Lisboa – Um dirigente da bancada parlamentar do MPLA está a ser acusado pela própria família por ter ordenado a detenção da sua irmã na sequência de um episódio de acusações de feitiçaria. De acordo com explicações, a irmã vive numa casa por si oferecida, mas depois de brigados o parlamentar decidiu receber a casa. 

*Paulo Alves
Fonte: Club-k.net

Família apresenta participação criminal 

O deputado chamou a polícia para desalojar a irmã invocando que a sua casa foi ocupada por estranhos. No principio deste mês, o politico fez ameaças a irmã, levando com que a  mesma apresentasse, no passado dia 17,  uma participação criminal.

De acordo com fontes familiarizadas ao assunto, a desavença entre as partes começou há dois anos, quando num dia 18 de Fevereiro de 2018, Monteiro Pinto Capunga, deputado do MPLA, convocou os seus familiares para uma reunião, em sua casa no Talatona a fim de tratar de alguns assuntos de fórum familiar.

No início da reunião, o político deu a conhecer, aos de mais familiares que a partir daquela data ele “deixaria de ser irmão da sua mais velha”, justificando que a mesma o acusara de feitiçaria e de ser o responsável pelo falecimento do filho daquela.

 

Surpreendida com as acusações que estavam a ser levantadas, a irmã questionou a Monteiro Pinto Capunga onde foi que ele teria ido buscar tais conversas. Capunga, segundo descreveram ao Club-K, alegou que o chefe dos seguranças da sua empresa MIAMOP, de nome Jorge Cassambua é quem o teria transmitido a informação.

 

Para provar que estava a falar a verdade, o deputado telefonou na presença dos seus familiares ao segurança Jorge Cassambua e este por sua vez respondeu que “era verdade” e que a irmã chamou o irmão de feiticeiro.

 

A irmã contestou as acusações dizendo que era tudo mentira e que o chefe dos seguranças estaria a faltar com a verdade, uma vez que teve trocas de palavras com o seu filho. A reunião familiar acabou, neste dia por dar lugar a um clima tenso naquela família. Porém, entre gritos e choros, Monteiro Capunga decidiu expulsar todos da reunião realizada, em sua casa, dizendo que já não queria ver ninguém e que a partir daquele momento deixava de ser parente dos presentes. Após alguns minutos os familiares que estavam na reunião acalmaram a situação e tudo voltou ao normal naquele mesmo dia.

 

No dia seguinte 19/02/2018, Monteiro Capunga enviou uma mensagem a irmã pedindo a ela para esquecer que ele é seu irmão tendo acrescentando que só voltariam a se encontrar no cemitério. De seguida, expulsou/demitiu os seus sobrinhos, filhos desta mesma irmã, que trabalhavam na sua empresa MIAMOP, sem prévio aviso e sem alguma indemnização.

 

Os sobrinhos viviam numa casa no condomínio do patriota, em Luanda, pertencente a Capunga. Porém, depois de decidir cortar laços de parentesco com a irmã, o deputado Monteiro Capunga, segundo acusação, recorreu a Polícia Nacional para desalojar os seus sobrinhos, da casa do Patriota, a pretexto de que a casa em que estavam era sua.

 

Apesar de os sobrinhos estarem em Luanda, a irmã mais velha vive na província de Malanje numa casa também pertencente a Capunga. “ele eu casa a irmã, depois desentenderam-se, e recebeu de volta o bem imobiliário”, disse explicando que “Capunga havia dado varias casas a sua irmã e recebeu todas excepto a casa em que vive em Malanje, isso porque a irmã não quer abandonar a casa”.

 

Diante das desavenças que ocorrem, mostra-se preocupada e acusa o deputado de proferir ameaças com expressões como “quem não deixar a minha casa vai sair no lençol branco”, ou outras expressões como “Quem se atrever expor essa situação nunca mais verá sol”.

 

Eufórico, segundo a denuncia, o deputado do MPLA mandou prender a sua sobrinha, filha da sua irmã mais velha e os dois filhos desta, por estes mostrarem resistência em abandonar a casa por si comprada, sito no condómino lar do patriota. As sobrinhas ficaram presas durante 9 dias, uma vez que perante a polícia, o deputado alegou que eram invasores da sua residência e que não os conhecia.

 

Mediante essa situação, a sua sobrinha não teve outra alternativa, senão abandonar a casa junto com os seus filhos e netos, mesmo estando no meio do ano lectivo.

 

Capunga pediu aos demais familiares para deixarem de falar com a sua irmã mais velha. Neste momento a sua irmã continua a viver numa das suas casas na província de Malange. A mesma se recusa a abandonar a casa. Segundo, explicações, depois de o deputado ter dado a casa a irmã quando eles ainda tinham boas relações, ela passou o imóvel em seu nome “por esta razão a irmã não sai”, diz a fonte acrescentando que foi, o deputado quem mandou a irmã ir viver na província de Malanje, onde são originários.


Ao exigir a casa que ele ofereceu de volta, fontes familiares acusam o deputado de a perseguir a própria irmã para que esta abandone a casa, na província de Malanje. “Várias vezes o senhor enviou polícia na mesma casa para a saída esforçada da sua irmã, mas sem sucesso”.


Não satisfeito com a situação, segundo a mesma fonte, o deputado do MPLA, mandou, sem sucesso, prender a sua irmã, por ela se recusar deixar a casa, e no inicio deste mês de Março voltou a causar perturbações. As famílias temem que as partes percam controlo da situação, pelo que apelam a intervenção das autoridades e da própria bancada do MPLA, de modo a situar o seu deputado. Enquanto isso, a irmã moveu uma queixa criminal contra o deputado, no Tribunal Provincial de Malanje.