Lisboa - Nuno Ribeiro da Cunha morreu, segundo apurou o Jornal Económico. Era o responsável por gerir a conta da empresária. O gestor foi ontem constituído arguido pela PGR de Angola, em conjunto com Isabel dos Santos.

Fonte: JE

Morreu Nuno Ribeiro da Cunha, diretor do private banking do Eurobic e gestor de conta de Isabel dos Santos, segundo apurou o Jornal Económico. Segundo fontes próximas, terá sido um suicídio.

 

O gestor era o o banqueiro responsável pelas grandes contas no banco, entre os quais Isabel dos Santos. O gestor foi ontem, 22 de janeiro, constituído arguido pelas autoridades angolanas no caso Luanda Leaks.

 

A morte de Nuno Ribeiro da Cunha surge numa altura em que estão sob suspeita transferências bancárias da Sonangol de 57,4 milhões de dólares (52 milhões de euros), realizadas a 16 de Novembro de 2017 (um dia após a exoneração de Isabel dos Santos da petrolífera angolana), para uma conta bancária no Emirates NBD, no Dubai, titulada pela Matter Business Consulting DMCC.

 

A investigação internacional do consórcio de jornalistas ICIJ revela mesmo que, em menos de 24 horas, a conta da empresa angolana no EuroBic Lisboa, banco de que Isabel dos Santos é a principal acionista, foi esvaziada e ficou com saldo negativo no dia seguinte à demissão da empresária da petrolífera.

 

Estas operações levaram à abertura de um processo crime em Angola e estão também já a ser investigadas pela justiça portuguesa.

 

Na sua edição de hoje, o Correio da Manhã noticia que Nuno Ribeiro da Cunha tentou anteriormente suicidar-se. Esta tentativa teve lugar a 7 de janeiro na sua casa de Vila Nova de Milfontes, concelho de Odemira, distrito de Beja.

 

A empregada doméstica encontrou o gestor em casa e chamou a GNR para dar conta de uma tentativa de suicídio “com recurso a arma branca”. As autoridades chamadas ao local encontraram Nuno Ribeiro da Cunha ferido com gravidade, mas o caso levantou suspeitas e a Polícia Judiciária foi alertada.

 

O CM dá conta que a vítima de 45 anos “tinha golpes nos pulsos e uma perfuração no abdómen”, ao que a PJ decidiu avançar com a investigação perante a possibilidade de uma tentativa de homicídio, após reunir diversos elementos. O ‘Observador’ revela que a PJ apreendeu o telemóvel do gestor bancário para “tentar perceber se estaria a ser coagido para apresentar aquela versão”.

 

Atualmente, a PJ confirmou ao ‘Observador’ que está a decorrer a investigação com três cenários em cima da mesa: tentativa de suicídio, como indica Nuno Ribeiro da Cunha, simulação de tentativa de suicídio e tentativa de homicídio.