Luanda - Os clubes angolanos decidiram hoje por unanimidade anular o campeonato angolano de futebol Girabola, interrompido em março devido a pandemia da covid-19, sobretudo para "salvaguardar a saúde e os gastos avultados com atletas cujos contratos expiram em maio".

Fonte: Lusa

A decisão dos quinze clubes que militam no Girabola foi apresentada hoje durante uma reunião com a Federação Angolana de Futebol (FAF) que analisou o interregno da competição após ter sido disputada a 25.ª jornada.

 

Segundo porta-voz dos clubes no encontro, Tomás Faria, duas principais razões levaram as equipas a decidirem em consenso pelo fim da presente época do campeonato, nomeadamente as cautelas em torno da pandemia e a questão dos contratos dos atletas.

 

"A primeira razão é a pandemia e os clubes têm consciência que a mesma poderá levar pelo menos três meses e por maioria das razões a saúde em primeiro lugar", disse hoje o responsável que participou da reunião por videoconferência.

 

O fim dos contratos dos atletas, cuja maior parte expira em maio, "e a maior parte dos clubes fazem contrato apenas por uma época", frisou, constitui a segunda razão dos clubes para a anulação da prova.

 

"Por isso, depois de 31 de maio os contratos estão todos caducados e os clubes não têm condições de os renovar sem que haja uma luz no fundo do túnel sobre possível fim desta pandemia", explicou.

 

O campeonato angolano de futebol, liderado pelo Petro de Luanda com 54 pontos, menos três que o 1.º de Agosto, tetracampão em título na segunda posição, foi suspenso em março na sequência do decreto sobre o estado de emergência.

 

Entre as quinze equipas que competiam no Girabola está o Interclube, treinado pelo Português Ivo Campos, oitavo classificado com 31 pontos.

 

Tomás Faria, também presidente do Petro de Luanda, adiantou também que os clubes decidiram que o Petro e o 1.º de Agosto deverão ser as equipas que vão representar Angola na Liga dos Clubes Campeões Africanos.

 

A FAF, realçou, devera notificar igualmente as equipas do Sagrada Esperança, Interclube e Bravos do Maquis para encontrar duas que devem representar o país na Taça da Confederação.

 

"Para fazermos desporto temos que ter saúde, a saúde está em primeiro lugar e vamos deixar que esta pandemia termine e com segurança voltarmos para a nossa atividade futebolística", assinalou.

 

Quanto à próxima temporada, Tomás Faria entende que a mesma terá de começar cinco semanas após a pandemia.

 

Angola entra hoje para o sexto dia da segunda prorrogação do estado de emergência, que se estende até 10 de maio.

 

O país conta já com 27 casos confirmados de covid-19, entre os quais 18 casos ativos, dois óbitos e sete recuperados.

 

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 227 mil mortos e infetou quase 3,2 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

 

Cerca de 908 mil doentes foram considerados curados.