, o Serviço de Investigação Criminal de Luanda, através do Departamento de Combate ao Crime Organizado, notificou Rosa Fengele para ir prestar declarações sobre o processo n.º 6989/019, uma vez que o nome foi citado durante os interrogatórios feito a Edgar da Silva. Posto lá (isso é no dia 15 de Dezembro de 2019), a mesma foi detida e responderá no processo como arguida.

Devido às constantes perseguições e ameaças de morte por pessoas ligadas ao antigo parceiro, Rosa Dedha Fengele foi obrigada a emigrar (para França) se livrar da morte, após a detenção de Edgar. De acordo com a mesma, a família do acusado atribui à jovem cumplicidade e conluio no desvio de dinheiro da empresa “Shoprite” e burla em Luanda, presumíveis crimes que a mesma diz desconhecer, durante o tempo de “amigamento”.

“Eu sou inocente de tudo. Nunca soube de nada enquanto mulher dele, mas a família quer me matar porque acha que eu também colaborava com Edgar”, lamenta, dizendo que até ao momento, “Edgar nunca mais foi visto por si nem ouvir falar”.

O perigo de vida de Rosa em Luanda tornou-se mais grave quando, segundo alega, teria sido raptada por indivíduos até hoje não identificados que a submeteram sobre tortura física ao ponto de a deixar inconsciente, tendo-se recuperado os sentidos vitais já na cama de um dos hospitais em Luanda, ficando por 15 dias sob cuidados médicos.

“Fui raptada por marginais que me espancaram e quase perdi a vida. Acordei no hospital, onde fiquei algumas semanas e depois, saí de muletas devido os golpes que sofri na perna direita”, lembrou.

O Club-K procurou ouvir a parte acusada, mas até a publicação desta matéria fomos mal sucedidos pelas fontes solicitadas para o direito de resposta.