Luanda – O espírito do enriquecimento fácil continua a tomar conta de alguns gestores públicos. Parece que esse mal – que corrói diariamente a estruturas do país – precisa ser combatido com a água benta que algumas igrejas vendem aos seus fieis, caso contrário os esforços do Presidente da República contra a corrupção cairá no saco roto.

Fonte: Club-k.net

O esquema de extorsão instalado pelos antecessores do actual inspector-geral do Ministério do Comércio, Fernando Catumbila, continua de pedra e cal. Pois, quase diariamente, este portal noticioso recebe denuncias dos comerciantes contra os inspectores deste órgão.

    

Os lesados – que são operadores comerciais – alegam que são constantemente chantageados pelos inspectores do Ministério do Comércio sem motivos. Na maior parte das vezes são obrigados a pagar mensalmente valores – que variam de 500 mil a um milhão de kwanzas – a estes para poderem exercer, sem interrupção, as suas actividades económicas.  

 

Em Outubro último, a inspecção geral do Comércio suspendeu temporariamente – sem grandes motivos – as actividades das superfícies comerciais Angomart e Frisangol, no km 30, e da padaria do supermercado Candando, em Viana, sob o protesto de que estes estavam a infringir normas comerciais.

 

Quando na verdade, de acordo com os denunciantes, estes comerciantes, agastados com os ‘modus operandis’, se recusaram a entrar no novo esquema de mesadas, coordenadas por Fernando Catumbila.

 

No segundo trimestre do corrente ano, vários comerciantes do município de Belas, viram as suas actividades económicas interrompidas por terem recusado a pagar cerca de um milhão de kwanzas aos inspectores corruptos do Comércio. Houve uns que pagaram, sem resistência, somente para não serem incomodados desnecessariamente.  

 

No distrito da Samba – propriamente no bairro Rocha Pinto – alguns comerciantes também foram coagidos a aderirem no esquema. O mesmo aconteceu com os dos municípios de Cacuaco, de Viana, Cazenga, Icolo Bengo e Kilamba Kiaxi.

 

Suponha-se que, até aqui, o esquema já rendeu milhares de kwanzas ao inspector-geral Catumbila que se encontra neste cargo a menos de um ano. A bem verdade os seus pupilos vagueiam, deslumbrantemente, nos bastidores desta instituição, dando ares das suas graças.