Luanda - O general Samuel Martinho Epalanga (no centro da foto) nasceu a 28 de Maio de 1943, na localidade de Tchikala-Tcholohanga, província do Huambo. Fez os seus primeiros estudos na Missão Evangélica do Dondi e mais tarde na cidade do Huambo, onde acumulou os estudos com a sua primeira profissão nas Oficinas Gerais do Caminho de Ferro de Benguela (CFB).

Fonte: UNITA

Devido às perseguições da PIDE, em 1965, muito embora já tivesse feito a inspecção militar para o seu ingresso nas Forças Armadas Portuguesas, na companhia dos seus amigos Severino Sawenda e Mateus Katalaio, Samuel Martinho Epalanga encetou fuga do Huambo para a então República do Congo Belga - Zaire, com a colaboração do seu tio Mário Kamalata Satoñole.


Transpuseram a fronteira sob muitos riscos, mas chegaram a Lubumbashi, então República do Zaire, onde ouviram falar pela primeira vez do projecto político do Dr. Jonas Savimbi, tendo tido o primeiro contacto com a bandeira e o ideário do Galo Negro.

Depois de contactados pelo Dr. Jonas Malheiro Savimbi, através de Maria Caetano, o General Epalanga e o General Severino Sawenda partiram para a Zâmbia, onde encontraram alguns dos Comandantes da UNITA treinados na República Popular da China.


O General Samuel Epalanga fez parte de um grupo de 50 elementos recrutados pelo Dr. Savimbi para os treinos na China, cuja partida não se veio a concretizar devido à prisão do Presidente Fundador determinada em 1967 pelas autoridades zambianas, como reacção aos ataques da guerrilha da UNITA ao CFB.


Enquanto durou o exilio de 9 meses do Dr. Jonas Savimbi no Cairo, o General Samuel Epalanga trabalhou na mobilização dos angolanos radicados na fronteira do Zaire e da Zâmbia, ao mesmo tempo que colaborava de forma clandestina na aquisição de armamento e munições.


Em 1968, integrou a comitiva do Dr. Savimbi da Zâmbia para o interior de Angola, tendo sido nomeado, após um treino militar, Comandante da guerrilha em Lumai, Província do Moxico.


Em 1969, o General Samuel Epalanga recebeu a missão de desmantelamento dos FLECHAS, uma milícia portuguesa com que Tiago Sachilombo, desertor da UNITA, trabalhava na desmobilização das populações para desarticular as bases da UNITA. Nesse mesmo ano foi nomeado Comandante da Zona de Chatuika. Em 1971, foi nomeado Comandante da Zona Zero e Chefe da Emigração.


A 14 de Junho de 1974, na localidade de Cangumbe, província do Moxico, o General Epalanga fez parte da delegação da UNITA presidida pelo Dr. Savimbi que assinou o acordo de suspensão de hostilidades com a delegação portuguesa.


Nesse mesmo ano, o General Samuel Epalanga foi enviado pelo Dr. Jonas Savimbi ao Huambo, para a mobilização das populações para a nova etapa política do país. Encetou contactos com várias individualidades do Huambo e do Bié, cujo resultado se reflectiu na apoteótica e jamais vista recepção do Dr. Jonas Malheiro Savimbi.


Com a deterioração da situação político-militar do país, face a invasão de Angola pelas forças cubanas, o General Samuel Epalanga foi Comandante das Forças Militares da UNITA (FALA) na Frente do Huambo, até à queda da cidade a 8 de Fevereiro de 1976.


Em 1976, na sequência da retirada da UNITA das grandes cidades, o General Epalanga estabeleceu a sua base de guerrilha na região do Kuito Kuanavale. Foi através dele que o Dr. Jonas Malheiro Savimbi procedeu aos primeiros contactos com o Comando das forças sul-africanas baseadas na Namíbia. Foi Comandante da Região Militar 17, com base central no Chissombo.


Em 1980, nos primórdios do surgimento da Jamba, o General Samuel Martinho Epalanga foi chamado para ajudar na organização do que veio a ser a Capital das Terras Livres de Angola, respondendo pela Direcção Geral de Pessoal do Comando Operacional Estratégico (COPE).


Exerceu as funções de Director da Brigada Nacional de Defesa do Estado e de Secretário dos Recursos Naturais. Em 1995, foi transferido da Jamba para o Bailundo, onde exerceu as suas funções, até 1999, em que reacendeu o conflito militar.

A quando ao seu falecimento, aos dia 19 de Maio de 2018, a actual direção da UNITA, considerou o General Samuel Martinho Epalanga como alguém que "foi um homem de profundas convicções políticas, exímio cumpridor de missões, fiel ao Partido e à sua Direcção, sendo este um dos principais legados que deixa para a juventude angolana."

* Adaptado do elogio funebre