Barcelona - A consultora FocusEconomics agravou a previsão de recessão para Angola este ano, de 0,4% para 0,6%, e reviu também em baixa a estimativa de crescimento económico em 2020, de 1,2% para 1%.

Fonte: Lusa

"A FocusEconomics prevê que o Produto Interno Bruto se expanda 1% em 2020, o que representa uma queda de 0,2 pontos percentuais desde a estimativa do mês passado, e o crescimento de 2021 deve acelerar para 1,9%", lê-se na análise de dezembro às economias africanas.

 

No relatório, enviado aos clientes e a que a Lusa teve acesso, esta consultora sediada em Barcelona antevê uma recuperação da economia angolana no próximo ano, sustentada principalmente na procura interna.

 

"As reformas económicas em curso, a estabilidade política e o apoio do Fundo Monetário Internacional (FMI) devem fortalecer a procura dos consumidores e apoiar o investimento, num contexto de melhoria do ambiente empresarial", escrevem os analistas.

 

No relatório alerta-se, no entanto, que "o abrandamento do crescimento económico global, a volatilidade dos preços do crude e a periclitante produção petrolífera devem prejudicar a recuperação".

 

Sobre o cenário macroeconómico angolano, os analistas destacam ainda a evolução da moeda nacional, que sofreu uma desvalorização acentuada desde que o Banco Nacional de Angola anunciou a retirada da banda de 2% que limitava as ofertas de dólares nos leilões dos bancos.

 

"O kwanza caiu para o valor mais baixo de sempre no dia 29 de outubro, depois de o banco central ter adotado um novo regime de câmbio flexível, cortando o limite que estava em vigor desde janeiro de 2018", lembram os analistas, notando que entre o dia 8 de outubro e o dia 8 de novembro, a moeda angolana desvalorizou-se 17,5%, com um dólar a valer 462,5 kwanzas.

 

"Isto encurtou consideravelmente a diferença entre a taxa paralela e a taxa de câmbio, sendo previsível que "a moeda acabe 2020 a valer 545,3 kwanzas por dólar e evolua para 582,3 por dólar em 2021", concluem os analistas.

 

A inflação, por seu turno, tem estado a abrandar, com a FocusEconomics a antever que a subida dos preços trave para 15,7% em 2020, o que representa um agravamento de 1,7 pontos percentuais face à previsão do mês passado, e para 14,7% em 2021.