Luanda - No ápice da situação do COVID-19 em África, urge a necessidade de olharmos para as organizações que como palco das suas proezas o continente “Berço da Humanidade” das quais em lato senso, destacamos, a UNIÃO AFRICANA – UA, e em outra ocasião de forma restrita e/ou regional destacaremos a SADC – Southern Africa Development Community. Em português, Comunidade de Desenvolvimento da África Austral.

Fonte: Club-k.net

Assim, descrevemos o perfil da União Africana (UA), que é aorganização internacional que promove a integração entre os países do continente africanonos mais diferentes aspectos. Fundada em 2002 e sucessora da Organização da Unidade Africana, criada em 1963, é baseada no modelo daUnião Europeia (mas actualmente com actuação mais próxima a da Comunidade das Nações), ajuda na promoção da democracia, direitos humanos e desenvolvimento económico na África, especialmente no aumento dos investimentos estrangeiros por meio do Programa Nova Parceria para o Desenvolvimento da África. Seu primeiro presidente foi o sul-africano Thabo Mbeki, actualmente presidida pelo presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, tem como objectivos a unidade e a solidariedade africana. Defende a eliminação do colonialismo, a soberania dos Estados africanos e a integração económica, além da cooperação política e cultural no continente.


O comun sense nos ensina que a “união faz a força”, que “juntos somos mais fortes”, eis que nos deparámos com a pandemia COVID-19, que pelos seus contornos, já afectou 50 dos 55 países que compõe o continente africano com mais de 9 mil casos confirmados, dos quais destaca-se África do Sul e o país dos faraós - Egipto com mais casos confirmados respetivamente. África, no seu total, já resultaram mais de 3 mil


Assim, questionámos a existência da UNIÃO AFRICANA pela ausência de um plano continental de contingência congregado e consequentemente de ações que visam fazer frente a COVID-19.


ONDE ESTÁ A UNIÃO AFRICANA NESTE MOMENTO?


Essa questão surge num momento em que sabe-se da incapacidade de muitos países do continente africano em dar respostas a essa pandemia mundial por conta do saneamento básico precário, sistema de saúde frágil, fraca capacidade de poupança das famílias africanas e por serem maioritariamente deficitários. Gostaríamos de ver essa questão respondida com um plano de contingência continental congregado para responder o momento crítico que o continente vai enfrentando, pois a sua ausência/silêncio, mostra claramente o seu fracasso enquanto organização que visa integrar o continente para a unidade e a solidariedade africana. Defender, a soberania dos Estados africanos e a integração económica, além da cooperação política e cultural no continente.


Apesar de ser um momento de aperto, uma família mostra a sua força em momentos de crise, e a crise pandémica do COVID-19 (sem fazer menção de outras tantas crises que assolam o continente Africano que a UA assiste de camarote sem qualquer acção) dá a UA a oportunidade de provar à Comunidade Internacional e ao mundo em geral que não é uma organização “figurante” – concebida e materializada para o agrado do Ocidente.


Outrossim, para não cairmos no descrédito e discursos sem propriedade – superficiais, fomos no site oficial da UA com propósito de apreciarmos o desenrolar deste dossier por parte desta organização, onde encontramos algumas actividades realizadas em prol do combate ao COVID-19 em África.


A sua última actividade foi realizada no dia 30 de abril do ano em curso onde realizou-se o primeiro Conselho de Administração do Fundo de Resposta Covid- 19 da União Africana. Ora vejamos, até ao momento, todas as acções que a UA aplicou, foram de doações externas, principalmente do multimilionário chinês que fez doação a UA para que ela, por sua vez, faça chegar a todos países africanos para prevenirem-se face da COVID-19. A UA, não conseguiu até ao momento apresentar um plano exequível sem envolver ações externas (doações) nos seus desafios continentais. Até quando a UA vai viver de esmolas? Pois as doações que enchem de regalias os comissários da UA, que mormente vêem da União Europeia e das instituições do Bretton Wood deixam- na refém dos interesses destes, o que acaba constituindo um paradoxo com o que diz o artigo 3o na sua alinha d) da Carta da UA que define como um dos objectivos da UA “defender e promover os .... Interesses do continente e dos seus povos” pois entendemos que quem dá [seja o que for] espera sempre algo em troca e como é óbvio os interesses desses doadores acaba colocando África e os africanos em segundo plano. Também, diz o velho adágio popular que: para seres ajudado, deves ajudar-se primeiro.


Em nosso entender, a UA, já está em altura de ter capacidade [se é que já possui a tal capacidade] de auto-suficiência, onde, planifica e executa os planos com base nos desafios que surgem no decorrer dos seus objetivos. Ora vejamos, para o ano de 2019 a UA teve um orçamento avaliado em mais de USD 680 000 000,00 dos quais Angola contribui em 8% [que seriam bem alocado se fosse usado internamente, pois Angola beneficia quase 0%] das receitas, pensamos que a UA já deveria ter a capacidade de auto-suficiência, Autonomia na execução dos seus planos, Objectividade face aos seus problemas. E a capacidade de responder em tempo real aos imprevistos causados por catástrofes naturais e afins. Para combater a pandemia, presumimos que a UA já teria um programa semelhante a este definido pelas seguintes alíneas:

1. Plano Único de contingência continental congregado
2. Atenção máxima aos países mais afectado.
3. Atenção Máxima aos países mais Pobres.
4. Envio de materiais de biossegurança para todos países afectados.
5. Criação de Equipas Multissectoriais de Acompanhamento por País.


Feita essa síntese, presumimos nós que, ter-se-ia cumprido com uma das várias missões a qual a UA lhe é indagada, em contrário senso, pensamos que a UA deveria aproveitar o memento da crise e refundar-se, pensando assim, no seu modus operandi face aos desafios que pesam sobre si e fazer fé aos mesmos, UM BEM-HAJA.