Luanda - Angola registou ontem os três primeiros casos positivos da Covid-19 fora de Luanda. Segundo o secretário de Estado para a Saúde Pública, que falava na habitual sessão de actualização de dados da pandemia no país, os infectados são três cidadãos que se encontram na província do Cuanza-Norte, residentes em Luanda e que violaram a cerca sanitária imposta no quadro das medidas de prevenção e combate à Covid-19.

Fonte: JA
Franco Mufinda explicou que dos cidadãos infectados dois são oeste-africanos e um é angolano, com idades compreendidas entre 34 e 58 anos. Um deles, disse, inspira cuidados, por apresentar comorbidade com “uma doença pulmonar de base”.

De acordo com o secretário de Estado, além dos três cidadãos que se encontram no Cuanza-Norte, nas últimas 24 horas as autoridades sanitárias identificaram mais três casos de transmissão local com ligação ao cordão sanitário do bairro Hoji-ya-Henda, em Luanda, perfazendo seis novos casos positivos no país.

Trata-se de dois cidadãos angolanos do sexo masculino, ambos de 21 anos, e de uma jovem de 17 anos. O secretário do Estado afirmou que as autoridades sanitárias estão a preparar para a província do Cuanza-Norte uma equipa multidisciplinar para fazer o acompanhamento da gestão e do vínculo epidemiológico. “Amanhã (hoje) vai uma equipa de trabalho à província do Cuanza-Norte com o objectivo de congregar técnicos seniores do Ministério da Saúde para o efeito".

Outros números

No cômputo geral, o país regista 148 casos positivos, seis óbitos, 64 recuperados, 78 activos e 83 de transmissão local. O Centro Integrado de Segurança Pública (CISP) recebeu 57 chamadas, todas relacionadas a pedidos de informação sobre a Covid-19. De acordo com o secretário de Estado, nas últimas 24 horas foram processadas 451 amostras, sendo seis positivas e 445 negativas.

O total de amostras recebidas é 15.183. Deste número 148 são positivas, 14.433 negativas e 605 estão em processamento. Foram dadas altas a 16 cidadãos que estavam em quarentena institucional, sendo 14 em Luanda, uma em Cabinda e uma no Moxico. O país tem 460 casos suspeitos e 83 de transmissão local, com o maior peso vindos da Rússia (53 por cento) e Portugal (38 por cento).

De acordo com o secretário de Estado, 9 por cento são provenientes de Espanha, África do Sul, Cuba e Brasil. Sublinhou que 1.204 cidadãos estão sob vigilância sanitária. Franco Mufinda informou ainda que foram realizadas actividades nas províncias de Cabinda, Bié, Cunene, Huambo e Uíge, que se resumem em acções de capacitação aos técnicos de saúde, educação e informação das comunidades, recepção de material de biossegurança e respectiva distribuição em unidades sanitárias.

Sublinhou ainda que as actividades da Comissão Multissectorial continuam de forma intensa e apelou à população para manter a calma e observar as medidas de biossegurança. Ontem, a sessão de apresentação de dados sobre a evolução da pandemia da Covid-19 realizou-se na sala de conferências da Edições Novembro, proprietária do Jornal de Angola e de outros seis títulos, pelo facto do Centro de Imprensa Aníbal de Melo (CIAM) estar desactivado para desinfestação, na sequência do surgimento de um caso positivo.

Trata-se de um agente da Polícia Nacional destacado no local. De acordo com o secretário de Estado, até ao momento ainda não foi identificado o vínculo epidemiológico do agente da Polícia Nacional que acusou positivo nos testes realizados no CIAM.