Luanda - As imagens da Polícia Nacional a carregar sobre um grupo de cerca de 50 jovens manifestantes que se preparavam para avançar para a Assembleia Nacional onde o Presidente da República, João Lourenço, era esperado para o seu discurso sobre o estado da Nação, na abertura do novo ano legislativo, estão a correr mundo, mas ainda não chegaram ao Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa do Comando Provincial de Luanda.

Fonte: NJ

Promete inquérito para apurar se agentes terão usado a força


Ao NJOnline, o intendente Hermenegildo de Brito, que negou as agressões por parte dos agentes da autoridade, garantiu que "em função da denúncia, foi aberto um inquérito esta manhã para apurar se houve excessos".



Da meia centena de jovens manifestantes que exigiam os 500 mil empregos prometidos por João Lourenço durante a campanha eleitoral que o levou à presidência do País, entre os quais membros do Movimento Revolucionário, foram detidos "28 cidadãos que estavam a cometer o crime de arruaça", segundo o intendente Hermenegildo de Brito, que afirma que os jovens foram levados até à segunda esquadra no Distrito Urbano do Cruzeiro, onde foram ouvidos e depois postos em liberdade por volta das 19:00".


O episódio teve lugar no Distrito Urbano do Prenda, Samba 2, em Luanda. O NJOnline soube de fonte do Serviço de Investigação Criminal (SIC) Luanda, que um activista, conhecido por Jaime M C, teve o braço esquerdo partido e foi transportado para o Hospital Josina Machel (Maria Pia).



Segundo o SIC, a força só foi usada perante a resistência de alguns manifestantes que se recusaram a abandonar o local. Os manifestantes tentaram, ainda assim, manter-se no local e foram agredidos por efectivos da polícia com murros, pontapés e porretes.


O intendente Hermenegildo de Brito reforçou que a orientação do Comando Provincial de Luanda da Polícia Nacional era que os agentes assegurassem o local da manifestação e repusessem a ordem e a tranquilidade.



"Nos até aqui não conseguimos precisar se houve realmente espancamentos, mas face às fotos que estão a circular nas redes sociais, abrimos internamente um inquérito de investigação no sentido de apurar realmente se alguns agentes da autoridades terão usado a força e espancado os manifestantes", afirmou o responsável em declarações ao NJOnline.