Luanda - O Estado angolano, ou melhor, o poder judicial mormente a Procuradoria, têm andado a passo de caranguejo desde logo quando Isabel saiu “livremente”, abandonando o país como se nada contra ela já não existisse.

Fonte: JA
Os poderosos fazem tudo contra a Justiça. Saiu, ela e o marido, suponho com passaportes diplomáticos angolanos. Depois foi todo um cortejo mais mediático do procurador ir à “boa muxima” com a homóloga portuguesa e, desde aí, quem passou ao ataque foi a arguida, já com arrestos feitos, utilizou a comunicação social, o domínio de línguas e fez gato sapato até das denúncias do Rui Pinto que deu às luzes todo o dinheiro roubado a Angola e espalhado pelo mundo. Li no JA de segunda-feira uma matéria sobre a Interpol que eu julgava as autoridades angolanas terem chamado à colação. Saíram com passaportes daqui e nem vale mudar de nacionalidade só para fugir aos bancos dos réus.

 

Devem, portanto, as autoridades angolanas usar o expediente da Interpol para trazerem os meliantes para Luanda, com todas as garantias de presunção de inocência e garantias de segurança óbvias.

 

Os advogados, alguns pensando que estão numa batalha contra macacos, depois de tanta evidência internacional, não faz sentido em vez de prepararem uma boa defesa passar ao ataque como se o Estado angolano andasse a delapidar a fortuna e a perseguir a milionária que começou com um aviário…

 

Este processo em que se deu um tempo de graça para os que voluntariamente devolvessem aquilo com que se haviam locupletado com dinheiros públicos e findo o prazo, os relapsos serem levados à justiça, salvo erro ou omissão, não foi devidamente cumprido nem nunca se mostrou as fotografias dos referidos. Dá impressão que o importante era denunciar…coisas que andavam na boca do povo… as gorjetas de cinco mil dólares na recepção de um hotel no Brasil, o instituto Miss Angola ou o “avião do meu marido…tudo isso andava na boca das azulinhas. Só os do Fundo é que sobraram.

 

Espantam-me situações em que um Parlamento discute na imprensa com uma deputada ou o judicial responde a declarações de Isabel dos Santos. />Quem já andou metido nestas coisas de justiça sabe o que vale o dinheiro. E a milionária pode recorrer à sua fortuna para “comprar” justiça, directa ou indirectamente e isso ela aprendeu aqui quando se foi corromper um magistrado português para arquivar processos que o povo nunca soube de que processos se tratavam.

 

Isabel dos Santos deve estar convencida que mesmo vindo a Luanda, vem com o seu "timaço" de advogados. Erro. Em Angola (só se já mudou) apenas podem advogar advogados angolanos, sortudos que se o julgamento correr os seus trâmites vão ganhar honorários para uma reforma choruda…deixam a jinguba com a Cuca gelada e passam para o caviar e champanhe para o que me ofereço desde já para "patar".

 

Então, é preciso imensa solidez, sigilo estratégico, velocidade e tratar os arguidos de cima para baixo, uns são juízes para fazer justiça, outros são acusados para se defenderem.

 

E há uma questão jurídica que tem que ser tratada com pinças. Quem acusa é que tem que fazer a prova, tipificando os crimes e propondo as eventuais penas e decorrências dos arrestos.

 

Não é coisa fácil mas quanto mais tempo mais difícil se torna e uma justiça que não é célere é o princípio da desmemória para o esquecimento colectivo.

 

Quem não tem cão caça com gato. Temos cão e pensamos que mais dia menos dia. Pois é e para quando?

 

Por todo o mundo, oportunistas, réus de colarinho branco à beira dos tribunais, estão a tirar dividendos com a pandemia porque a maioria dos Estados viraram todos os seus esforços para salvar vidas, obrigando as pessoas a ficar em casa, empresas fecharam, o desemprego aumentou e a fome veio à tona como jamanta escondida no mar. Aí, a bandidagem, vive à sombra da pandemia e os Estados não têm tempo para olhar para tudo.

 

Mas é mesmo agora com a “distracção” da pandemia que o nosso Estado deve agilizar os expedientes da Interpol.