Lisboa – O regime, nos encontros restritos que tem com a UNITA faz recurso a uma linguagem entendida como refrescamento ou  cobrança de episódios do teatro militar ocorrido a quando a morte de Jonas Savimbi. Invoca  que os teriam morto em 2002  e que se estão vivos é  “graças a magnanimidade” do PR, José Eduardo dos Santos. O pensamento que fazem transmitir é de  que não entendem as razões  que levam a UNITA a opor-se contra o modelo de eleição “atípica”.

 

Fonte: Club-k.net

 Querem compreensão das atípicas
 como moeda de troco

O parecer do regime dado aos seus interlocutores da UNITA foi exposto  recentemente numa reunião conduzida com generais com dependência  a Casa Militar da Presidência da Republica. As patentes mais alta  na reunião terão sido as do  General Manuel Vieira Dias  “Kopelipa” e de Sachipengo “Nunda”  cuja missão era transmitir “duas idéias” a direcção do  partido fundado por Jonas Savimbi.


Recentemente, o Jornal “O Pais” , questionou o Secretario para informação do MPLA, Kwata Kanawa a cerca da reunião que a UNITA disse a media ter tido com a ala militar do regime e este  disse desconhecer o assunto. A resposta deste alto dirigente do MPLA reforçou a tese segundo a qual, muitas das vezes  o elenco do partido são postos de parte em certos assuntos da política domestica tratados na “cidade alta”, tal como aconteceu com a decisão de se optar pelo sistema de eleição atípica em que  vieram a saber apenas quando o PR se pronunciou na presença do seu homologo sul africano que era recebido em Luanda.

 

Analises ajustadas

 

Apreciações  ajustadas em torno da reunião com os generais apontam que a atitude dos mesmos pode ser interpretada  como ameaças revelando que a nova constituição ao qual o Presidente faz gosto é ao mesmo tempo uma forma de “vida ou de morte” ao qual o regime não claudicará.


Por outro, lado a tese do regime em invocar ter poupado elementos da UNITA devido a magnitude de JES é vista em círculos de militares “isentos” como um trabalho de “marketing ” destinado a tirar dividendos políticos. Recorrem a um quadro inverso na qual analisam de forma precisa, os seguintes pontos a saber:


-  O Regime precisava de um interlocutor valido internacionalmente para negociar, caso  matassem  os elementos da direção da UNITA como o General  Lukamba “Gato” não teriam  voz valida capaz de orientar ou  mandar acalmar os ânimos dos soldados, em outras frentes militares,  que iriam desesperadamente  vingar se da morte do seu líder morto em combate.


- Caso a direcção fosse decapitada, após a captura do General Karmorteiro e a morte de Savimbi, o exercito angolano enfrentaria bolsas de resistência com destaque na Zona Norte onde se encontrava o General Apolo e na Zona centro e outras onde o exercito da UNITA realizava algumas incursões. A Guerra levaria mais tempo para terminar.


- O regime pretendia mostrar que o “empecilho” da paz era apenas a pessoa de Jonas Savimbi para dar suporte/argumentação a propaganda oficial. O Porta Voz da Presidência, Aldemiro Vaz da Conceição chegou a considerar a imprensa internacional que a morte de Savimbi foi a “remoção do obstáculo a paz” em Angola.


- Era intenção do regime  manter a direcção da UNITA viva no sentido de acomodá-la economicamente a fim de pó-las assinar um pacto de cavalheiro ao qual estes facilitariam na altura, a alteração da constituição e em contra partida após as eleições que seriam na altura realizadas, o regime segundo rumores faria de Lukamba “Gato”,  Primeiro Ministro e colocariam certos elementos em empresas como Sonangol e etc.  Uma alta dirigente do MPLA, Joana Lina teria sido mandatada a envolver o então SG da UNITA, num projecto para industria de minerais fluviais. Porem, o plano político não sucedeu-se devido a alteração de mudanças de liderança na UNITA, em resultado da realização de um congresso.


- Caso aniquilassem toda  direcção da UNITA, o General Kamalata “Numa” que teria sobrevivido mostrava se apto a assumir a liderança militar da guerrilha. De acordo com um precedente militar, ocorrido na década  de noventa, o Presidente da UNITA,  Jonas Savimbi notou-lhe capacidade de organizar um movimento militar. Kamalata “Numa” chegou a criar um comando militar na zona do Bengo sem o conhecimento de Savimbi  na seqüência da ressaca dos confrontos de 1992 ao qual teria recebido o General Ben Ben e outros que escaparam os combates em Luanda. Após a derrota da batalha do Kuito de  1997, Savimbi mandou lhe prender num edifício no Huambo vulgo “prédio dos generais” sob suspeita de criar uma “guerrilha paralela.” O propósito era isola-lo para se poder analisar/estudar a sua capacidade de organizar frentes militares sem recurso a direcção do partido.


São por estes motivos que as analises militares contrariam a propaganda das autoridades angolanas segundo a qual a direcção da UNITA que veio das matas sobreviveu graças a JES.