Luanda - O secretário de Estado para a Saúde Pública de Angola, Franco Mufinda, disse hoje que Angola elevou o número de pessoas em quarentena institucional por causa da covid-19 de 460 para 526, devido a "denúncias da população".

Fonte: Lusa

A informação foi avançada durante um balanço sobre a pandemia do novo coronavírus no país, em que o governante angolano realçou que as denúncias têm permitido "levar a cumprir de forma compulsiva" a medida.


Relativamente à situação do novo coronavírus no país, Franco Mufinda referiu que se mantêm os três casos positivos registados anteriormente, estando em curso o processamento de sete amostras e outras novas agregadas, fruto do trabalho de campo e da busca ativa entre os contactos mantidos por casos suspeitos.

O Governo angolano recebeu hoje das Fundações Alibaba e Jack Ma doações de materiais para o combate à pandemia do novo coronavírus, entre os quais 20.000 testes laboratoriais à covid-19, informou.

Segundo Franco Mufinda, a doação que chegou hoje ao país incluiu também cerca de 100.000 máscaras e 1.000 fatos de proteção individual de biossegurança de nível III.

O presidente do Sindicato de Médicos de Angola disse hoje em Luanda que o sentimento entre a classe "é de frustração", devido sobretudo às debilidades das medidas de biossegurança.

Em declarações à agência Lusa, Adriano Manuel disse que, de forma geral, a classe médica angolana está preparada para a situação da covid-19, com os três casos positivos confirmados, "mas o grande problema são as medidas de biossegurança de que o país não dispõe".

"Temos alguma dificuldade, com relação à questão dos equipamentos de proteção individual, e à biossegurança de uma forma geral. O país tem carência de quase tudo, tem carência de luvas, de máscaras, de óculos", disse o sindicalista.

Adriano Manuel frisou que a carência dos equipamentos de biossegurança aumenta a probabilidade de os hospitais serem uma fonte de contágio, e Angola está nesta situação atualmente.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de meio milhão de pessoas em todo o mundo, das quais morreram quase 23.000.

O continente africano registou até hoje 73 mortes devido ao novo coronavírus, ultrapassando os 2.800 casos, em 46 países.