Lisboa - A cabeça de lista do Livre pelo círculo de Lisboa, Joacine Katar Moreira, defendeu hoje o alargamento da nacionalidade para os filhos de imigrantes, através da atribuição imediata da nacionalidade portuguesa aos nascidos em Portugal.

Fonte: Lusa

"Quem nasce em Portugal deve ser de nacionalidade portuguesa de forma imediata, independentemente da situação oficial em que se encontrem os pais e os avós" ", afirmou a candidata às eleições legislativas de 6 de outubro, no Porto.

Numa conversa debate sobre o tema "Democracia e feminismo", Joacine Katar Moreira explicou que, no entendimento do Livre, este alargamento representa "um instrumento de valorização da democracia" e não apenas uma reivindicação das minorias.

Por outro lado, observou a cabeça de lista, o partido defende o alargamento da cidadania, nomeadamente o direito ao voto dos cidadãos imigrantes.

"O indivíduo que tenha autorização de residência é um indivíduo que, antes de obter a sua autorização de residência, esteve anos e anos e anos a descontar para a Segurança Social, a contribuir. E atribuída a declaração de residência, precisa de ser também enquadrado no que diz respeito ao alargamento da sua cidadania", sustentou a candidata, salientando que estas matérias estão diretamente relacionadas com as questões de justiça social.

No Porto, para uma plateia de mais de duas dezenas de pessoas, Joacine Katar Moreira defendeu ainda ser necessário resgatar a "dignidade" das pessoas, começando pelo aumento do salário mínimo para os 900 euros.

"É indigno um salário mínimo de 600 euros", considerou, referindo exemplos de outros países, como Espanha, onde o ordenado mínimo foi aumentado no mesmo ano 165 euros e não "gerou o colapso do sistema".

Para a cabeça de lista, isto prende-se "com vontade política".

"É inadmissível que um executivo de esquerda, apoiado por outras esquerdas, ache normal o aumento do ordenado mínimo de 20 euros que não melhora relativamente a vida de família nenhuma", declarou.

Na iniciativa, marcou também presença o cabeça de lista pelo círculo do Porto, Jorge Pinto, que começou por dizer que o "Livre vai chegar quatro anos atrasado à Assembleia da República, mas vai chegar".

Entre outras propostas, o candidato defendeu a revisão do conceito de trabalho, através da integração do trabalho doméstico e não reprodutivo, e do aumento do período de férias para 30 dias.